Cidades

Pesquisadora vê padrões – e erros – em outras pandemias na história do Brasil e do mundo

Lara de Castro, coordenadora do curso de História da Unifap e pesquisadora premiada em nível nacional é atração na Semana Científica da Diário FM


Cleber Barbosa
Da Redação

 

A pesquisadora Lara de Castro, que é coordenadora do curso de História da Universidade Federal do Amapá, foi a cientista da rodada na série de entrevista denominada “Semana Científica” do programa Café com Notícia desta segunda-feira, na Diário FM (90,9). Docente na graduação e no mestrado, ela preside a Seccional Amapá da Associação Nacional de História e foi convidada a falar sobre o tema “Trabalho e políticas de estado em contextos de epidemia”.

 

Ela disse ser muito oportuna a organização dessa temática num veículo de comunicação de massa como o rádio.

 

“Num momento de grandes ataques aos cientistas, de um modo geral, e nós cientistas das ciências humanas também sofremos ataques reiteradamente durante os últimos anos, na gestão de Jair Bolsonaro, então os ataques se solidificam cada vez mais e está caminhando para se tornar algo sistemático e estrutural, então momentos como esse ajudam a gente a quebrar um pouco de tudo isso e impulsionar a ciência e valorizar a pesquisa”, avalia.

 

Ela disse que logo no começo da pandemia, preparou um artigo para o jornal “Jornalistas Livres”, onde buscou encontrar um padrão de ação dos estados, de ação dos trabalhadores, pensando um pouco nas políticas de assistência, a partir de tudo o que havia estudado de outras epidemias ao longo da história.

 

Apesar de contextos diferentes, a pesquisadora diz que guardadas as especificidades, encontrou muitos padrões entre elas.

 

“De alguma forma esse padrão de repetição gera um incômodo muito grande por acaba mostrando como a gente não aprende com a história, afinal o conhecimento do passado é muito importante, a reflexão sobre o presente faz com que a gente se direcione para o passado, para problematizar algumas coisas, então essas reflexões sempre nascem do presente”, filosofa.

 

Por fim, ela pondera que não observar o passado e assim aprender com ele é um erro e o país continua errando nessa pandemia. Um desses erros, diz, é a negação da existência da pandemia, uma estratégia que ela diz só se justificar para ganhar tempo e omitir informações da população.

 

“A insuficiente política assistencialista do estado [país] é incrivelmente recorrente em outras epidemias”, concluiu.


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