Política

Governadores articulam encontro no Vaticano para tratar da floresta amazônica

O governador Waldez Góes, do Amapá, revelou que a articulação do encontro está “muito adiantada” com a chancelaria do Vaticano


Governadores dos estados que compõem a Amazônia Legal articulam um encontro no Vaticano para discutir temas ambientais e climáticos, incluindo questões relacionadas às queimadas e ao desmatamento crescente na região. O evento deverá contar ainda com representantes de outros países que possuem partes da Floresta Amazônica em seu território. A informação é do blog do jornalista Matheus Leitão.
A reunião com os estados brasileiros e países que abrigam a Amazônia deverá ser realizada um dia após a conclusão do 11º Sínodo (reunião de bispos da igreja católica) da Amazônia, no Vaticano, que acontece entre os dias 6 e 27 de outubro.
Os países que têm a Floresta Amazônica em seus territórios integram a região conhecida como Pan-Amazônia. São eles: Brasil, Colômbia, Equador, Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas e Suriname.
Os estados brasileiros que compõem a região da Amazônia Legal são: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados de Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
A previsão é de que o encontro dessas lideranças políticas sul-americanas – para tratar das questões ambientais – seja com o Monsenhor Marcel Sorondo, chanceler da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano.
Enquanto os governadores brasileiros da Amazônia Legal se mobilizam para o encontro, em sua maioria preocupados com os dados que mostram crescente desmatamento na região, o governo Jair Bolsonaro já se mostrou incomodado com o Sínodo católico.
A mobilização dos bispos para discutirem os temas relacionados à Amazônia levou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, comandado pelo general Augusto Heleno, a admitir, por exemplo, a preocupação com “alguns pontos da pauta”, incluindo questões de “soberania nacional”.
‘Articulação adiantada’
A ideia é que a reunião tenha representantes de todos os países da Pan-Amazônia e dos estados brasileiros da Amazônia Legal. O governador do estado do Amapá, Waldez Góes (PDT), revelou que a articulação do encontro está “muito adiantada” com a chancelaria do Vaticano.
Há até a possibilidade de o papa Francisco antecipar a assinatura do documento que tradicionalmente é consolidado após os debates que acontecem no Sínodo. O ato de assinatura normalmente leva até dois anos.
Waldez Góes explica que a intenção do grupo de estados e países vizinhos é de reafirmar, no encontro, compromissos como o cumprimento da agenda ambiental do clima, do combate ao desmatamento ilegal e da diminuição de emissões de gás carbônico.
Segundo o governador, a proteção das populações tradicionais e das comunidades indígenas, quilombolas e extrativistas também serão debatidas no encontro.
O encontro abordará ainda os interesses sobre atividades econômicas, a que o governador do Amapá classificou como bioeconomia. “São as atividades de baixo carbono, de geração de oportunidades para a população amazônica, com base, logicamente, nas nossas vocações. Então esse é o desenho do evento”, explicou Waldez Góes.


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