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A Carta da Presidente

Ao invés de comparecer, a Presidente preferiu se defender em carta que foi lida pelo seu advogado José Eduardo Cardoso.


Ruy Guarany – Jornalista
Articulista

Na quarta feira, 7, amanheceu sob a expectativa da presença ou não da Presidente afastada, Dilma Roussef, perante a Comissão do Senado, para se defender das acusações de haver cometido crime de responsabilidade que deram origem ao pedido de impeachment que tramita em fase final.

Ao invés de comparecer, a Presidente preferiu se defender em carta que foi lida pelo seu advogado José Eduardo Cardoso.

Ao contrário do que costuma dizer em suas pregações pelo Brasil afora, quando reafirma que está sendo vítima de um golpe, em sua defesa escrita procurou convencer de que foi traída, é honesta, sempre respeitou o dinheiro público e, após passar por Porto Alegre, onde tem residência fixa, classifica o impeachment como uma farsa jurídica e política inaceitável.

Como era de se esperar, no fim da ‘carta defesa’ trouxe à baila o velho estilo petista que primeiro ataca para depois pedir clemência.

Na opinião de analistas políticos, Dilma Roussef não convenceu nem os membros da comissão e, muito menos, a população que aguarda ansiosa o dia em que ela será definitivamente afastada do governo ao qual não soube conduzir.

Muito embora nos meios políticos acresça a ideia de que Dilma deveria renunciar, até por uma questão de resguardar os seus direitos políticos, o radicalismo fala mais alto, e a resposta é não e não à renúncia.

E vai mais além ao assumir o compromisso de se defender, de corpo presente, durante a reunião plenária que acontecerá no início de agosto.

Aconteceu no Amapá – Nos idos de 1954, o Congresso Nacional aprovou um projeto de aumento salarial aos servidores federais. A demora do presidente Getúlio Vargas em sancionar a lei gerou uma expectativa entre a categoria. Um servidor do Sertta Navegação passava diariamente na estação radiotelegráfica do então território federal, procurando saber notícias sobre o demorado reajuste. No dia 24 de agosto, lá estava ele querendo notícias no exato momento em que o Repórter Esso entrava em edição extraordinária para anunciar que o presidente Getúlio Vargas havia cometido o suicídio. A reação do esperançoso servidor foi imediata: “Esse filho da p… não assinou o nosso aumento”.


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