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Duas nações, uma guerra: um panorama do conflito Palestina-Israel

Paulo Lima Junior Teólogo, pedagogo e advogado      Há exatos oito dias, o grupo terrorista Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação em território israelense dos últimos 50 anos. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra, céu e mar. Estima-se que mais de cinco mil terroristas […]


Paulo Lima Junior
Teólogo, pedagogo e advogado 

 

 

Há exatos oito dias, o grupo terrorista Hamas realizou um ataque-surpresa contra Israel. Essa foi a mais violenta ação em território israelense dos últimos 50 anos. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra, céu e mar. Estima-se que mais de cinco mil terroristas do Hamas se infiltraram no territótio israelense. Além disso, dispararam uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre Israel. As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixando muitas vítimas. Israel declarou “cerco total” e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino, até que os reféns sejam libertados. As mortes somam pelo menos 1.417 entre palestinos e 1.200 israelenses, até a quinta-feira, dia 12 de outubro.

Mais um vez o Oriente Médio se tornou o centro das atenções noticiárias, devido à eclosão de mais um conflito entre esses povos. A humanidade assiste perplexa ao desenrolar dos acontecimentos, perguntando quais as razões para que os jornalistas têm chamado de “barbáries e insanidades”. O começo desse conflito tem algumas vertentes, contudo, alguns especialistas atribuem o princípio dessa guerra à criação do estado de Iarael em 1948, durante a administração britânica. Com a derrota do Império otomano na Primeira Guerra Mundial, o movimento sionista – lutava pela criação de um estado judeu na palestina – concitou aos judeus da diáspora (os que estavam fora do território de Israel) a retornarem para o seu território.
Em 1947, no fim da Segunda Guerra, diante dos crescentes conflitos entre judeus emigrantes e palestinos árabes, a ONU (Organização das Nações Unidas) foi incitada a intervir, decidindo pela divisão da Palestina em duas áreas: a judaica, representando 57% do território e a árabe, com 43%. O então recém-eleito presidente da Assembleia Geral da ONU, o brasileiro Oswaldo Aranha, abriu a votação e com voto de minerva decidiu pela criação do Estado Israelita e Palestino, conforme as dimensões estabelecidas, provocando protesto dos países vizinhos. Em 14 de maio de 1948, Israel declarou sua independência.

A partir daí sucedeu-se um histórico de guerras intercaladas por acordos de paz que não obtiveram muito sucesso. Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque atacaram o território do Estado de Israel para conquistar algum espaço; o Egito consegue a região da Faixa de Gaza, e a Jordânia, as regiões da Cisjordânia e Jerusalém oriental; os árabes palestinos acabam sem território. Em 1964 os Palestinos criam a OLP (Organização para a Libertação da Palestina); em 1967 o Egito bloqueia o Canal de Suez aos navios israelenses e inicia manobras militares na Península do Sinai, ao mesmo tempo em que a Jordânia e a Síria mobilizavam seus exércitos, na fronteira com Israel, prevendo um ataque iminente. Isso provocou o início da Guerra dos Seis Dias, na qual Israel reconquistou as regiões da Faixa de Gaza, o Monte Sinai, as Colinas de Golã, a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Em 1973 ocorre a Guerra do Yom Kippur; entre 1977 e 1979, Israel e Egito fazem um acordo de paz e a região do Sinai é devolvida ao Egito. Em 1982, Israel invade o Líbano, na tentativa de neutralizar os ataques da OLP a partir daquele país. Em 1987, explode a Intifada; em 1988 o Conselho Palestino renuncia à Intifada e aceita o Plano de Partilha da Palestina; em 1993, com o Acordo de Paz de Oslo, é criada a Autoridade Palestina, sob o comando de Yasser Arafat. Contudo, os termos do acordo jamais foram cumpridos por ambas as partes. A partir de 2000 iniciou a Segunda Intifada; em 2001, Ariel Sharon é eleito primeiro-ministro do Estado de Israel, ocupa territórios palestinos e dá início à construção do Muro da Cisjordânia, para dificultar os atentados terroristas de homens-bombas palestinos. Em 2004, Yasser Arafat morre, e a Autoridade Palestina passa ao eleito Mahmud Abbas. Em 2006 o Hamas é eleito através de voto popular e obtém a maioria das cadeiras no Parlamento Palestino, reacendendo a tensão e a discórdia entre os dois povos.

Contudo, ao contrário do que pensam e propagam alguns meios de comunicação, o conflito tem sua origem bem antes do século XX, por razões que somente as Sagradas Escrituras são capazes de descrever, cujo fim já está prescrito, com tempo e local definidos, porém, ignorado pelos ‘especialistas’ no assunto. Por essa razão apresentarei nas próximas publicações uma perspectiva bíblico-histórica do conflito palestino-israelense, destacando sua origem, desenvolvimento e desfecho. Quem está com a razão? A quem de fato pertence esse território?

 

 


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