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A última história do Historiador… 

Nilson Montoril faleceu no começo da tarde desta terça-feira (28) na UTI do Hospital São Camilo e São Luís onde estava internado. O óbito ocorreu em face de complicações resultantes de uma cirurgia cardíaca a qual foi submetido no domingo (26) para a correção de uma válvula no coração.


 

Célio Alício
Historiador, professor, radialista e jornalista.

 

O dia 28 de março de 2023 foi a data do último episódio na cronologia da história de vida do  historiador, escritor, radialista, jornalista e professor Nilson Montoril de Araújo, um dos maiores conhecedores da história do Amapá desde os tempos mais remotos da colonização mercantilista portuguesa na Amazônia setentrional, e que juntamente com o também historiador, escritor, jornalista e professor Estácio Vidal Picanço, compilou os melhores textos da história local numa época em que as fontes de pesquisa eram escassas e as condições para os levantamentos investigativos e a produção textual eram tarefa hercúlea. Apesar de tudo, a produção é extraordinária e o acervo – de ambos – é admirável.

 

Nascido em 2 de maio de 1944 em Belém (PA), filho de Francisco Torquato de Araújo e Olga Montoril de Araújo, Nilson Montoril foi um talento precoce nos estudos, na pesquisa histórica, na produção de textos e na comunicação, tendo se destacado em todas as atividades que desenvolveu, sendo que em todas elas sempre foi perceptível e marcante o seu amor sem medida pelo Amapá, sua história, suas coisas e, especialmente, sua gente.

 

Ele se dedicou de corpo e alma à pesquisa histórica, religiosa, política, cultural e desportiva, além de ter abordado temáticas de interesse geral, não circunscrevendo seus estudos ao universo fechado do nativismo, ampliando o alcance de sua obra ao divulgá-la na imprensa e disponibilizá-la para leitura e os ouvintes de diferentes segmentos sociais.

 

Seu trabalho na imprensa – inclusive para veículos de outros estados -, colaborou enormemente para o conhecimento dos leitores e ouvintes sobre variados aspectos da história e da cultura do Amapá na medida em que expunha seus conteúdos no rádio, televisão, jornais, livros e em palestras nas quais participava.

 

Formado em História e Administração, professor do antigo 2º Grau, Nilson ainda jovem iniciou sua atuação na imprensa radiofônica em 1962, na antiga Rádio Difusora de Macapá, a ZYE-2, pioneira na radiofonia em nível local. Seu programa “Coisas Nossas”, veiculado ao longo de décadas virou referencial para o conhecimento cultura e para os amantes da boa música e das informações que somente ele, com seu estilo único, passava aos fiéis ouvintes.

 

Ele faleceu no começo da tarde desta terça-feira (28) na UTI do Hospital São Camilo e São Luís onde estava internado. O óbito ocorreu em face do agravamento do quadro clínico devido a complicações resultantes de uma cirurgia cardíaca a qual foi submetido no domingo (26), para a correção de uma válvula no coração. Seu estado de saúde já vinha há tempos preocupava familiares, amigos e admiradores por conta das notícias que vinham sendo divulgadas pela imprensa e que e geraram correntes de orações pela sua plena recuperação e o retorno ao convívio da família e amigos e às atividades que exercia com reconhecida competência.

 

Nilson Montoril foi casado por mais de cinco décadas com a mazaganense Rosa Maria Lima de Araújo e dessa união nasceram Nilson Montoril de Araújo Júnior, Débora Lima Montoril de Araújo e Francisco Torquato de Araújo Neto que lhe deram cinco netos. Ele deixa um legado inestimável para todos que – nascidos no estado ou fora – juraram como ele, amor eterno pelo torrão e sua gente. Eu como historiador, professor, jornalista e radialista, particularmente, agradeço pelos textos e pelos momentos em que o vi palestrar em performances singularmente arrebatadoras e maravilhosamente inspiradoras.

 

 


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