Política

Reunião discute retomada da economia solidária no Amapá

Em videoconferência, movimentos da sociedade civil organizada apresentaram propostas de promoção da empregabilidade de grupos vulneráveis baseadas na economia solidária.


Passado o período mais grave da pandemia e considerando a aproximação do encerramento do auxílio emergencial, retomar a economia nas periferias é um grande desafio.  Pensando nisso, o Ministério Público do Trabalho no Amapá (MPT) esteve reunido com integrantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS), Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia do Amapá (SETEC/AP), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e sociedade civil organizada, representada por apoiadores do Centro de Atividades Sociais da Periferia (CASP), Central Única das Favelas(CUFA/AP) e Amapá Solidário.

 

A reunião, realizada por videoconferência, teve como objetivo escutar a sociedade civil e as instituições quanto a projetos de empregabilidade de grupos vulneráveis e os desafios da retomada da economia popular nas periferias. De acordo com Alzira Nogueira, apoiadora do movimento Amapá Solidário, no período de pico da pandemia, organizações como o CASP, o Amapá Solidário e a CUFA/AP direcionaram esforços à segurança alimentar e nutricional das comunidades, mas agora é necessário pensar e construir  propostas  para  promover  a  inclusão  econômica, gerar renda e trabalho digno.

 

Alzira conta que no bairro de Congós em Macapá, área de atuação do CASP, existem mais de 1 mil famílias cadastradas. Segundo pesquisa feita com 300  delas, constatou-se que a maioria  é chefiada por mulheres, formadas por pessoas pretas ou pardas, com renda  mensal  igual  ou  inferior  a  R$  500,00.

 

A partir dessas informações, o Centro de Atividades Sociais da Periferia está desenvolvendo um projeto chamado “Teia Colaborativa – rede de economia solidária no bairro do Congós”, cuja primeira fase será de diagnóstico dos empreendimentos locais. Após a aplicação de questionário, se pensará em soluções de capacitação e formação a fim de impulsionar negócios locais e gerar trabalho e renda.

 

As demais instituições participantes manifestaram-se no sentido de como poderiam contribuir para o desenvolvimento da iniciativa apresentada, seja com o fornecimento de capacitação, formação técnica, gestão de projetos ou trazendo a experiência de ações já desenvolvidas com finalidades semelhantes.

 

Ao final da reunião, ficou estabelecido que o projeto então elaborado pelo CASP, CUFA e Amapá Solidário será encaminhado às demais organizações, para que cada uma faça suas ponderações. Após isso, será realizada um novo encontro para fechamento da proposta.

 

Para o procurador do Trabalho, Eduardo Sidney Filho, que presidiu a reunião, deve-se trabalhar no campo da economia solidária, do empreendedorismo social e do cooperativismo. Ele ressaltou a importância da comunidade e de outros atores sociais, como pressuposto das destinações de recursos feitas pelo Ministério Público do Trabalho, a fim de conferir maior caráter democrático à sua utilização. Desde o início da pandemia, o MPT já destinou mais de R$ 312,8 milhões a ações de enfrentamento à Covid19 em todo Brasil.


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