Política

Governo articula atualização de Cartas Náuticas para o Amapá

Ampliação do calado do canal Barra Norte do rio Amazonas.


O governador Waldez Góes recebeu nessa quarta-feira, 2, no Palácio do Setentrião, técnicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro que apresentaram proposta de estudo sobre a profundidade real e ampliação do calado (profundidade em que cada navio está submerso) do canal Barra Norte do rio Amazonas, que dá acesso ao Porto de Santana. A pesquisa aponta que o aumento de calado possibilita que navios com maior capacidade de carga atraquem no porto, melhorando as possibilidades de navegação.

O estudo sugere que com melhor navegabilidade, haverá um aumento na exportação de mercadorias e os custos das operações serão barateados. “Para garantir esse avanço da atividade portuária é necessário se fazer estudos que levem a soluções inovadoras”, pontuou Suzana Vinzon, pesquisadora hidrográfica da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os últimos levantamentos feitos foram cartas náuticas definidas pela Marinha do Brasil ainda na década de 50. O que se tem são informações defasadas, sem contar que a foz do Rio Amazonas e o Canal Norte tiveram mudanças significativas em sua natureza. A ideia é atualizar essas informações, melhorar a navegabilidade na região e definir a localização estratégica do Amapá no contexto do desenvolvimento regional.

“Para que o Amapá seja um grande ponto logístico da Amazônia, precisamos investir em conhecimento, isso é uma pré-condição para instalações de novos projetos portuários e melhorar a operacionalidade do Porto de Santana. É uma alternativa para o desenvolvimento futuro”, frisou o secretário de Estado de Planejamento, Teles Júnior.

Segundo a Capitania dos Portos, o Amapá possui um grande potencial logístico, por ser a porta de entrada da Amazônia. Mensalmente, 50 navios mercantes passam pelo Estado e mais 70 milhões de toneladas são movimentadas nos portos da Amazônia. “Se formos pensar em movimento de carga considerando o Rio Amazonas como um grande complexo portuário, seria o segundo maior do Brasil, só perdendo para o porto de Santos, em São Paulo”, enfatizou Aderson de Oliveira Caldas, comandante da Capitania dos Portos no Amapá.

A partir da apresentação da pesquisa, o governo deve articular junto com a iniciativa privada, o financiamento para esse estudo preliminar. A próxima etapa seria trabalhar o projeto do estudo definitivo de acordo com as Normas Técnicas ditadas pela Organização Hidrográfica Internacional, da Marinha do Brasil, para atualização das cartas náuticas do Canal Norte.

“Não dá para sonhar com o processo e desenvolvimento mais ousado sem considerar essa vocação portuária de logística que o Amapá tem a partir do Porto de Santana e de outros terminais que podem surgir a margem do Rio Amazonas. Só que para isso precisamos aprofundar os conhecimentos, pesquisas e informações”, afirmou governador Waldez Góes.


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