Política

Capiberibe ratifica priorizar industrialização no Amapá e redução da tarifa de energia

Capiberibe ratificou suas propostas divulgadas na fase inicial da campanha, afirmando que vai priorizar a industrialização no Amapá e reduzir a tarifa de energia elétrica. Ele prometeu uma gestão “revolucionadora”, com a utilização de aplicativos na internet para promover a interação da população com todos os setores de governo. Segundo colocado no 1º turno para disputar o Palácio do Setentrião com o atual governador Waldez Góes (PDT), Capi respondeu a perguntas formuladas pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), por representantes de vários segmentos e por ouvintes.


Capi reafirmou que vai determinar redução da tarifa de energia

Primeiro entrevistado no 2º turno da eleição para o governo do Estado, o senador João Alberto Capiberibe (PSB), que foi o segundo colocado no 1º turno e disputa o Palácio do Setentrião com o atual governador Waldez Góes (PDT), respondeu a perguntas formuladas pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), por representantes de vários segmentos e por ouvintes.

Ele ratificou suas propostas divulgadas na fase inicial da campanha, afirmando que vai priorizar a industrialização no Amapá e reduzir a tarifa de energia elétrica. Ele prometeu uma gestão “revolucionadora”, com a utilização de aplicativos na internet para promover a interação da população com todos os setores de governo.

Diário – Como o senhor enfrentou esses contratempos que geraram a surpreendente batalha judicial que quase o retira do 2º turno?
Capí – Na realidade, não foi um contratempo, foi uma rasteira na reta de chegada. Eu estava liderando todas as pesquisas para o governo e a Janete estava com a 2ª vaga garantida ao Senado, e aí na véspera da eleição, vem uma declaração do TRE-AP dizendo que os nossos votos seriam nulos, gerando prejuízos gigantescos para as nossas candidaturas.

Diário – O que senhor culpa o TRE do Amapá por esses prejuízos…
Capí – Não sou eu, é o próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que atribui essa culpa, foi o próprio TSE que atribuiu essa culpa ao reformar a sentença do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá por 7 votos a zero, que na verdade foi esse o placar, conforme registro na Ata da Sessão, e não 6 a 1, como havia sido divulgado. Foi o TRE que jogou contra mim e fui duramente alvejado, causando insegurança no eleitor, tanto que no domingo muitos eleitores não saíram de casa porque foram informados que nós não estaríamos no 2º turno; e no sábado não tínhamos como usar Rádio e TV e tivemos que usar as redes sociais; e veja que as últimas pesquisas no davam uma diferença de 10, 11 pontos na frente, e no sábado a perspectiva era de que poderíamos ganhar já no 1º turno, mas isso foi feito para atropelar o processo eleitoral e nos impedir de alcançar a vitória; eu estava campanha fazendo a campanha mais linda da minha vida e nunca me passou pela cabeça que iríamos passar por uma situação dessa, porque o TRE homologou a nossa candidatura e o problema não tinha nada a ver conosco, o problema era de um partido parceiro nosso. Nós sofremos uma rasteira política do TRE no sábado, que nunca, jamais poderia se comportar desse modo

Diário – Em algum momento o senhor teve medo de não conseguir manter a sua candidatura?
Capí – Eu tinha plena convicção que a soberania do povo estaria assegurada; nossa militância prosseguiu a campanha indo de casa em casa; o único diferencial é que estávamos em Brasília acompanhando o processo no TSE. Mas agora estou muito seguro que daqui pra frente nós vamos avançar e espero que esse tipo de comportamento de intervenção no processo eleitoral não vai mais acontecer… Por favor, o desejo do eleitor não pode mais ser onerado.

Diário – Pergunta da presidente do Conselho Regional de Enfermagem, Emília Pimentel – Como o senhor pretende reorganizar o organograma saúde em relação aos serviços assistenciais, considerando que hoje não há mais a figura do coordenador de enfermagem, pois foi retirada e no lugar da função foi colocado um Núcleo de Assistência? É importante repensar essa questão, pois a função é essencial para coordenar a enfermagem de forma qualitativa.
Capí – Eu vou dar condições aos profissionais para exercerem com absoluta segurança e tranquilidade essas funções. Vamos acabar com a politicagem, com o loteamento de cargo, até porque eu não tenho ao meu lado um condomínio de partidos para infelicitar a vida dos amapaenses; são os profissionais da saúde que vão ocupar os postos na saúde, os que conhecem o sistema de saúde, sistema esse que organizei lá atrás e vamos reorganizar respeitando os profissionais da saúde, os médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares; quero fazer um destaque a Dia do Médico, e dizer aos médicos que eles terão nossa atenção especial, contato permanente com o governador. Eu visito muito os hospitais, as unidades de saúde e o que eu mais recebo é reclamação de falta de condições de trabalho dos médicos; isso vai acabar, pois vamos garantir ao profissional médico, aos quais rendo homenagem por terem papel vital no sistema de saúde, que vou dedicar atenção especial a eles; e os profissionais que você representa vão ter papel destacado, pois são linhas de frente de todo o processo.

Senador João Alberto Capiberibe (PSB)

Diário – Há uma grande preocupação por parte da população com a CEA, porque o BNDES deu início ao processo de privatização com a realização de pregão eletrônico que vai contratar a empresa responsável pela avaliação econômica e financeira da Companhia, inclusive já com prazo para conclusão, que é até 30 de novembro de 2019. Como o senhor pretende tratar essa questão caso seja eleito?
Capí – Essa é apenas uma manifestação de desejo do BNDES que não estamos obrigados a cumprir. O governo do estado é acionista majoritário, é quem nomeia e demite, não existe gestão compartilhada, pois esse compartilhamento é apenas nas indicações do Conselho Administrativo; ora, a situação é tão grave que eu pagava em torno de 700, 800 reais de energia elétrica e hoje a conta chegou a 3 mil reais; as pessoas não conseguem pagar a conta de energia; no ano passado teve aumento de 46% em fevereiro deste ano outro aumento de 37%; o governador não pode se esconder debaixo da mesa numa hora dessa porque as pessoas estão ficando inadimplentes e com os nomes indo para o SERASA; grande parte dessas pessoas ficando sem energia porque o fornecimento é cortado por falta de pagamento. A partir de janeiro, comigo no governo, a conversa vai ser outra, porque é com o governador que eles (CEA) terão que conversa, e eu não vou permitir abusos na conta de energia como está acontecendo.

Diário – O sistema penitenciário brasileiro está falido e aqui há uma guerra declarada de facções criminosas com o ‘tribunal do crime’ atuando dentro do Iapen. Caso eleito, como o senhor vai impedir que crimes sejam ordenados de dentro da cadeia, onde os criminosos deveriam ser confinados?
Capí – Governar. É isso que falta hoje no Amapá, pois não temos governança; precisamos colocar profissionais da área pra cuidar dessa situação; no caso do sistema penitenciário falta espaço lá dentro, falta ordenamento, há indicações políticas de deputados e aí vira balbúrdia! Temos que colocar moral, agir com autoridade para colocar tudo pra funcionar; os grupos organizados dominam porque o Estado é incompetente para gerenciar; falta autoridade, e isso nós vamos ter.

Diário – Na sua opinião, uma eventual vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República será positiva ou negativa para o Amapá?
Capí – Temos duas eleições em curso, uma nacional e outra no Amapá. A nacional é importante e há uma contenda entre dois candidatos; eu vou votar em Haddad, todo mundo já sabe; e tem a disputa estadual, onde temos que concentrar o nosso foco. Como governador eu vou ter que cuidar dos eleitores tanto do Haddad como do Bolsonaro, vou cuidar dos dois, porque os que estão porta de hospitais são eleitores dos dois. Estou preocupado e vou focar nos graves problemas que estamos vivendo, porque não podemos aceitar o sofrimento das pessoas; a questão do desemprego e a violência que está campeando solta. Esse tem que ser o foco do nosso debate e do nosso trabalho.

Diário – Que mecanismos o senhor vai usar para melhorar a saúde pública do Amapá?
Capí – Vou acabar com a politicagem, com o loteamento de cargos, esmagar a corrupção; temos que dar um fim nisso e entregar o sistema de saúde para quem entende de saúde; para isso temos profissionais preparados, qualificados, e não vou admitir qualquer interferência política na saúde, porque a saúde vai ser a “menina dos meus olhos”, vou estar dentro dos hospitais, das unidades de saúde pra ver o que está acontecendo e vou dar todas as atenções para os profissionais; já fiz isso antes e vou fazer de novo.

Diário – pergunta formulada pelo presidente da Escola de Samba Piratas Estilizados, Diego Armando – Apesar de ser a maior manifestação cultural do Amapá estamos há três anos, já indo para o 4º ano, sem carnaval. O senhor pretende retomar o nosso carnaval, considerando que não se trata apenas de desfiles, pois contribui de forma muito significativa para a economia, gera empresa e renda e a arrecadação de impostos com a movimentação do comércio local?
Capí – Concordo plenamente! Além de ser uma grande manifestação da cultura popular é uma atividade econômica importante e faz parte do calendário cultural do estado, por isso nunca deveria ter sido tão desprezado. Nos anos 1990 o carnaval atraiu milhares de turistas da Guiana, da França e vários estados da Amazônia. Não só o carnaval, como também a quadra junina e o Ciclo do Marabaixo eu garanto que serão revitalizados e vão ocorrer; desde quando eu fui prefeito sempre apoiei esses eventos, inclusive tenho declarações maravilhosas de reconhecimento do Mestre Pavão maravilhosas, e vamos continuar ano que vem promovendo esses grandes eventos que geram riquezas para o nosso povo.

Diário – No seu programa de governo o senhor fala em implementar o programa moderno de monitoramento ambiental. Como vai funcionar na prática e que medidas serão adotadas para garantir a fiscalização do meio ambiente sem criar encargos que o setor considera prejudicais para o desenvolvimento econômico?
Capí – Precisamos definir áreas, fazer zoneamentos e preservar o que é previsto em lei. Outra questão, e ai entra essa capacidade inovadora que reconhecidamente temos, vamos mobilizar a sociedade, as comunidades para que elas possam fazer gestão compartilhada com o governo através de aplicativos na internet, acompanhando passo a passo a gestão.

Capi respondeu a perguntas formuladas pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM)

Diário -pergunta feita pelo geólogo, advogado e ex-deputado federal Antônio Feijão – No seu primeiro governo o senhor não conseguiu verticalizar a produção da castanha, do açaí e nem mesmo da farinha. Quando senador, ao lado da deputada Janete (Capiberibe) e da presidente do Incra, Cristina (Almeida, hoje deputada estadual) o senhor perseguiu quem tentava implantar a produção de grãos e promoveu uma “caça às bruxas” aos que tentavam transferir terras da União para o domínio do Estado do Amapá; e agora o senhor até elogia os produtores de soja, falando em verticalização, mas nunca apoiou a Zona Franca Verde. É conversa de candidato ou é na ‘vera’?
Capí – Na época não reuníamos elementos para um processo de industrialização, não tinha energia e pessoal qualificado para tocar empresas; hoje é diferente; é preciso observar que as coisas mudam, e hoje seria estupidez e insensibilidade total com as angústias do meu povo se não eu não anunciasse propostas inovadoras para essa área; nós vamos esmagar a soja aqui, produzir aqui o óleo de soja das mais variadas marcas que é importado do Mato Grosso; estou tendo conversas com a classe produtora, que está propensa a desenvolver no Amapá a cadeia alimentar; nós vamos produzir aqui o óleo, a ração, o frango, o peixe e o gado leiteiro e de corte; nós vamos industrializar o Amapá; essa é a minha decisão e vamos fazer valer essa decisão a partir de janeiro.

Diário – O Amapá tem enfrentado grandes dificuldades, pois tem minério mas não tem ferrovia e nem porto para o embarque; o Imap tem enfrentado problemas, inclusive recentemente foi alvo de uma operação da Polícia Federal, e agora o Ministério Público Federal recomendou aos órgãos ambientais o cancelamento das licenças ambientais expedidas para atividades e empreendimentos em dois dos quatro módulos da Flota (Floresta Estadual do Amapá) e nos municípios de Oiapoque e Calçoene. Com o seu eventual governo pretende tratar essas questões que só têm trazido prejuízos para a economia do estado?
Capí – E afugentam produtores, eles próprios me dizem isso; mas para produzir mais, para atrair investidores, que inclusive não investem aqui porque não querem pagar propinas; tudo passa inicialmente pela moralização total do Imap, que vai ser um órgão transparente, vai colocar todo o processamento ambiental na internet para ser acompanhado pelos interessados e pelo público; não vai ter mais essas gavetas que existem, tudo vai ser transparente para que os investidores voltem a acreditar no Amapá. A mineração parou por falta dessa pauta de segurança jurídica, mas estou conversando e vamos conversar com investidores do setor da mineração, e a expectativa é alvissareira, porque eles sabem que tenho autoridade para governar e eles me respeitam.

Capiberibe ratificou suas propostas divulgadas na fase inicial da campanha.

Diário – pergunta formulada por seu concorrente ao governo Waldez Góes – Candidato, na sua última gestão no Executivo Estadual o senhor usava um discurso ambientalistas, mais recentemente se posicionou contra a exploração do petróleo e contra a indústria de soja, mas agora na campanha fala em industrialização da soja. Por que essa mudança repentina?
Capí – Quero afirmar que o atual governador perdeu a chance de industrializar o estado, mas eu não vou perder essa chance; vou industrializar a cadeia agroalimentar; nós temos no Amapá quase o dobro do percentual de desemprego do país; como um governo é insensível e não consegue executar uma política industrialização? Vou repetir: vamos esmagar a soja aqui, produzir óleo aqui, vamos produzir ração e deixar de importar frango congelado de Santa Catarina, que percorre o país todo até chegar às nossas mesas, e com isso vamos garantir emprego para os nossos jovens formados na Ueap, Ifap e Unifap, que estão desempregados. O governo perdeu a chance porque não teve iniciativa, cruzou os braços, mas vamos fazer isso; e afirmo que ninguém vai atrapalhar o processo de industrialização do Amapá.

Diário – O Brasil está vivendo um momento muito difícil na questão da violência. Em sendo eleito que providências serão tomadas para garantir a segurança da população?
Capí – Vamos montar bases da Polícia Interativa com guarnições policiais usando aplicativos na internet, em contato permanente com os moradores, com guarnições prontas para atender todo ; e também especializar ainda mais o Bope, que é fundamental para o combate à violência; vamos criar uma política de segurança para dar qualidade de vida à população; fizemos isso com sucessos nos anos 1990 e vamos fazer isso de novo; hoje o povo do Amapá está jogado nas mãos da bandidagem; nossa Polícia Militar é capacitada e vai ter o nosso apoio, assim como a Polícia Civil.


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