Cidades

Retirante nordestino sobrevive em condições subumanas no Amapá

Homem de 72 anos veio para o Amapá, em 1982, em busca de sonhos, mas hoje convive com um verdadeiro pesadelo. Família vive, literalmente, em um barraco no meio do lixo.


O catador de latinhas Raimundo Antônio Silva, de 72 anos, retirante nordestino que mora desde 1982 no Amapá, veio ao estado em busca de melhores condições de vida, mas atualmente enfrenta uma realidade avessa. O sonho se tornou pesadelo.

O barraco, medindo pouco mais de 3 metros quadrados, não tem móveis e muito menos eletrodomésticos. Ele convive com a família em meio a um amontoado de lixo onde proliferam insetos e roedores. O cenário degradante abriga, além de ‘Maraca’, como é conhecido o homem, a esposa – que está internada – uma enteada e pelo menos três crianças.

Maraca ergueu o barraco [literalmente] no meio da rua após ter sido despejado de um terreno onde ele vivia. O motivo do despejo teria sido um amontoado de ferros velhos que ele recolhe pelas ruas do bairro Amazonas, na zona oeste de Macapá.

O estado subumano em que o retirante e sua família vivem chamou a atenção de Rafael Pantoja, leiturista de uma empresa terceirizada da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Foi Rafael quem publicou as imagens do cenário desumano nas redes sociais. O jovem leiturista resolveu publicar as imagens e relatar um pouco da história para tentar arrecadar alimentos, roupas e eletrodomésticos para a família.

 

“Mas, na verdade, a preocupação é que essa história, de fato, chegasse até as autoridades para que estas tomassem medidas necessárias no sentido de retirar essa família desse local e proporcionasse a ela uma moradia digna”, disse o trabalhador.

Foto: Rafael Pantoja

Na manhã desta sexta-feira (9) a história foi contada ao vivo no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM).
“Eu vim para o Amapá em busca de melhorias, mas hoje convivo com essa realidade. Já tentei buscar ajuda para me aposentar, mas até isso não consegui. Minha esposa está internada com uma doença grave e não posso sequer acompanhá-la. É uma situação realmente triste, mas é minha realidade”, disse o homem.

“Triste, absolutamente triste. As autoridades precisam ajudar essas pessoas. Nem animais sobrevivem em locais como este”, reagiu nas redes sociais uma internauta que acompanhava o programa pela live [facebook.com/luizmeloentrevista].

 

Os apresentadores do programa chamaram atenção de órgãos como o Ministério Público do Estado (MP-AP), Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (SIMS) e Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAST) para que possam fazer gestão no sentido de auxiliar a família.

 

Reportagem: Rodrigo Silva
Texto: Elden Carlos
Imagens: Joelson Palheta


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