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O carnaval e seus dirigentes

Muito me entristece a iniciativa de muitas Escolas de Samba, do Município de Macapá, através de suas Diretorias, darem início aos preparativos para o grande desfile de suas agremiações carnavalescas


EPAMINONDAS PELAES DOS SANTOS
Articulista

O artigo que passo a descrever é um pouco polêmico, preocupante e vergonhoso; porém, passivo de ser revertido, levando em consideração o interesse pela primazia do que é politicamente correto, em todos os aspectos da vida pública, partindo do princípio de que querer é poder, bastando apenas, por si só, fazer prevalecer à iniciativa dos homens de boa vontade, incutindo, em suas mentes, de que ser visionário não é característico somente do bom empreendedor, mas sim de todos. Porque todos nós somos capazes!

Muito me entristece a iniciativa de muitas Escolas de Samba, do Município de Macapá, através de suas Diretorias, darem início aos preparativos para o grande desfile de suas agremiações carnavalescas, com muito pouco tempo de antecedência, ao esperado dia da realização dos desfiles; haja vista que carnaval é preparativo técnico profissional, requerendo, com isso, uma demanda expressiva de tempo.

Para que consigamos obter o mais absoluto êxito em qualquer evento carnavalesco, principalmente das Escolas de Samba, é necessário que os dirigentes dessas agremiações se preocupem em promover eventos em suas sedes sociais, o mais rápido possível, ao término de suas apresentações no Sambódromo. Podemos tomar como exemplo do que acontece com as Escolas de Samba do Rio de Janeiro, que caminham com as próprias pernas para se apresentarem no sagrado templo do samba, com dignidade e galhardia, sem dependerem, com pires nas mãos, de recursos dos Governos Estadual e Municipal.

Muitas pessoas podem se perguntar ou comentar da inadmissibilidade comparativa do Carnaval do Rio de Janeiro com o de Macapá, as quais esquecem, na maioria das vezes, que o Carnaval amapaense é profissional sim; e se o questionamento persistir de que sem ajuda governamental não tem carnaval, como outrora aconteceu por diversas vezes, então que haja um retrocesso e o carnaval amapaense volte ao amadorismo. Porém, para que isso não aconteça, basta apenas que nossos visionários carnavalescos vistam a camisa do time da Competência Futebol Clube e, com as melhores das boas intenções, a nível organizacional, possam nos provar que tudo é possível.

Infelizmente a verdade pura, nua e crua tem que ser dita: as Escolas de Samba do Município de Macapá, pelo fato de não serem organizadas, durante o decurso de um ano, procuram recorrer ao papai governo, mamãe prefeitura e alguns abnegados; pois, do contrário, não tem desfile na Passarela do Samba, se as mesmas não forem atendidas ou contempladas em seus pedidos. Destarte, quem perde com isso é o povo, que deixa de se deliciar com esse encanto cultural brasileiro, que é o Carnaval.

Aqui, no Município de Macapá, os dirigentes das Escolas de Samba, tem que fazer prevalecer, veementemente, o amor que cada um sente pelas suas agremiações carnavalescas, honrando-as através de muitos trabalhos, como: priorizar a valorização do sócio; promover a realização de eventos sociais; realizar bingos dançantes; domingueiras dançantes; aluguel de suas sedes sociais para outros eventos. Enfim, incontáveis números de possibilidades para que seus sócios e simpatizantes possam se sentir orgulhosos, diante do admirável, que é o princípio do conceito de uma bela e impecável estrutura administrativa organizacional, que deve ser conduzida com respeito, dignidade e honradez; e que seguramente os recursos financeiros possam ser alavancadose, com isso, a figura do pires na mão desapareça de uma vez por todas.

Recentemente, no dia 03.12.2016, em um determinado ambiente da cidade de Macapá, se pôde contar com a presença do irreverente e renomado carnavalesco MILTON CUNHA, ocasião em que o mesmo fez o lançamento do livro Carnaval é Cultura. No local da realização do evento se fizeram presentes diversas autoridades, intelectuais e pessoas voltadas para o lado artístico e cultural. Que a presença desse ilustre carnavalesco tenha servido de fonte inspiradora para os dirigentes das diversas Escolas de Samba de Macapá, e que o mesmo possa levar uma boa impressão e imagem, na teoria, mesmo mascarada, de como ocorreà preparação, a nível organizacional do carnaval amapaense; para que no amanhã tenhamos a prática agradecendo a teoria, e a transparência assumindo o seu verdadeiro lugar, dando um chute de uma vez por todas em tudo que é mascarado.

Finalizando, estendo os termos supramencionados, aos dirigentes de clubes do futebol amapaense, que também é profissional, no sentido de primarem pela boa condução de suas equipes, obedecendo a padrões éticos de respeito administrativo, organizacional e funcional.


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