Polícia

Advogado esclarece envolvimento em investigação da PF e diz que prisão foi “absurda”

Sandro Alfaia foi preso nesta quarta-feira por suspeita de participação em fraude de precatórios, mas após ser ouvido foi colocado em liberdade.


Advogado Sandro Alfaia

Preso nesta quarta-feira por força de um mandado de prisão provisória com prazo de cinco dias pela Polícia Federal (PF), mas colocado em liberdade logo após ser ouvido pelo delegado que preside o inquérito que apura fraude em precatórios, o advogado Sandro Alfaia afirmou na manhã desta quinta-feira (29) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que sua participação no caso envolvendo uma pessoa falecida foi restrita à orientação profissional e que não tinha conhecimento da existência de qualquer ilícito.

 

“Na verdade, eu nunca fui à agência da Caixa Econômica (CEF) para sacar dinheiro; eu fui até lá acompanhando um cliente de nome Renato, cujo caso me foi repassado por outro colega advogado, simplesmente para fornecer orientações legais no procedimento. No entanto, antes de ir à Caixa, sempre acompanhado desse cliente, dirigi-me ao cartório em Macapá para certificar a autenticidade da procuração outorgada a ele por uma senhora de nome Irene, e o cartório confirmou que a procuração era verdadeira. De posse dessa informação é que nós fomos à Caixa Econômica para iniciar os procedimentos para o saque dos recursos”, detalhou.

 

Conforme explicou o advogado, a funcionária da CEF que os atendeu pediu para retornarem 48 horas depois, e apenas nesse retorno é que foi informado de que a procuração era falsa, e que a outorgante dos poderes não era mais viva: “Na segunda vez que fui à Caixa a gerente pediu ao Renato para ele se afastar e me perguntou se eu sabia que a outorgante da procuração era falecida e era de Belo Horizonte, afirmando que a procuração era fraudulenta; então eu perguntei sobre os procedimentos que seriam adotados e ela me respondeu que enviaria o caso à Polícia Federal. De imediato eu entreguei a ela o meu cartão de visita e cópias dos meus documentos, espontaneamente, que inclusive estão anexados nos autos do inquérito; de forma supreendente e lastimável, entretanto, decorridos três anos é expedido pela justiça, a pedido da Polícia Federal, esse mandado de prisão provisória”.

 

Para o advogado a prisão temporária, nesse contexto, além de desnecessária, foi absurda, por impor constrangimentos e ter o condão de macular a honra do investigado: “O que revolta é que todos os procedimentos foram adotados por mim no que diz respeito à minha manifestação de contribuir para esclarecer a situação, mas decorridos três anos acontece isso (a prisão), que no meu entendimento jurídico é absurda, porque a prisão provisória foi decretada apenas para prestar esclarecimentos, numa substituição errada da condução coercitiva (que foi abolida pelo Supremo Tribunal Federal), causando esse vexame todo, para em seguida liberar. É uma situação muito constrangedora! ”.

 

O advogado destacou a solidariedade e o apoio que recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o profissionalismo do Grupo Diário na divulgação da notícia de sua prisão: “Quero agradecer à Rádio Diário pelo profissionalismo e pelo contraditório que agora me oferece para esclarecer os fatos, como também a todos os colegas advogados e à OAB, através do seu presidente, doutor Paulo Campello e do doutor Maurício Pereira, presidente da Comissão de Prerrogativa pelo apoio e solidariedade que me dispensaram”.


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