Esportes

New York Times questiona: a América do Sul pode produzir um “super” clube de futebol?

Segundo jornal estadunidense, Flamengo pode romper com eurocentrismo do esporte mais popular do planeta


Com 32 milhões de torcedores ao redor do mundo, o Flamengo só fica atrás do gigantes ChivasGuadalajara e América, do México, entre os times com maiores torcidas do planeta, segundo uma pesquisa publicada há alguns anos pela Kantar, um respeitado instituto de pesquisas internacionais. O estudo, vale dizer, não levou em conta a China — o que gerou ruídos no mundo do esporte.

No entanto, o colunista Rory Smith, do New York Times, usou a pesquisa para fazer a seguinte pergunta: a América do Sul pode produzir um gigante do futebol mundial para além dos times europeus? “O esporte se tornou tão eurocêntrico nas últimas duas décadas que é fácil lembrar dos clubes brasileiros como nada além de ‘fornecedores’: linhas de produção de talentos e operações para prover campeonatos como a Premier League e a La Liga com superestrelas”, afirma.

No entanto, Rory diz que ver um jogo ao vivo do Flamengo no Maracanã pode provar duas coisas: a primeira é que, mesmo não sendo o time mais rico da América do Sul, ele é com certeza um dos mais idolatrados — tanto quanto os europeus, como foi exemplificado na saga dos torcedores até Lima, no Peru, para a final da Copa Libertadores contra o River Plate. A segunda é que as equipes do Brasil têm “histórias tão grandiosas e são instituições sociais tão importantes que podem ser comparadas com os clubes europeus em glamour, prestígio e até mesmo em dinheiro”.

Para o colunista do NYTimes, esses são alguns indícios de que pode estar surgindo, no futebol brasileiro, um gigante do futebol fora da Europa. A contratação de Jorge Jesus, o título da Libertadores, a administração da diretoria, a força da torcida e a história do time fazem com que ele não perca para nenhum grande do Velho Continente — assim como, para Rory, já tentaram o São Paulo, o Palmeiras, dentro outros.

“A popularidade [do Flamengo] é um bom início. Para isso, é necessário adotar algumas práticas europeias, mas não pode ficar na superfície. Muito trabalho tem que ser feito”, finaliza ele.

O caminho para isso pode ficar ainda mais largo daqui algumas semanas, quando o Flamengo joga o Mundial de Clubes do Catar — o último no atual formato, em que os campeões continentais se encontram em um país-sede anualmente. A equipe carioca inicia a jornada diante de Esperánce, da Tunísia, ou Al Hilal, da Arábia Saudita, no dia 17 de dezembro (terça-feira), às 14h30, em Doha. Se passar, enfrenta o vencedor de Liverpool e Monterrey (MEX), Al Sadd (EAU) ou Hienghène(NCA) no sábado (21), no mesmo horário, no estádio Khalifa International, também em Doha.


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