Polícia

Polícia de Breves (PA) prende foragido do Amapá condenado pela morte de Peter Blake

Considerado herói em seu país, Blake foi bicampeão (1995 e 2000) da America’s Cup, a mais importante regata do mundo.


Condenado a 35 anos de prisão pela morte do velejador neozelandês Peter Blake, de 53 anos, morto em 2001, e considerado foragido pela Justiça do Amapá, José Irandir Colares Cardoso foi recapturado na noite de quarta-feira (14) no bairro central da cidade de Breves (PA), durante uma abordagem feita pela Polícia Militar (PM) que desconfiou da atitude suspeita do homem que caminhava pela avenida Rio Branco.

Ao ser abordado ele apresentou um documento pertencente ao irmão, mas logo os policiais descobriram a farsa. Ele confessou ser foragido do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), onde deu entrada em 2002 após ser condenado com outras seis pessoas pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte).

Segundo a polícia paraense, as autoridades do Amapá já foram informadas da recaptura e o processo de recambiamento deverá ser realizado nos próximos dias.

O caso
O navegador neozelandês Peter Blake, 53 anos, foi morto na noite de 5 de dezembro de 2001 durante assalto a seu veleiro, ancorado no rio Amazonas, em frente ao balneário do distrito de Fazendinha, em Macapá (AP). Ele era considerado um dos maiores velejadores do mundo.
O veleiro Seamaster havia atracado no balneário por volta das 21h. Duas horas depois, segundo a Polícia Federal (PF), bandidos armados e encapuzados invadiram a embarcação e anunciaram o assalto.


Blake foi atingido por pelo menos um tiro no peito e morreu na hora. Outros dois tripulantes foram feridos pelos criminosos – conhecidos como ‘ratos d’água’ – mas sobrevieram ao ataque. O grupo teria levado relógios e um motor de polpa do veleiro. Os assaltantes teriam chegado ao veleiro em um barco de madeira, segundo a Polícia Federal. “A base do veleiro é baixa, permitindo o acesso fácil desse tipo de criminoso, conhecido na Amazônia como “rato d”água'”, disse há época o agente da Polícia Federal, José Araújo Filho. “É uma espécie de crime muito comum por aqui, mas não com resultados tão trágicos”, completou. Os suspeitos acabaram presos em seguida pela Polícia Civil e levados a julgamento.

Considerado herói em seu país, Blake foi bicampeão (1995 e 2000) da America’s Cup, a mais importante regata do mundo.

Expedição
Há época do crime ele estava envolvido na expedição “Blakexpeditions”, uma viagem ao redor do planeta de pesquisa de paraísos ecológicos e em defesa da preservação dos recursos minerais. A fundação Jacques Cousteau o havia escolhido como capitão do Calypso 2, navio que daria continuidade ao trabalho de exploração do pesquisador francês morto em 1997.
A expedição, iniciada na Nova Zelândia em outubro de 2000, estava prevista para terminar em 2005. Já havia passado pela Antártica, pela Argentina e, no Brasil, pelo Amazonas. Em seguida seguiria em direção ao Caribe.


Deixe seu comentário


Publicidade