Política

“Até agora estamos vencendo”, diz Clécio sobre reajuste de energia elétrica

Amapá poderá pagar maior tarifa do país, caso pedido da CEA Equatorial seja aprovado; decisão vale até o fim do ano; medida provisória de Lula ainda é aguardada


 

Wallace Fonseca
Estagiário

 

O governador do Amapá, Clécio Luís, comentou no programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) desta quarta-feira, 27, o resultado da decisão da Aneel ocorrida no dia anterior, em Brasília, acerca de pedido da CEA Equatorial de reajuste da tarifa de energia do estado. Na ocasião, foi definido reajuste de 0%, até que saia a medida provisória prometida pelo presidente Lula.

 

Clécio viu a decisão como uma vitória do povo amapaense e relembrou a palavra negativa de Lula a respeito do reajuste: “Passamos sábado, domingo, segunda e terça atuando para que esse ajuste não seja votado até que saia definitivamente a medida provisória que Lula nos garantiu que ia sair. Em Macapá ele garantiu que não teríamos um reajuste tão absurdo”, relembrou o governador.

 

“Falamos que o Amapá não pode pagar. Esse fim de semana o ministro Waldez e o senador Davi Alcolumbre trabalharam incansavelmente; acionei o Randolfe, que ajudou também”, pontuou Clécio. O governador reforçou que está mantida a tarifa atual até o fim do ano, que ocorre dentro do prazo, e espera que em menos de um mês saia a medida provisória de Lula, que vai sanar o reajuste que deveria ter ocorrido no fim do ano passado.

 

“Não queremos criar embaraço com o Sistema Nacional. Boa parte da tarifa que a gente paga é de contas que não são do Amapá, como quando seca o Sistema Cantareira, que abastece o Sudeste”, ilustrou Clécio.

 

O governador lamentou que o Amapá “paga mais por ter menos habitantes” e salientou o investimento em infraestrutura para garantir o abastecimento elétrico no estado. “Esse reajuste nos colocaria com a energia mais cara do Brasil. Vamos fazer de tudo e até agora estamos vencendo; o reajuste é injusto e inconcebível”, declarou o governador.

 

Modelo tarifário

Segundo especialistas, o modelo tarifário atual não serve para um país continental como o Brasil, já que privilegia os grandes centros. “Um prédio onde moram milhares de pessoas tem uma subestação na frente, com posteamento e conexão do cabo direto na rede. Em Serra do Navio a mesma energia tem que percorrer quase trezentos quilômetros para chegar na casa de um morador de uma colônia agrícola; nosso custo é maior, e é absorvido por nós”, falou Clécio.

 

“É uma questão do modelo, não foi da concessão do Amapá”, disse o governador Clécio Luís sobre opositores que veem a situação como oportunidade de ataques políticos. “Isso quem diz é quem quer fazer disputa. Provamos que sabemos o que queremos, é uma luta que não vamos perder, estamos conseguindo adiar esse aumento. Não é um adiantamento vazio, o Presidente da República se comprometeu; o ministro da Minas Energia se comprometeu”, concluiu.

 


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