Política

Patrícia Ferraz, que chama conteúdo jornalístico de ‘fake news’, é a mesma que mentiu ao MS, por atestado médico, para viajar com amigas pela Europa

A odontóloga Patrícia Ferraz, que comandava a pasta da Assistência Social de Macapá, foi afastada das funções, a pedido, mas reagindo ao noticiário que informou sua saída, chegando a chamar a notícia de ‘fake news’.


Da Redação

 

A secretária Municipal de Assistência Social de Macapá, Patrícia Lima Ferraz, teve o pedido de afastamento das funções autorizado pela Portaria nº 579/2021, datada de 20 de setembro, com efeito a contar do dia 21 do mesmo mês, de acordo com documento publicado no Diário Oficial do Município.

 

Patrícia requereu afastamento por meio do memorando 43.865/2021-1DOC. No lugar de Ferraz assume o cargo o subsecretário de Planejamento e Gestão da Semas, Maxwell de Souza Alves. A saída de Patrícia da pasta acabou, novamente, repercutindo depois que ela foi às redes sociais negar os fatos noticiados, chegando a chamar de ‘fake news’ as publicações jornalísticas sobre o desligamento, mesmo ela tendo informado no pedido que iria cuidar de ‘assuntos pessoais’, sem ônus para os cofres públicos.

 

A polêmica se assemelha ao ano de 2016, quando a odontóloga, que ocupava o cargo de coordenadora de Saúde Bucal do Ministério da Saúde (MS), no estado, integrando a base do governo de Michel Temer, foi exonerada pelo ministro Ricardo Barros no dia 13 de dezembro, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU).

 

A exoneração decorreu de postagens feitas por Ferraz em redes sociais com as hashtags #Ferias2016 #Europa #Madrid #Viagemcomasamigas. É que, no mesmo período, a então coordenadora havia requerido uma licença médica de três dias, inclusive apresentando atestado de licença médica. As imagens foram feitas por ela e as amigas no centro de Madri, na Espanha.

 

A repercussão negativa, que demonstrava claramente que ela não tinha problemas de saúde e que deixou as funções para se divertir com as amigas, como ela mesma descreve na legenda da foto, acabaram levando o ministro a exonerá-la do cargo.

 

Na época, o próprio MS declarou que o tratamento fora do país foi descrito por Ferraz no pedido de licença, sendo custeado com recursos próprios da dentista. No documento ela não detalhou que tipo de tratamento que iria realizar, alegando apenas se tratar de “questão particular que fugia de sua atuação na pasta”.

 

Nova exoneração

Na edição de 13 de janeiro de 2017, o Jornal Zero Hora, de Porto Alegre (RS), noticiava uma segunda exoneração de Patrícia Ferraz. Ela havia acabado de ser nomeada para ocupar o cargo de coordenadora-geral de Fiscalização e Projetos do Departamento de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, com remuneração de R$ 9.025,21.

 

Ainda de acordo com o Zero Hora, a nova e imediata exoneração ocorreu por parte do governo depois que os fatos de 2016 foram divulgados pela Rádio Gaúcha (93.7 MHz)

 

Em um dos trechos da reportagem, o jornal gaúcho (Zero Hora) destaca que: “Diante do noticiamento na data de hoje de que supostamente a indicada não teve comportamento adequado ao Serviço Público, por cautela, se decidiu por tornar sem efeito a nomeação da mesma”, informou a assessoria por meio de nota.

 

O Zero Hora seguiu informando em outro parágrafo: “Ainda segundo o comunicado, o ministério não tinha conhecimento de qualquer irregularidade cometida pela servidora. “Seu nome foi previamente submetido ao crivo das pesquisas dos órgãos governamentais competentes no dia 06/01/2017, sendo que sua nomeação foi liberada no dia 12/01/2017 por não haver nenhum impedimento legal para que a mesma fosse efetivada, o que ocorreu de fato no dia 13/01/2017”, diz o texto.

 

Em ambas as exonerações, à parte o atual pedido de afastamento de cargo na PMM, ficam claros os contorcionismos de Ferraz para burlar o serviço público em detrimento de seu lazer, como demonstrado no episódio europeu, colocando as políticas públicas pelas pastas por onde passou sempre em segundo plano.


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