Polícia

Secretário anuncia transferência de 15 líderes de facções para presídios federais

Secretário Carlos Souza (Sejusp), anunciou transferência de 15 dias líderes de facções – já identificados – do Iapen para presídios federais.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

A nova guerra declarada entre facções que disputam o controle do poder em várias regiões dos municípios de Macapá e Santana, principalmente, ganhou um novo e trágico capitulo no final da tarde de quarta-feira (15), no município santanense, quando a pequena Ana Júlia Pantoja de Souza, de 5 anos, morreu após ter sido alvejada com um tiro na cabeça na Baixada do Ambrósio. O atirador, identificado como Flávio Ferreira Teodósio, de 18 anos, foi preso pela Polícia Civil na manhã desta quinta-feira (16) no bairro Fonte Nova, enquanto se preparava para fugir.

 

Também nesta quinta-feira, a cúpula da segurança pública se reuniu para apresentar um plano imediato de enfrentamento estratégico ao crime organizado, anunciando duras medidas de contenção para frear os ataques e a matança entre as organizações criminosas.

 

O secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, coronel PM Carlos Souza, afirmou que a primeira medida adotada é a transferência de 15 líderes de facções para presídios.

“Já realizamos a solicitação de transferir 15 lideranças já identificadas por nós do estado. O diretor do Iapen, Lucivaldo Monteiro, está com essa missão junto ao judiciário e Ministério Público. Conversei com o governador Waldez Góes para que ele se articule junto a Brasília, no sentido de que o ministro da Justiça ajude na tramitação de vaga e de transporte, além de que é necessário que um juiz federal, ao receber isso, faça o acolhimento da nossa solicitação. Então, precisamos dessa articulação política em Brasília, inclusive, com apoio do senador Davi Alcolumbre, para que consigamos isso com extrema rapidez”, declarou.

 

O secretário disse que outra medida é suspender durante os próximos quinze dias o expediente interno para que o policiamento ostensivo seja reforçado.

 

“Estamos anunciando a paralisação do expediente durante esse período para que possamos reforçar o policiamento. Não posso ter as viaturas de um lado para o outro, eu preciso dessa viatura parada para dar tranquilidade à população. As tropas especializadas, como o Bope, serão empregadas dentro das pontes e áreas de difícil acesso porque o problema está ocorrendo dentro dessas regiões. Essas equipes, especializadas, serão responsáveis pelo sufocamento das áreas críticas para dizer para as famílias que o Estado está ali dentro. E, garanto uma coisa, daqui a quinze dias esse cenário estará mudado”, afirmou.

 

Sobre possíveis confrontos que possam ser gerados a partir da ocupação dessas áreas pela polícia, o secretário foi incisivo: “Vamos entrar para garantir a manutenção da ordem e prender aqueles que estão em dívida com a justiça. As forças especializadas irão entrar preparadas. Eu quero os criminosos presos, mas não quero meu policial morto. Então, se houver reação, haverá resposta à altura”, afirmou.

Ainda fazem parte do plano emergencial de enfrentamento ao crime organizado as ações coordenadas de inteligência da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp), polícias Civil de Militar, integradas ao Centro Integrado em Operações da Defesa Social (Ciodes). Essas ações ocorrerão de forma ininterrupta, durante 24 horas. Também foi anunciado o pedido de apoio da Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF) para comporem as operações.

 

Caso Ana Júlia

Durante a coletiva de imprensa, o delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, Uberlândio Gomes, afirmou que a investigação foi rápida e que o principal acusado de ter disparado o tiro que matou a pequena Ana Júlia Pantoja, de 5 anos, foi identificado e preso.

“Atuamos no sentido de dar uma resposta à família e à sociedade. Foi um crime bárbaro e cumprimos nosso papel constitucional. Temos o principal executor e um comparsa dele presos em flagrante. Infelizmente, é uma vítima inocente dessa guerra sangrenta entre criminosos. Estamos trabalhando com inteligência para identificar todas as lideranças e traçar uma estratégia de enfrentamento que cesse esses ataques. Estamos atuando de forma cooperada e os resultados virão”, declarou.

Reportagem: Rodrigo Silva
Imagens: Joelson Palheta


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