Política

Gilvam Borges diz que não teme intervenção e que candidatura única ao Senado é irreversível

Ex-senador, que é o pré-candidato do MDB ao Senado, justifica decisão como necessária para a consolidação de coligações com outros partidos liderados pelo PDT.


O presidente do diretório regional do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), no Amapá, ex-senador Gilvam Borges, descartou nesta terça-feira (19) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) qualquer possibilidade de intervenção da Executiva Nacional do partido no Amapá, e justificou o estabelecimento de uma só candidatura ao Senado como necessária para a consolidação de coligações com o bloco de siglas lideradas pelo PDT, do governador Waldez Góes.

 

A possibilidade de intervenção foi cogitada pela ex-deputada federal Fátima Pelaes no programa, pouco antes da entrevista com o ex-senador, confirmando declarações dadas com exclusividade na noite de segunda-feira ao Portal e em matéria publicada na edição impressa desta terça (19) do Diário do Amapá. Fátima, que também quer concorrer ao cargo, taxou a decisão do diretório regional do partido como “irresponsável” e “antidemocrática”.

 

Antes de iniciar a entrevista, Gilvam Borges anunciou oficialmente a sua pré-candidatura ao Senado.Perguntado se a decisão tomada pelo diretório do Amapá é definitiva, Gilvam respondeu que sim: “Os diretorianos decidiram, é fato consumado, e essa decisão foi tomada porque precisamos dar condições para uma possível coligação com o grupo de partidos liderados pelo PDT, que possui seis pré-candidatos ao Senado”, justificou, para em seguida minimizar comentários feitos por Fátima Pelaes, que o taxou de “golpista”:

 

 

“Toda ação tem uma reação, mas isso não merece resposta. É uma expressão infeliz. Se ela falou isso é porque está emocionada. É normal haver movimentação de idéias. Tenho 28 anos de partido, nossa disposição é grande, sou democrata. É preciso ressaltar que não cabe dois na disputa, só um. Se hoje ela se manifesta dessa forma ela vai responder por isso, responder pelos seus atos como eu respondo pelos meus. Essa situação está definida. Reafirmo que não cabe intervenção, o estatuto do partido só prevê intervenção em casos de crise, e essa questão não envolve crise, mas sim o posicionamento democrático do partido que será respeitado pelas lideranças nacionais”.

 

Lembrado que há uma Resolução da Executiva Nacional aprovada por unanimidade no último dia 3 de abril – que decidiu incluir como diretriz para as próximas eleições que obriga o MDB a registrar a candidatura da ex-ministra Fátima Pelaes ao Senado – mesmo que o partido tenha dois candidatos sob pena de deliberação em sentido contrário ser anulada, o que representaria uma intervenção da executiva nacional, Gilvam Borges minimizou.

 

“São atitudes momentâneas, não tem como haver nenhum tipo de intervenção. A Executiva Nacional respeita as decisões regionais. Na realidade não houve deliberação, não foi acordo, foi uma notinha atravessada durante uma reunião. Mas isso já é matéria vencida e vai ser discutida no âmbito partido. Quanto à afirmação dele de que eu estaria tentando impedir o acesso da mulher à política, não procede em absolutamente nada e ela sabe disso, tanto que a maioria das pessoas que trabalham comigo é de mulheres”, comentou, finalizando:

 

“Repito, está afastada qualquer possibilidade de intervenção, porque eu confio em Deus, na minha liderança e nos meus líderes, presidente Temer, Romero Jucá e o presidente Sarney. Tenho 28 anos de partido, não sou aventureiro, não sou de estar usurpando, não sou exibido; eu só trabalho. São quase oito meses discutindo, sou um homem tático; se estou dando essa entrevista é porque está feito; a evolução que eu digo é conversa entre os partidos que requer equilíbrio das partes, não com declarações impertinentes, ofensivas, indevidas. Eu tenho autoridade moral como presidente do partido não aceito qualquer tipo manifestação deselegante e irresponsável. Na realidade tem gente que está andando em areia movediça. O nosso nome está aí, venho com disputas sempre com votação especular, cujas derrotas decorreram por conjunturas políticas e traições, mas sempre fui muito bem avaliado pela população e minha história não pode ser rasgada.


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