Promotor Moisés compara a corrupção ao rato
“A gente mata uma ninhada, mas logo aparece outra”, diz o candidato a prefeito de Macapá
“Não negocio com ladrão do dinheiro público”. A expressão foi pronunciada na manhã desta quarta-feira, 31, pelo Promotor Moisés, candidato a prefeito de Macapá, em entrevista, quando perguntado se na eventualidade de ir para o segundo turno das eleições municipais de outubro negociará acordo com políticos reconhecidamente corruptos.
Promotor Moisés tem um histórico anticorrupção, levado pela sua atuação como integrante do Ministério Público do Amapá, do qual já é aposentado. Ele atuou nas promotorias do patrimônio público e da defesa do meio ambiente. Enfrentou, por meio de denúncias, o Tribunal de Contas do estado e a Assembleia Legislativa.
Moisés chegou a ser desligado do MP, acusado de malfeitos no nordeste do Brasil, porém anos depois foi reintegrado, por decisão unânime pelo Superior Tribunal de Justiça. Em uma entrevista anterior à desta quarta-feira, o promotor aposentado afirmou que caso ganhe a Prefeitura de Macapá, pessoalmente prenderá o servidor flagrado em ato de corrupção.
O Promotor Moisés foi entrevistado, nesta quarta-feira, no programa LuizMeloEntrevista (Diário FM 90,9), sendo o terceiro candidato a prefeito da capital sabatinado de uma série que será fechada dia 21 de setembro por Genival Cruz, do PSTU. Antes, também serão entrevistados os candidatos Clécio Luís (Rede) em 2 de setembro; Gilvam Borges (PMDB), dia 14 de setembro e Aline Gurgel (PRB), dia 16.
Moisés pertence ao Partido Ecológico Nacional (PEN), e disputa o Palácio ‘Laurindo Banha’, número 51, com apoio de duas outras legendas, PTC e PMN, essa última pertencente à sua candidata à vice prefeita, Raquel Capiberibe. A junção de PEN, PTC e PMN foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Amapá como coligação ‘Macapá da Esperança’.
Na entrevista, o Promotor Moísés prometeu fazer Macapá ecologicamente correta. Uma das suas ações, com esse objetivo, será dotar as áreas de ressaca com iluminação e coleta de lixo, entre outros trabalhos que possam promover um meio ambiente digno aos moradores das baixadas da cidade.
O candidato prometeu criar a Secretaria Municipal de Segurança Pública para combater a criminalidade no âmbito de Macapá. Ele explicou que a atribuição da segurança pública pertence ao estado e à União, mas que o município pode contribuir. “Não podemos ficar discutindo o sexo dos anjos. Hoje, em Macapá, está se matando por um real, um celular, por uma bicicleta. Então, vamos criar a Secretaria para atuar ajudando a Polícia Militar e outras polícias”, pontuou.
Moisés disse que em seu governo toda a área urbana de Macapá será regularizada. Segundo ele, se for eleito, dará a cada munícipe o orgulho dizer “eu sou dono do meu lote’. Famílias sem recursos poderão regularizar seus lotes, gratuitamente; outras, poderão fazer o processo por até mil reais com o compromisso de pagar o IPTU. O candidato esclareceu que com o título definitivo de seu terreno o cidadão pode fazer empréstimos bancários para melhorar a situação de sua moradia.
Promotor Moisés também vai criar a Secretaria Municipal Antidrogas e estabelecer uma política pública municipal sobre a questão. O postulante ao cargo de prefeito afirma que na Secretaria Nacional de Drogas há dinheiro suficiente para garantir o funcionamento da Secretaria Antidroga de Macapá, e que para viabilizá-la basta elaborar projeto.
Moisés também é famoso pelo seu empenho no combate às drogas. Chegou a fazer campanha com audiências públicas em vários municípios do estado do Amapá. É dele a frase bastante conhecida entre os amapaenses contra o tráfico e o vício das drogas, que por muito tempo foi distribuída em outdoors: “Denuncie o traficante, antes que ele adote o seu filho’.
Na entrevista, o Promotor Moisés comparou a corrupção ao rato. “A corrupção é como rato. A gente mata uma ninhada, mas logo aparece outra. Mas os ratos são controlados, e precisamos controlar a corrupção”, discorreu o candidato a prefeito, para concluir: “Não faremos acordo, não temos compromisso nem negócio com ladrão do dinheiro público”.
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