Política

“Governar é fácil, é só não roubar. Eu odeio a corrupção”

O primeiro candidato a ser sabatinado no programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) foi Cirilo Fernandes, do PRTB, que concorreu a governador do Amapá, em 2018, obtendo uma votação considerada surpreendente para um estreante na política no Amapá.


O macapaense Cirilo Fernandes é formado em administração, graduado em políticas públicas, tem 53 anos e é funcionário público.Cirilo é o candidato que não usa o fundo eleitoral (Fundão).
Cirilo é de direita e nas últimas eleições obteve mais de 45 mil votos ao governo, sendo o menor custo financeiro de campanha em relação ao resultado de votos.
Ele defende os princípios de Deus, pátria e família, promete o fim da corrupção a valorização do servidor municipal e a responsabilidade com a saúde do município.
Tem como slogan “Coragem para mudar Macapá”

 

Diário do Amapá – O efeito Bolsonaro, naquela eleição, foi o que chamam de ‘fiel da balança’ para a votação expressiva que o senhor obteve em 2018? ou foram os méritos próprios que falaram?

Cirilo – Eu sentia o povo sem muita opção e como sou administrador, com especialização em política pública, dois anos antes daquela eleição eu comecei a estudar os números, a política, a dinâmica e o comportamento do eleitor. Percebi ali uma fragilidade do eleitor, uma decepção com os mesmos que sempre disputavam [as eleições] azul e amarelo, fazendo esse revezamento no poder. Então, nós começamos a construir essa base política que para muitos foi surpresa, mas, para mim, não, pois estava trabalhando um número de pelo menos 100 mil eleitores. Também teve o efeito Bolsonaro, que ajudou, mas a população estava revoltada e indignada com a situação que o país vinha vivendo e até hoje ainda não conseguimos resolver todos os problemas.

 

Diário – E por que o senhor deixou o PSL, pelo qual disputou aquelas eleições e foi para o PRTB, partido do vice Hamilton Mourão?

Cirilo – Eu percebi que o atual presidente [do PSL] usou todo o trabalho que fizemos para o presidente Jair Bolsonaro, então, através do seu pai, que assumiu o Senado há época, fez um lobby com a bancada evangélica e conseguiu a direção do PSL. Mas, mesmo assim, eu estive em Brasília e conversei com o presidente Bivar, onde tínhamos um acordo que eu assumiria a presidência municipal do partido e que seria o candidato a prefeito, mas o acordo não foi cumprido. Mas, também sabia que o presidente da República sairia do PSL e o nosso pessoal todo está com ele, é Bolsonaro, então, sem acordo no PSL busquei um partido aliado e de direita, então, no PRTB vi a oportunidade de construir esse projeto.

 

Diário – Diário – O senhor teme uma segunda onda da Covid-19?

Cirilo – A gente precisa reestruturar o sistema de saúde do município, concluindo o Hospital Metropolitano, que se não houver condições técnicas, fazer ali uma policlínica, com várias especialidades, bem como a construção de um laboratório, que é muito importante também para dar a sustentação e combate à pandemia, para a identificação e isolamento do vírus. A gente percebeu uma demora muito grande na análise dos exames aqui no estado, então, é nossa preocupação também equipar com os instrumentos necessários para que os servidores possam dar o atendimento efetivo para salvar vidas e trabalhar também a prevenção.

 

Diário – Qual seu projeto para o grande número de ruas e avenidas ainda sem pavimentação na cidade?

Cirilo – Já fizemos um levantamento de todas as ruas que faltam receber o asfalto e a urbanização, então, é um compromisso nosso. Essa semana, inclusive, fui ao bairro Marabaixo 4 e fiz um vídeo para dizer que a nossa gestão vai levar asfalto de qualidade, meio-fio, calçada de 1,2 metro, drenagem superficial e drenagem profunda. Eu vou respeitar cada centavo do dinheiro do cidadão. Governar é fácil, é só não roubar. Vocês [eleitores] foram desprestigiados, a cada eleição os políticos sempre prometem melhorias, mas nada fazem, fica na mesmice, estamos cansados de promessas. Eu sou morador de periferia, então sinto as dificuldades e a dores do povo. Eu quero ser o síndico de Macapá.

 

Diário – Como o senhor se posiciona em relação aos recorrentes escândalos nacionais de corrupção no Brasil?
Cirilo – A corrupção é o maior câncer da nossa sociedade. Fato esse que leva os eleitores a estarem desacreditados nos políticos, pois a gente percebe que o intuito deles é sempre o benefício próprio ou de seu grupo. Mas a política vem para trabalhar, para construir a dignidade das pessoas, para dar uma oportunidade de uma vida melhor, mas a gente observa que nesses anos que isso não é diferente aqui no Amapá e em Macapá com os nossos políticos, onde as seguidas operações da Polícia Federal mostram isso quase todos os dias.

 

Diário – Por isso o senhor abriu mão do Fundo Eleitoral para essas eleições?

Cirilo – Eu combato a corrupção, odeio a corrupção, tanto que abri mão do “Fundão”, um dinheiro do trabalhador, um dinheiro que era para ser empregado na educação, na assistência social, na saúde. Esses R$ 2,3 bilhões foram retirados de políticas públicas para financiar a campanha e serão gastos em 45 dias. ■


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