Cidades

Seed e Comitê Médico discutem retorno presencial das aulas no Amapá

Durante reunião no Palácio do Setentrião na manhã desta segunda-feira (21), a secretária de Educação do Amapá, Goreth Sousa, solicitou ao Comitê Médico de Enfrentamento à Covid uma orientação epidemiológica sobre a aplicação do diagnóstico que antecede o retorno híbrido.


Fotos: Joelson Palheta/DA

Railana Pantoja
Da Redação

Durante reunião na manhã desta segunda-feira (21) no Palácio do Setentrião, o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública (Coesp) e a Secretaria Estadual de Educação do Amapá (Seed) discutiram o retorno das aulas presenciais na rede estadual de ensino.
Segundo a secretária de Educação, Goreth Sousa, o planejamento pedagógico e a infraestrutura das escolas já estão adaptados, mas é necessário orientação do Coesp para realizar um diagnóstico que antecede o retorno.

“Todos os EPIs já foram adquiridos, bem como adaptamos a infraestrutura das escolas. Temos uma ‘prévia’ do início das aulas híbridas, que é o retorno de 15 dias para que os estudantes visitem as escolas, de maneira gradual e escalonada. Estou indo nas instituições, mostrando as informações que nos trazem, falando com professores e fazendo um trabalho de orientação e organização dos espaços físicos”, garantiu Goreth Sousa.

De acordo com a secretária, um levantamento feito em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) vai preparar o diagnóstico da questão emocional, socioeconômica e da aprendizagem de 100% dos estudantes da rede estadual e das redes municipais de ensino.

“A ideia é fazer durante 15 dias. Já começamos a fazer chamada para visita monitorada, convidando os pais para checarem nas escolas a segurança sanitária do filho. No entanto, preciso de orientação do Comitê, para saber quando posso fazer isso: quando o estado estiver na cor amarela? Ou na cor laranja, mesmo em risco moderado?”, questionou Goreth.

O médico Pedromar Valadares, integrante do Coesp, sugeriu que um dos caminhos para fazer o diagnóstico e retorno seguro seria ver a experiência dos outros estados.

“Temos o Pará, por exemplo. Eles estão seguindo estritamente as cores de risco para ter o retorno? Aqui, se formos seguir à risca, atualmente o instrumento diz que não pode, já que estamos na cor laranja, de risco moderado. A gente pode ver a realidade dos outros estados e pegar a referência, para trabalhar no Comitê”, avaliou o médico.

Para o epidemiologista da Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP), Patrício Almeida, “a gente precisa encarar a educação como serviço essencial”.

“Assim como temos a Saúde e Segurança Pública. Mas, não vamos retornar os serviços de qualquer forma. Sabemos já que o retorno será com escalonamento, sem 100% das salas de aulas cheias, mas precisamos ter uma ideia do que é isso. Uma vez se encarando a educação como serviço essencial, as precauções colocadas na avaliação se enquadram nesse aspecto. Em outros países, a educação é colocada como essencial e em primeira linha. Existe risco? Existe, mas levando em consideração a relação custo-benefício, o risco é evidentemente menor do que o benefício trazido. Lembrando que a gente leva sempre em consideração o aspecto científico”, justificou Patrício Almeida.

O governador do Amapá, Waldez Góes, reforçou que a discussão sobre o retorno não significa retomar aulas já nos próximos dias, mas é necessário avaliar o cenário.

“Qualquer que seja o momento dele [retorno], antecede um acolhimento e diagnóstico. Aí pode parecer contraditório, uma vez que temos aqui medidas de proteção à vida prevalecendo. Avaliar é uma condição prévia para uma volta segura, mas não é a volta, ainda. Porém, precisamos fazer um diagnóstico, e só dá pra fazer isso se o pai, mãe e aluno forem uma vez, pelo menos, ver a realidade da escola. Que seja pelo menos por uma hora, com toda segurança, para manifestarem suas opiniões”, frisou Waldez Góes.


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