Cidades

Faixas e símbolos tomam conta da Ueap em greve

Três meses de paralisação


Prestes a completar três meses de greve, nesta sexta-feira, 17, a Universidade Estadual do Amapá (Ueap) se encontra praticamente vazia, com baixa movimentação de alunos e demais grevistas. Apenas a presença de faixas e símbolos tomam conta do espaço físico do estabelecimento.

A greve geral teve início em 17 de março, com apoio dos alunos, técnicos e docentes, cada um com suas próprias reivindicações, dentre elas melhorias na infra-estrutura do campi, apoio à pesquisa e construção do Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR). Entre idas e vindas, desde 2014 com paralisações e protestos de alunos e professores, essa é a greve mais longa da instituição e com maior apoio das categorias.

Vinícius Caxias, assessor de comunicação do Sindicato dos Técnicos Administrativos do Estado do Amapá (Sintec-Ueap), afirma que a principal pauta por parte dos técnicos é a elaboração do PCCR, que vem sendo adiada pelo governo desde a entrada dos profissionais no primeiro concurso para técnicos efetivos, ocorrida em 2014. Segundo Vinícius, no ano passado o governo já havia descumprido com cinco prazos referentes ao encaminhamento do PCCR para a Assembleia Legislativa, forçando o retorno da greve no ano de 2016.

O governo tem se justificado com base na crise econômica do estado para a não aprovação do Plano de Carreira, e os técnicos em contrapartida, de acordo com Vinicius Caxias, pedem pelo menos a finalização do projeto de lei. O governo, no entanto, compromete-se a finalizar o projeto em outubro deste ano.

O temor dos técnicos é de que não se consiga a aprovação para o ano que vem, já que em outubro o orçamento para 2017 é fechado, adiando para 2018, causando receio por parte da categoria por se tratar de ano eleitoral. Em conversa com representantes do governo, a categoria defendeu a aprovação imediata do projeto de lei para que o Plano de Carreira seja incluso no orçamento de 2017, e assim efetivado. Conforme o sindicalista, houve um mal entendido na ata enviada pelo governo para que se deliberasse o fim da greve, pois não constou no documento a alteração da data de finalização do projeto de lei, o que teria sido acertado em reunião.

O relacionamento com a Reitoria, sobre a greve, não é de apoio. Vinicius disse que apenas uma medida foi tomada por Perseu Aparício, o reitor da universidade, que conseguiu para o sindicato uma reunião com o procurador geral do estado, Narson Galeno, em 2015, reunião que segundo a entidade não foi frutífera em nenhum aspecto, não trazendo nenhum avanço para a causa dos técnicos.

Vinicius pontuou ainda uma crítica do sindicato a Narson Galeno, que entrou com pedido de judicialização da greve, mesmo sabendo dos apelos da categoria discutidos com ele em reunião. Estando há dois anos na universidade, os técnicos acreditam que se houvesse algum tipo de apoio da Reitoria a situação já teria sido resolvida, em vista de que os professores efetivados em 2013 levaram apenas um ano para a conclusão de seu plano de carreira.

Sobre a previsão para o fim da greve, Vinicius afirma que o governo, se comprometendo com a finalização imediata do projeto de lei, haverá a suspensão da movimento, com os técnicos participando da discussão do orçamento para a inclusão do PCCR já para o ano de 2017.

‘Trabalhar aqui sem Plano de Carreira é o mesmo que o trabalhador de uma empresa trabalhar sem carteira assinada, pois não há garantia nenhuma de direitos. Um técnico de nível superior, não importando a qualificação, graduado ou doutor, recebe a mesma quantia, o que para o sindicato deveria ser dada maior importância, visto que trabalham em ambiente acadêmico”, finaliza Vinicius.


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