Política

Garimpeiros negam trabalho escravo no Lourenço

O Diário do Amapá teve acesso à documentação registrada em cartório pelos garimpeiros Ivaldo Vicente de Lima, Wando da Silva Moraes, Maycom Diego Souza Rodrigues e Adonias Gomes. As declarações foram levadas por eles à Comissão de Direitos Humanos da OAB-AP, acolhidas pelo presidente, advogado Eraldo Trindade.


Declarações de garimpeiros do Lourenço, no Cartório ‘Cristiane Passos’, em Macapá, podem provocar uma reviravolta na Operação Minamata deflagrada pelo Ministério Público Federal no Amapá (MPF-AP) e Polícia Federal sobre irregularidades que estariam sendo praticadas naquela localidade do município de Calçoene, entre elas a prática de escravidão branca.

O Diário do Amapá teve acesso à documentação registrada em cartório pelos garimpeiros Ivaldo Vicente de Lima, Wando da Silva Moraes, Maycom Diego Souza Rodrigues e Adonias Gomes. As declarações foram levadas por eles à Comissão de Direitos Humanos da OAB-AP, acolhidas pelo presidente, advogado Eraldo Trindade.

Cada um dos garimpeiros declara que trabalha no Lourenço em regime cooperado, não tendo, portanto, nenhum vínculo empregatício com quem quer que seja.

Ivaldo, Wando, Maycom, Diego e Adonias tomaram a iniciativa porque foram arrolados pelo MPF-AP, no processo da Operação Minamata, como garimpeiros submetidos à escravidão.

Num trecho da declaração, similar ao que os outros disseram, Adonias Gomes afirma que foi coagido e obrigado a dizer que trabalhava sem carteira assinada para receber do dono da frente de serviço, conhecido por Piauizinho, as verbas indenizatórias por falta de assinatura da carteira.

Ivaldo Vicente de Lima, após declarar que trabalhava em área da Cooperativa dos Garimpeiros do Lourenço (Coogal), sistema que oferece maiores condições de auferir lucros, afirmou que foi coagido, induzido e pressionado pelo procurador da república, Antônio Diniz, além de procuradores e auditores fiscais, a dizer que havia regime de trabalho escravo no distrito do Lourenço. Mas que ele negou.

A par dessa situação, Promotor Moisés, um dos presos na Operação Minamata, ingressou no Juízo da Vara Federal da Subseção Judiciária de Oiapoque com arguição de exceção de suspeição e impedimento do representante do MPF-AP, Antônio Diniz, no processo da Operação Minamata.

Justificando a arguição, Promotor Moisés aponta, entre outros argumentos, que o procurador da república Antônio Diniz não possui isenção de ânimo em relação à causa. E acrescenta: “Restando evidente interesse não processual para conduzir a representação em nome órgão ministerial, pelo que deve ser afastado do processo, tendo em vista a gravidade de sua ações, pois permanecendo, continuará com sua sanha de buscar a todo custo a condenação do excipiente, conforme fartamente já demonstrado”.


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