Política

“Quando você olha a cidade, em cada canto tem uma obra nossa. Somos realizadores”, garante João Capiberibe (PSB)

Candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) foi o quinto a ser entrevistado no programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9 FM) nesta sexta-feira (23), acompanhado do vice Rubem Bermeguy (Rede).


Foto: Joelson Palheta/DA

Railana Pantoja
Da Redação

 

Quinto participante da rodada de entrevistas do programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9 FM), o candidato João Capiberibe (PSB) e o vice Rubem Bermeguy (Rede), apresentaram e defenderam nesta sexta-feira (23) propostas para Macapá nas Eleições 2020.
João Alberto Rodrigues Capiberibe nasceu em Afuá (PA), mas desde os sete anos de idade vive no Amapá. Em 1962 se engajou na Ação Libertadora Nacional (ALN), de Carlos Marighella, para lutar contra a ditadura militar, mas pagou caro pela ousadia: foi preso, torturado e exilado, tendo que levar a família para morar no Chile, Canadá e Moçambique.

Na carreira política, Capiberibe já foi prefeito de Macapá (1988), governador do Estado por dois mandatos (1994-2002) e senador da República, também por dois mandatos (2002-2010). É membro do Partido Socialista Brasileiro (PSB) desde 1987 e em 2019 assumiu a vice-presidência Nacional de Modernização Partidária, sendo um dos responsáveis pelo processo de autorreforma do partido.


Diário – Com investimento e bons projetos podemos transformar Macapá num exemplo de cidade para o Brasil?
Rubem – Só assim podemos. Mas qual é o investimento? É numa cadeia produtiva solidária, em que as pessoas que nunca tiveram atenção do poder público possam acessar recursos e investir também no estado. Você tem três formas de trazer as pessoas para o mercado de trabalho: a primeira é com o emprego formal, a segunda é o empreendedorismo e a terceira é a economia solidária, esta última parece ser a grande solução para um momento de crise como o que vamos viver no ano que vem. É por isso que o Capi fala na criação de um banco do povo, um banco comunitário que cria a própria moeda com o mesmo valor do real e deixa circular entre as pessoas mais pobres.

 

Diário – A pandemia afetou fortemente a economia, não só em Macapá, mas em todo o mundo. Quais suas propostas para gerar emprego e desenvolvimento econômico?
Capiberibe – É uma questão que merece uma análise mais apurada, nós estamos na pandemia do coronavírus e ano que vem vamos ter a “pandemia econômica”, uma recessão no mundo todo. A Prefeitura cuida, hoje, da coleta de lixo, do transporte coletivo, da saúde básica, das escolas, mobilidade; mas, para o ano, vamos acrescentar outra função: cuidar da economia da cidade. Pra isso, vamos criar uma instituição financeira para colocar dinheiro, na forma de crédito e assistência técnica, na mão dos empreendedores individuais. E também financiar os alunos que vão sair dos laboratórios de qualificação profissional, vamos financiar para que implantem seus negócios. Vamos ter essa instituição financeira para promover, incentivar e lotar a Secretaria de Desenvolvimento com uma equipe técnica altamente qualificada para alavancar nossa economia.

 

Diário – Como implementar tecnologia e modernizar as escolas, dando suporte aos professores e alunos?
Capiberibe – Temos que trazer a prefeitura para a era digital, a Prefeitura de Macapá é analógica. Quando você precisa de um documento expedido pela instituição, seja um alvará de licença para funcionamento, por exemplo, leva meses. Então, nós vamos informatizar inteiramente a Prefeitura. Vamos estender uma rede de fibra óptica, já temos os valores para isso, do mesmo jeito que fizemos no Governo do Estado, nós estendemos uma rede de fibra óptica na década de 90 e ela nos proporcionou uma internet de alta velocidade. A partir dessa internet nós implantamos o Super Fácil, que foi uma revolução na cidade. Antes, uma carteira de identidade levava meses para ser expedida. jJá com o Super Fácil, em meia hora o cidadão saía com a identidade, carteira de trabalho, no bolso. Vamos modernizar e colocar a Prefeitura na era digital, acho que foi um descuido não acompanhar essa revolução que a tecnologia fez nas nossas vidas. E agora, com a pandemia, a digitalização das nossas relações deu um salto enorme.

 

Diário – O senhor tem projeto para fortalecer a produção e escoamento da agricultura familiar?
Capiberibe – Familiar e industrial, vamos trabalhar com esses dois segmentos. Na agricultura familiar vamos insistir na agroindustrialização da produção, e pra isso nós construímos duas fábricas, com recursos conseguidos junto ao Ministério da Integração e Desenvolvimento. Umas dessas fábricas é para padronizar e manusear os legumes para que eles cheguem aos supermercados já higienizados e o consumidor possa levar pra casa pronto pra consumir. Essas fábricas estão prontas há dois anos e paradas, a outra é uma de polpa de frutas. A agricultura industrial, dos produtores de grãos, já estamos conversando com alguns empresários, inclusive um deles está implementando uma fábrica de ração e ele promete produzir isso. O entrave pra produção agropecuária é a falta da ração. Com a produção de soja e milho, que correspondem a 95% da ração animal, nós vamos deslanchar essa cadeia produtiva. Vamos produzir ovo, o gado leiteiro, o suíno e o peixe.

 

Diário – Como valorizar os servidores da educação municipal?
Capiberibe – Historicamente eu fui o prefeito que pagou salários dos professores municipais mais altos que do Governo Federal. E enquanto governador, fui o que melhor pagou salário de professor. Nosso salário era o primeiro do Brasil, igual ao salário do Distrito Federal (DF), e a mesma coisa foi com a PM. Daqui há 4 anos, quando eu sair da Prefeitura, vou deixar os professores ganhando mais que os do estado. É mais que garantir o piso, é repor as perdas salariais que eles perderam na gestão do prefeito Clécio, que é professor.

 

Diário – Quais suas propostas para o esporte e lazer?
Capiberibe – Vamos introduzir alguns esportes olímpicos nas nossas escolas municipais, como o judô. Já conversamos com especialistas e algumas escolas têm o tatame, em conversa com especialistas da Unifap estamos estudando para que a gente possa introduzir o judô nas aulas de educação física das escolas municipais. E as nossas praças das periferias, que estão abandonadas, vamos ocupar com professores de educação física e a Guarda Civil Municipal vai atuar também. Teremos projetos esportivos em cada praça da cidade, isso acontece em toda cidade organizada, e nós vamos organizar de forma moderna. Você pega o smartphone e tem vários aplicativos, então, vamos usar isso para juntar os moradores do entorno da praça e a nossa equipe da Prefeitura, para promover e desenvolver o esporte.


Deixe seu comentário


Publicidade