Política

Bala Rocha não descarta a Câmara, mas diz que sua prioridade é o Senado

Ex-senador e ex-deputado admite que pode voltar ao PDT caso o partido garante vaga para que ele disputar mandato de senador


O ex-senador e ex-deputado federal Bala Rocha (SDD) afirmou na manhã desta segunda-feira (17) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que tem tido pouco tempo para se dedicar à política partidária por causa das suas atribuições de perito do INSS e como e de médico, mas garantiu que é pré-candidato ao Senado e já iniciou conversas com vários partidos para viabilizar a sua candidatura nas eleições do ano que vem. Embora conte com o apoio da direção nacional do Solidariedade, ele admitiu que pode retornar ao PDT caso o governador Waldez Góes viabilize a sua candidatura.

“Estou trabalhando muito na medicina, mas tenho conversado sobre política quando o tempo permite, mas faço um pouco de política, embora no momento eu esteja priorizando, por dever funcional e profissional as minhas atividades como perito do INSS e como médico, mas focando minha candidatura do Senado, que é o meu objetivo”, explicou.

Instado a se manifestar sobre opinião tornada pública pelo ex-deputado federal Antônio Feijão de que (Bala) foi um dos melhores parlamentares que o Amapá já colocou em Brasília, mas que ele deveria retornar à política como deputado estadual, Bala Rocha discordou:

– Eu não faço politica por politica, eu foco propostas, projetos; eu já fui deputado estadual, entendo a importância do deputado estadual, inclusive quero destacar o trabalho do deputado Paulo Lemos (PSOL) por fazer uma oposição responsável e coerente, tomando ele como exemplo, porque temos outros; é um pouco do que eu fiz, tem o ex-depu Jarbas Gato, que foi meu adversário ferrenho na Assembleia Legislativa e depois nos tornamos grandes amigos exatamente porque independentemente das divergências um respeitava o outro; eu acredito que posso contribuir para o Amapá buscando projetos como a Zona Franca Verde que fizemos. Com base na minha experiência no Congresso Nacional posso contribuir muito mais como senador, que é a minha prioridade, ou mesmo como deputado federal, porque nós temos essa responsabilidade de ajudar o Amapá de Brasília para cá – Justificou.

Embora permaneça no Solidariedade, Bala Rocha admitiu que vem conversando com outros partidos: “Eu tenho bom relacionamento com o deputado Max da AABB e com o diretor nacional do meu partido, o Paulinho da Força, mas projeto é projeto; como eu tenho projeto der ser senador, é necessário viabilizar essa candidatura; eu comecei minha vida política no PSDB como deputado estadual e depois de três anos mudei para o PDT, onde fiquei até 2014, quando fui para o Solidariedade, mas tenho que construir o meu projeto, e para que isso ocorra estou aberto a conversas com outros partidos”.

Perguntado se há possibilidade de ele retorno ao PDT, já que o governador Waldez Góes admite que tem vontade que isso ocorra, Bala Rocha disse que sim, mas que tudo depende do contexto político: “Eu retorno sim para o PDT se o governador me garantir a vaga para me candidatar ao Senado, mas sei que o governador Waldez tem vários parceiros, vários aliados; tenho uma boa relação com ele, como também tenho boa relação com o senador Davi (Alcolumbre, DEM), com o Randolfe (Rodrigues, REDE), que é um bom senador, e estou aberto ao diálogo”.

Sobre críticas que ele recebe por não ter um grupo político e por não exercer poder sobre um partido, Bala Rocha ponderou: “Na realidade a maior crítica que eu recebo é porque eu não tenho um grupo politico, e alguns entendem que político só pode ter sucesso se tiver um grupo submisso a ele. Eu não tenho um grupo, mas sim pessoas que gostam de mim, que me seguem por causa do meu trabalho, meus projetos. Eles (os críticos) dizem isso porque não sou líder de um partido, não sou dono de partido como muitos são; o meu diferencial é que não tenho grupo, mas não pertenço a grupo nenhum, na politica, sou independente; eu tenho relação com o prefeito Clécio, com o governador Waldez, com o atual prefeito de Santana, Ofirney Sadala e com o ex-prefeito Nogueira; inclusive por conta dessa independência eu não descarto a possibilidade de estar na mesma coligação do senador Capí (João Capiberibe, PSB); com o Camilo (Capiberibe, PSB), por exemplo tenho ótima relação, ele executou minhas emendas quando estava no governo, mas quando teve problemas eu critiquei”.

Força política do eleitorado de Santana

Bala Rocha defende a união política de Santana e a viabilização de candidaturas de nomes que possam contribuir mais efetivamente para o desenvolvimento do estado: “Hoje tem uma certa disputa de gestão, com muitos fazendo questão de comparar os trabalhos de Antônio Nogueira e Ofirney Sadala, o que vem gerando até um determinado conflito entre os dois; eu defendo a união de todas as forças políticas de Santana pra trabalhar por Santana, inclusive unindo essas forças para as eleições de 2018”.

Sobre o grande número de pretensos candidatos às eleições majoritárias, principalmente ao Senado, e a tradicional limitação de apenas dois candidatos ao Senado, o que poderia ser óbice para sua eventual candidatura, Bala Rocha minimizou: “O Paulinho da Força em Brasília me disse que se eu permanecer no Solidariedade eu posso ser candidato do partido a senador, mas a questão não é essa, porque cada governador tem tradicionalmente apresentado dois candidatos a senador; aqui no Amapá teremos, de acordo com as perspectivas, o Waldez, o Davi e o Capí, se ele for candidato ao governo; com isso, cada um apresentando dois, teremos seis candidatos ao Senado; se o governador bater o martelo dizer que só vai ter dois e ninguém mais entra, outro mais flexível pode dizer que aceita 3, 4, 5, enfim, quantos quiser. Quando o Jorge Amanajas foi candidato ao governo ele teve cinco candidatos a senador; eu defendo a união de ideias e projetos, que o apoio possa vir de vários segmentos sociedade, de todo o estado, mas reconheço que o apoio da população de Santana à minha candidatura é fundamental, por isso eu defendo a união de todas as forças políticas”.

Definição de candidatos da base do governo

Lembrado pelo apresentador do programa que o deputado federal Roberto Góes (PDT) chegou a admitir que se candidataria ao Senado, mas que depois desistiu, e que três nomes (Papaléo Paes, Gilvam Borges e Jorge Amanajás) surgem como preferidos da base aliada do governo de Waldez Góes para o Senado, Bala Rocha afirmou que as tratativas para a viabilização de sua candidatura não se restringem ao PDT:

– Eu tive conversas preliminares, não avançadas, com o governador Waldez, e de forma mais aprofundada com o senador Davi Alcolumbre. Eu tenho recebido convites para participar de projetos para construção da candidatura, mas isso não deve se transformar numa busca de poder pelo poder, mas com foco no desenvolvimento do Amapá, e o mandato é que consegue maior poder para concretizar esse objetivo; alguns conseguem sem mandato manter o poder porque tem grupos, partidos, mas eu sou independente, eu não tenho grupo, por isso busco o meu retorno ao Senado, por isso estou avaliando com muita responsabilidade as propostas que venho recebendo – pontuou.

Para Bala Rocha, o município de Santana tem que ser protagonista nas eleições do ano que vem: “A construção da minha candidatura ao Senado é um projeto político que eu chamo de ‘portas abertas’, porque acredito que eu, sendo uma liderança que conhece o estado e com base mais consistente em Santana, que possui a segunda maior população do Amapá, tem que ser protagonista na eleição, tem que ter candidato a vice-governador e ao Senado; por isso o meu nome vai ser colocado no momento certo como candidato a senador; eu falo com ênfase de Santana porque é onde moro e trabalho, mas penso, sempre pensei e vou continuar pensando e trabalhando pelo Amapá como um todo”.

Extensão do Linhão de Tucuruí para Oiapoque

Sebastião Bala Rocha também anunciou que, por iniciativa do juiz federal João Bôsco o Linhão de Tucuruí pode ser estendido até Oiapoque: “Encontrei o doutor João Bôsco, juiz federal que vem se notabilizando em consolidar políticas públicas para o estado, que me falou da luta dele para levar o Linhão do Tucuruí até Oiapoque, e ele me convidou para participar de uma audiência pública no dia 21 de setembro que vai discutir o assunto; na ocasião eu disse a ele que em Brasília defendi muito essa linha de transmissão Oiapoque, e estou acompanhando a luta dele para levar a energia elétrica até a fronteira, que oportunizará até mesmo vender a energia excedente para a Guiana Francesa; eu me dispus a apoiar esse projeto”.

Apelo à Setrap

No final do programa Bala Rocha chamou a atenção do governo do estado para a necessidade de ajudar o prefeito Ofirney Santana na operação ‘tapa-buraco’ em Santana: “Aproveito a grande audiência e a força social deste programa para fazer um apelo ao secretário Jorge Amanajá, da Setrap, aproveitando que ele está fazendo um excelente trabalho área de infraestrutura, colocando asfalto novo em várias ruas e avenida, mas as vias de Santana possuem muitos buracos, e apesar de todo o esforço que o prefeito Ofirney, ele não vai conseguir tapar todos aqueles buracos até final do ano; por isso pedimos uma mãozinha da Setrap para entrar em Santana e resolver esse problema juntamente com a prefeitura”.


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