Entrevista

“Não adianta concluir a Norte-Sul se não duplicarmos a Rodovia

O engenheiro Odival Monterrozo Leite é tido como homem de confiança do governador Waldez Góes e foi um dos poucos secretários dele na primeira passagem pelo Setentrião a recuperar o posto.



 

O engenheiro Odival Monterrozo Leite é tido como homem de confiança do governador Waldez Góes e foi um dos poucos secretários dele na primeira passagem pelo Setentrião a recuperar o posto. Ele acaba de reassumir o comando da Secretaroa Estadual dos Transportes, a Setrap, órgão responsável pelo importante setor de infraestrutura de estradas no Estado. Ajudou o fato de ter feito parte da equipe de transição do novo governo e diz que visitou as estradas federais e estaduais antes mesmo da posse, diante da propcupação que o governador manifestou de que algo precisava ser feito antes da chegada das chuvas. Monterrozo esteve ontem (10) no programa Conexão Brasília, quando fez uma avaliação dos primeiros dias de gestão ao jornalista Cleber Barbosa. Acompanhe um resumo a seguir.

 

Diário do Amapá – A BR-156 apareceu na mídia nacional como a rodovia federal mais antiga em construção, a Band falou em 70 anos, é tudo isso mesmo?
Odival Monterrozo – Na realidade o convênio é de 1976, por número também do ano correspondente a 76 e assim, ele vem se renovando ao longo do tempo e perpassou por vários governos, mas aqui eu faço uma defesa ao Governador Waldez que sempre se dedicou a construção da BR-156 numa parceria com o Governo Federal. Ultimamente infelizmente o convênio não foi renovado, e ficará sob a responsabilidade dos dois lotes a serem construídos pelo DNIT, mas nós vamos tá acompanhando isso de perto. O governador está fazendo um trabalho político no sentido de que possa potencializar esses investimentos para poder a gente definitivamente ligar a sede principal do estado com Oiapoque e também trabalhar no trecho sul que é extremamente importante para o desenvolvimento do estado.

Diário – Muita gente faz confusão às vezes fala da BR no trecho urbano de Macapá se referindo à BR-156 quando na verdade nesse perímetro urbano aqui é a BR-210. As duas se encontram no quilômetro 21 é isso? Seguem juntas até a bifurcação de Porto Grande?
Monterrozo – Elas são coincidentes. A BR-156 nasce na realidade em Laranjal do Jarí e termina na ponte sobre o rio Oiapoque e a BR-210 inicia em Macapá na cidade, são coincidentes até Porto Grande como muito bem você falou, e seguem ali para região de Serra do Navio, chega passando por Tucano uma região muito bonita também do estado.

Diário – E sobre o projeto de duplicar a Rodovia Duca Serra, que liga Macapá a Santana?
Monterrozo – Eu queria esclarecer que nesse primeiro momento, uma semana que estamos na Secretaria nós nos dedicamos a fazer um planejamento para a Secretaria. Eu acho que um planejamento muito bem montado, muito bem feito resultará num avanço significativo, significativo desses contratos que nós temos na Secretaria e mais ainda, um planejamento adiantado dessas obras. É uma obra que o governador me recomendou diversas vezes, tínhamos a intenção e fomos nós que fizemos o projeto no Governo Waldez anterior e é uma determinação do governador juntamente com o Programa de Mobilidade Urbana, que é de responsabilidade da Secretaria de Transportes, investir nessa duplicação. Obviamente que é uma obra que requer todo um cuidado de engenharia por quanto das questões de ocupação ao longo do trecho desta rodovia, é uma rodovia de ligação que tem uma conexão direta com o porto de Santana e que também tem um link com a 210, então veja que esse trecho rodoviário urbano é extremamente importante.

Diário – Ligado ao modal de transportes, não é?
Monterrozo – Ela é uma via de ligação de duas estruturas viárias extremamente importantes, que é o porto e a 210, o que eu chamo de um arco sul para o estado do Amapá. Então tem o projeto pronto, nós temos que cuidar de alguns encaixes como a Norte-Sul, ver de que forma nós vamos encaixá-la na Duca Serra no sentido de que a gente possa ter ao longo desses quatro anos um avanço significativo nessa construção.

Diário – Esse projeto da rodovia Norte-Sul também vem lá de trás, vem gestão anterior de Waldez Góes?
Monterrozo – Sem dúvida, na realidade é assim, tem-se uma característica, não sei por que, d os gestores da Secretaria, aí é uma crítica, mas não é uma crítica puramente sobre o secretário, mas das suas equipes, de mudarem o projeto. Todos os projetos que se faz, projetos muito interessantes, nessas ligações viárias urbanas elas são modificadas. Aconteceu exatamente com a Norte-Sul, o projeto foi todo mudado, foi dividido em lotes, um lote foi feito por administração direta, o primeiro lote, o segundo lote contratado e agora estamos avançando no terceiro lote. Obviamente que se faz necessário uma avaliação em cima das modificações que foram feitas de projetos, um projeto lindíssimo feito pelo governador e que nós vamos adequar. É também um compromisso nosso concluir essa via de ligação, da zona norte com a zona sul, mas também trabalhar em conjunto com toda uma estrutura viária porque não adianta concluir a Norte-Sul sem trabalhar a duplicação da Duca Serra, sem trabalhar outras alternativas viárias para que essa mobilidade se torne dinâmica e a gente possa atender o usuário de uma forma a contento.

Diário – Antes da posse a equipe do governador já vinha acompanhando esse processo e a preocupação dele com as chuvas, correto?
Monterrozo – Mais uma vez eu tive a sorte e a honra de ser convidado pelo governador para participar do plano de investimento em infraestrutura juntamente com uma equipe de colegas que contribuíram bastante da mesma forma dos relatórios de transição e já no relatório de transição nós manifestamos essa preocupação. Houve um atraso a meu ver no entendimento entre a superintendência do DNIT aqui em Macapá e a Secretaria de Transportes, no sentido de que avançasse o mais rapidamente para se aditivar o termo de compromisso para suportar os contratos de conservação da rodovia. Só para ter ideia ele foi renovado nos últimos dias do ano de 2014, ainda estamos aguardando a publicação desse termo aditivo para poder então fazer o chamamento para as empresas começarem a atuar no trecho.

Diário – É uma obra delegada, podemos dizer?
Monterrozo – Nós já temos uma reunião na terça-feira com todos os empresários que atuam na conservação que são vinculados a esses convênios de delegação do governo federal para o Estado e o Setrap contratou essas empresas na gestão passada e que precisa ser reavaliado todo o procedimento de recuperação das rodovias o que vai ser tratado nessa reunião com os empresários. A gente quer fazer um plano de ataque, mas a renovação deste contratos por meio de termo aditivo está sendo avaliada pela Procuradoria, o esteio no que se refere a referência jurídica na legalidade desses procedimentos pra dar segurança ao secretário, para dar segurança ao governo e também às empresas para que elas possam correr pro trecho o mais breve possível e poder continuar acompanhando o inverno fazendo aquelas reparações pontuais.

Diário – Já devidamente identificados?
Monterrozo – Sim, nós tivemos todo um levantamento nos principais eixos rodoviários do Estado tanto de responsabilidade do Governo Federal ou seja, BR’S quanto nas AP’S, então nós tivemos um retrato na transição e eu tive um complemento de todo esse relatório ontem (sexta) quando faltavam apenas as informações aqui do trecho sul da BR-156. Então nós andamos na 210, 156 e nas principais AP’S como AP-070, 010 visitando as obras, estamos constantemente na ponte do Matapi que também é importante que se conclua, outra determinação do governador, então esse plano de ataque das obras está em andamento, infelizmente as empresas não estão atuando já nas rodovias por conta da demora do aditivo.

Diário – O governador reeditou o Fóruns dos Municípios, reuniu com os prefeitos nessa interlocução onde uma demanda sempre reprimida é a questão do asfaltamento das sedes dos municípios e isso já está na sua planilha de trabalho, de projeções para começar esse ano?
Moterrozo – Sim nós temos um programa chamado Rodovias de Integração Municipal, o governo passado deu start nessa rodovia, contratou, deu ordem de serviço, muitas dessas rodovias já avançaram, mas a gente precisa avançar mais, a gente precisa ser mais célere nessas construções, é um programa com recursos do BNDES. O que falta na realidade é a gente trabalhar com uma interação com a Secretaria de Planejamento, do doutor Teles, que é o secretário dessa pasta, e a secretária Renilda, da Governadoria. Eles estão trabalhando já nesse relatório do BNDES de forma a juntar o que foi feito, o que pode ser feito de saldo, reunindo com o banco e a partir de segunda-feira a gente começa um cronograma de reunião com esses secretários no sentido de ver qual é o nosso saldo para implementação dessas vias, mas os contratos vão andar, a 010 na ligação Mazagão Velho – Mazagão Novo está em obra, a AP-70 está em obra.

 

Perfil…
Entrevistado. Odival Monterrozo Leite é amapaense, que teve suas origens familiares na APA (Área de Proteção Ambiental) do Curiaú, em Macapá. Graduado em engenharia mecânica, pós graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e também graduou-se em Engenharia Naval, pela Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Possui especialização em Logística de Transporte, com larga experiência profissional nas áreas de pesquisa e gestão pública. É considerado um pesquisador, um estudioso da área de engenharia e dedicado as problemáticas do estado. Já teve outras duas passagens pela Secretaria Estadual dos Transportes, na primeira gestão de Waldez Góes no GEA.


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