Política

Juiz João Bôsco sugere a Davi deixar como legado o Porto de Santana enquanto presidente do Senado

Colocando a ferrovia no mesmo ‘pacote’, magistrado entende que esse é o caminho para o desenvolvimento do Amapá, a partir do escoamento de grãos de Mato Grosso.


Entrevistado com exclusividade nesta sexta-feira (08) pela bancada do programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 909), o juiz federal João Bôsco, da 2ª Vara da Justiça Federal do Amapá, sugeriu ao senador Davi Alcolumbre (DEM) deixar como legado o Porto de Santana e a Estrado de Ferro (EFA), que segundo ele serão as molas propulsoras do desenvolvimento do estado, a partir do escoamento de grãos de Mato Grosso.

Perguntado sobre suas expectativas para o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e instado a comentar sobre o ‘pacote’ de 14 medidas, enviado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro ao Congresso Nacional, João Bôsco disse que “são as melhores possíveis”, e elogiou a formação do Ministério, com a nomeação de técnicos para a maioria das pastas, citando como exemplo o ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes.

O magistrado também alertou sobre a necessidade das reformas, mas ponderou que “devem ser feitas com responsabilidade, focando sempre o coletivo, o melhor para a população, com prudência para não sacrificar tantos direitos; é preciso que se tenha comedimento, para que não se faça umas reforma da Previdência que interessas do mercado financeiro, mas sim do país, porque o mercado financeiro pauta governo; é preciso tomar cuidado para não privatizar o estado, pois esse segmento tem interesse abocanhar os filões que vão sobrar; tem que ser de forma responsável”.

“Campo de concentração”
João Bôsco, que se notabilizou por sua atuação com a aplicação da justiça com viés social, buscando sempre ouvir os segmentos interessados, afirmou que o exercício do Poder tem que ser feito com diálogo, referindo também à justiça, citando como exemplo a viabilização do novo Pronto Socorro que será construído na Zona Norte de Macapá. “Foi algo construído por diversos segmentos, não foi feito e gabinete e vai atender as demandas da sociedade, ajudando a desafogar o HE (Hospital de Emergências), que mais parece um campo de concentração, com previsão de a obra ser concluída em três anos; nesse, como em vários outros casos, partimos para o diálogo e felizmente prevaleceu o bom senso. Quando o Judiciário entra na discussão também entra a racionalidade, sem esse discurso partidário sem muita substância”, analisou.

Entre outras ações conquistadas por meio do diálogo, João Bôsco é o conjunto Miracema, inicialmente com 500 unidades. “Foi outra grande conquista e estamos lutando para liberr mais 4.500 moradias, porque o projeto total é de 5 mil; temos também a Rodovia Norte-Sul e a unidade do Hospital do Câncer de Barretos, que foram viabilizadas por meio da Justiça Federal através de diálogo permanente, o que possibilitou a transferências da terras da União para o Estado”.

Para a viabilização das 4.500 moradias restantes previstas no projeto do Conjunto Miracema, João Bôsco conclamou a união de esforços da bancada e, sobretudo, a interferência direta do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, tendo como principais beneficiários moradores de área de ressaca. “Temos que buscar a força (política) do senador Davi na presidência do Senado para liberar as 4.500 moradias restantes; temos que interferir nas áreas de ressacas e fazer o que fizemos no Canal do Jandiá, destruir as casas de lá, porque ali se mora no esgoto e o Poder Público leva gratuitamente de forma demagógica a energia elétrica e a água, o que é um desperdício, uma perda terrível, insuportável financeiramente para a CEA e a Caesa, e quem paga a conta somos todos nós; demagogia em cima da miséria! Temos que ter política pública construída com diálogo para remanejar as famílias e coloca-las em uma área com rede de esgoto, água, luz e escolar, como no Residencial Macapaba”, ensinou.

Hospital Metropolitano
O juiz também comentou sobre a obra do Hospital Metropolitano: “Avançamos muito, tanto que já existe até área de 6 hectares destinada à construção do novo Hospital de Emergências, entre o Ifap e o Macapaba; temos um grupo de trabalho atuando para a sua viabilização, juntamente com a Rodovia Norte-Sul, cujo projeto já está pronto, inclusive com os dois encaixes, cuja obra com um total de 7 quilômetros vai custar 63 milhões de reais; é um projeto alvissareiro, que já poderemos licitar ano que vem se a bancada federal colocar os recursos; nós também ajudamos a formatar essa obra por meio da intermediação da justiça para a elaboração do projeto”.

Ele citou, ainda, os avanços para a pavimentação do trecho sul da BR-156, que liga Macapá ao Vale do Jari: “Já pavimentamos o caminho para a pavimentação da rodovia; o grande problema era a licença do Ibama para a instalação, que já se arrastava por 20, 30 anos; sentamos com o Ibama e o ICMbio (Instituto Chico Mendes) e conseguimos finalmente a liberação; mas há outro problema, cuja solução também está a caminho, que é a questão dos sítios arqueológicos; que também está sendo solucionado através da delimitação e posterior resgate, trabalho este que está sendo executado pela Iepa; em seguida, no mais tarde em agosto o Iphan concederá o licenciamento. Sob o ponto de vista da burocracia não há mais problema algum, e acredito que em cinco anos, no máximo seis, a rodovia vai estar totalmente pavimentada.

Mais uma vez perguntado sobre se aspira se candidatar a cargo eletivo no estado, João Bôsco desconversou: “Vamos deixar o tempo passar, ainda tenho algum tempo na magistratura. Ulysses Guimarães dizia que assim como na política, você olha para o céu e vê a nuvem de um jeito, mas depois vê de outro jeito; o Judiciário também tem função política, isso é inegável, pois a legislação, a própria Constituição Federal dá ao juiz o poder da ação pública, mas tem que usar de forma moderada e responsável; exemplo disso é que eu me sento com o governador Waldez, com o prefeito Clécio e os demais prefeitos, e agindo dessa forma já consegui salvar 30, 40 milhões de reais para o estado, viabilizando a construção, por exemplo, a Estação de Água que abastece a Zona Norte com 10 milhões de litros, recursos estes segurados através da minha caneta Bic”, finalizou.


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