Política

MP Eleitoral apresenta alegações finais em processo de cassação de Zezinho Tupinambá por fraude nas eleições de 2018

O PSC utilizou assinatura falsificada para regularizar as contas e possibilitar a candidatura do parlamentar


Em alegações finais, o Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) pede a cassação do mandato do deputado estadual Zezinho Tupinambá (PSC) por fraude praticada nas eleições de 2018. O parecer final foi juntado, na última semana, à Ação de Impugnação de Mandato Eletivo (Aime), em trâmite no TRE-AP, que tem como relator o juiz eleitoral Léo Furtado.

Na manifestação, o MP Eleitoral narra que, em razão de contas julgadas não prestadas, o PSC estava impedido de participar do pleito eleitoral de 2018. Com o intuito de regularizar as contas, o partido utilizou assinatura falsificada no processo, conforme atestou perícia da Polícia Federal. A fraude praticada foi decisiva para favorecer a candidatura de Zezinho Tupinambá.

Em trecho do documento, o MP Eleitoral frisa que “a fraude afetou de maneira contundente a legitimidade e a normalidade do pleito eleitoral de 2018 para o cargo de deputado estadual no Amapá”. Nas alegações finais, o órgão pede a cassação do diploma e do mandato do deputado estadual Zezinho Tupinambá e dos diplomas de suplentes dos demais impugnados filiados ao PSC.

O órgão pede, ainda, que os efeitos da decisão da Aime sejam condicionados ao resultado do julgamento da ADI 6032 pelo Supremo Tribunal Federal. Tal ação visa a decretar a inconstitucionalidade de dispositivos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que determinam a suspensão do registro ou da anotação do órgão de direção estadual ou municipal quando as contas do partido forem julgadas não prestadas.

O MP Eleitoral pontua que, embora a procedência da ADI seja capaz de extirpar as resoluções do TSE e tornar indevida a sanção de suspensão de anotação do PSC por ausência de prestação de contas, não tornará inexistente ou irrelevante eventual fraude documental cometida pelo partido.

Compra de votos – O deputado estadual Zezinho Tupinambá também responde a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) por compra de votos. Segundo o MP Eleitoral, autor da Aije, o parlamentar, quando candidato, cometeu captação ilícita de sufrágio de forma direta e por meio de cabos eleitorais. As alegações finais do MP Eleitoral, com pedido de cassação do mandato e pagamento de multa, foram apresentadas em agosto. Ainda não há data para o julgamento.


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