Ulisses Laurindo

Insatisfação de Cuellar

A barração de Cuéllar na partida contra o Goiás pegou muitos torcedores do Flamengo de surpresa, mas dentro do clube a decisão do técnico Jorge Jesus apenas escancarou o clima desconfortável que o volante vive após a Copa América. O jogador, xodó da torcida, já falou sobre o sonho de se transferir para a Europa, mas, de acordo com integrantes da cúpula do futebol rubro-negro, nunca foi apresentada uma proposta. Versão questionada por pessoas ligadas ao jogador.

Após ser eliminado com a seleção da Colômbia na Copa América, onde fez apenas um jogo e marcou um gol, Cuéllar retornou ao seu país sem autorização do Flamengo e só se reapresentou cinco dias depois da derrota para o Chile. Oficialmente, o clube diz que o atleta foi liberado por dois dias, mas a situação não pegou bem internamente. No Ninho do Urubu, conversou com o vice de futebol Marcos Braz. No papo frio, ouviu que apresente propostas de outros clubes. Um eventual reajuste salarial não entrou em pauta. De Jorge Jesus, não recebeu explicações por sair do time. E não gostou.

Cuéllar tem 26 anos – completa 27 em outubro – e em 2018 renovou o contrato com o Flamengo até junho de 2022. Seu salário não está entre os maiores do elenco, e ele passou a se sentir desprestigiado. A relação da diretoria com os representantes do colombiano também não é boa – Cuéllar já teve mais de três agentes à frente de seus interesses desde 2016, quando chegou à Gávea.

O clube não tem intenção de alterar os vencimentos do atleta agora, principalmente sem a oficialização de uma oferta de outra equipe. Está respaldado por mais três anos e meio de vínculo e multa de € 70 milhões. Vale destacar que Cuéllar tem sido um dos jogadores mais regulares do elenco desde o ano passado e é um dos atletas mais queridos pela torcida rubro-negra.

Após o fim do jogo contra o Goiás, com goleada de 6 a 1, os jogadores foram para o centro do campo agradecer o apoio dos torcedores, incentivados por Jorge Jesus. De cabeça baixa, Cuéllar foi se encaminhando para o vestiário. Após insistência de um integrante da comissão técnica, ele retornou, aparentemente contrariado.

Crise no Fogão

O ano de 2019 do Botafogo já se anunciava dramático desde o início do ano. Parecer do Conselho Fiscal em cima do balanço referente ao exercício de 2018, publicado em abril, destacava déficit na receita bruta do clube e elevação da dívida. Segundo a empresa de marketing esportivo “Sports Value”, do especialista Amir Somoggi, o Alvinegro é o maior devedor do futebol brasileiro: R$ 730 milhões.

Mas o mês de julho tem sido especialmente devastador. Já desgastados com a rotina de atrasos, os jogadores fizeram o segundo protesto no ano e resolveram se calar. Com dois meses, premiações e direitos de imagem em aberto, fecharam-se na ideia de só voltarem a conceder entrevistas após que pelo menos parte do débito seja quitado. Não há previsão, porém, para o acerto e já existe o temor que, caso se chegue a três meses de salários atrasados, jogadores procurem a Justiça a fim de se desvincularem de forma unilateral.

O quadro de penúria financeira é claro, e o clube, sufocado por penhoras, dívidas trabalhistas e com a União, não consegue recursos para amenizar o clima junto aos atletas nem para pagar funcionários, que não receberam o mês de junho. A busca por um patrocinador master segue sem sucesso desde fevereiro, quando a Caixa deixou o clube. O Botafogo, aliás, ainda tem a receber da instituição federal, mas na luta para reconquistar as CNDs (certidões negativas de débito) necessárias, tais recursos não entram.

A Kappa, nova fornecedora de material esportivo, só entrará no uniforme em setembro, quando as peças serão lançadas. Com o estoque da Topper, que atualmente estampa sua logomarca na camisa alvinegra, praticamente esgotado, o clube encontra mais um entrave para a obtenção de receitas.

Figuras importantes são convidadas
Acuado, sem respostas e, principalmente, sem o faz-me rir para o elenco, o departamento de futebol do Botafogo, capitaneado por Anderson Barros, tem convidado figuras importantes do clube a se aproximarem do dia a dia dos atletas.
A iniciativa de convocar ídolos e pessoas que têm o hábito de ajudar o Glorioso partiu de Eduardo Barroca, coube a Anderson entrar em contato com essas pessoas.

CBF conversa com Pia Sundhage para substituir Vadão; bi olímpica com EUA já sinalizou interesse

A CBF já tem um nome de preferência para assumir a Seleção feminina. A sueca Pia Sundhage, bicampeã olímpica com os Estados Unidos e atual comandante da categoria sub-16 da Suécia. Após a eliminação das brasileiras na França, ela foi procurada pelo presidente Rogério Caboclo e se mostrou aberta a uma proposta.

O passo seguinte será dado nas próximas semanas, oficializar o interesse e discutir detalhes caso ela aceite o convite. Além disso, conversar sobre a substituição com o atual treinador, Vadão. O comandante já sabe que seria muito difícil sua permanência no posto.

Pia e Caboclo se aproximaram este ano quando a treinadora esteve no Brasil, à convite da CBF, participando de seminário sobre a categoria. Na ocasião, chegou a responder a perguntas da imprensa a respeito da Seleção feminina e mostrou que um namoro seria possível, embora ter dito que seu vínculo com o atual emprego vai até o fim do ano.

Após a derrota na França, foi procurada pelo dirigente e o assunto teve continuidade. A ideia da CBF é oferecer um contrato de longo prazo para a treinadora e a proposta de que promova uma reformulação da Seleção. A entidade também espera ouvir qual seria o planejamento e as propostas de trabalho que Pia pretende executar, caso o convite avance.

O trabalho da sueca é tido como uma referência no futebol feminino. Além do bicampeonato com as americanas, ela tem no currículo a final da Rio 2016, com a Suécia, quando eliminou sua antiga seleção (a americana), sendo derrotada pela Alemanha na decisão. A campanha também ficou marcada por ter conseguido reverter uma derrota importante justamente para a seleção brasileira. Depois de levar 5 a 1 do Brasil na primeira fase, reverteu a situação vencendo a equipe de Vadão nos pênaltis, eliminando as donas da casa.

Caso Pia não aceite a proposta, a CBF vai procurar outra mulher referência na área. Isso já é consenso na entidade, a substituta de Vadão será uma mulher. Ela é vista como um nome perfeito por aliar este critério ao da eficiência técnica. Além de ser vista como alguém que possa ser o que Tite foi para a masculina, uma espécie de “escudo” moral e técnico para a Seleção.

Fica, Tite. E faça o Brasil evoluir

Se a renovação inevitável que a seleção brasileira precisa ter não seria possível sem o título de campeão da Copa América como anfitrião, esta etapa está vencida. Com mérito e sem brilho, o Brasil ganhou o torneio contra um Peru organizado e tão competente quanto possível para o grupo de jogadores de que dispõe. A Copa América, como competição, teve nível técnico medíocre. Messi, sempre candidato a melhor do mundo, jogou um futebol medíocre e decidiu recorrer à subterfúgios como queixas e acusações contra a Conmebol para não ter que explicar por que, com qualquer treinador e com qualquer parceria, joga tão menos na Argentina do que no Barcelona. É verdade que foi expulso injustamente na disputa de terceiro lugar entre Argentina x Chile. Afora isso, não jogou bem outra vez. E não foi só em 2019; está na seleção há mais de 10 anos e não tem como ser comparado a outro conterrâneo, Maradona, que de azul e branco jogou infinitamente mais do que Messi. Isto é problema dos argentinos.

Tite deve ficar e renovar a seleção brasileira. Aliás, em tempo: ninguém é bom ou ruim porque jovem ou velho. Talento não tem idade. Competência não tem idade. A renovação é fundamental porque alguns dos jogadores que servem a seleção há muito tempo dão resposta abaixo do esperado. Logo, precisam ser substituídos por gente que ainda não esteve na Seleção e tem talento para estar. Nas convocações para os amistosos de setembro, pelo menos 40% do grupo tem que ser diferente. Além desta renovação, Tite precisa fazer seu time jogar melhor futebol. Consistência não faltou, só sofreu um gol no torneio. Mas repertório ofensivo, sim. Vai mudar para muito melhor com Neymar à disposição. Seu ingresso, porém, não pode significar banco para Everton, que com Gabriel Jesus representa a possibilidade de algo inusitado e criativo do meio para frente. Philippe Coutinho tem capacidade para fazer parte deste seleto grupo, mas insiste numa irregularidade que não lhe assegura titularidade daqui para diante. Tite terá também que encontrar soluções defensivas e buscar obstinadamente um armador. Pode ser Lucas Paquetá do jeito dele, também pode ser alguém que venha a surgir.

O futebol brasileiro e o futuro

Como brasileiro estou imerso de corpo e alma aguardando ansioso a vitória de amanhã, da seleção masculina de futebol contra o Peru, que representaria a nona conquista, longe seis títulos do Uruguai, o maior vencedor. É nobre louvar os acertos da atual campanha, sem colocar para debaixo do tapete os erros que poderiam ser corrigidos em próximas jornadas. Pergunta: até hoje a seleção de Tite mostrou evolução para se igualar aos melhores?

A resposta mais eloquente, pela paixão do torcedor, seria afirmativa, porque vencendo está no caminho certo.Mas considera-se que há distância entre o mínimo e o ideal. O futebol carrega sobre os ombros a admiração geral ligada aos cinco títulos mundiais. O nível da Copa América talvez não tenha agradado a todos, mas suspeita -se que um confronto com alguns países, como tem acontecido nas últimas quatro Copas do Mundo (2006,2010,2014,2018) cuja participação não obrigaria em ter que ganhar, privilégio de apenas um concorrente,restando aos demais uma boa imagem exibida em anos anteriores.

O processo de desgastes nas atividades humana, principalmente quando valores são desprezados e a vigilância no avanço fica de lado.Por força da sistemática moderna, o futebol de hoje criou novos modelos que só os fortes podem ou enxergam.Discute-se que a atual estratégia no qual a seleção que disputar a Copa é formada por quase 100% de jogadores atuando no estrangeiro,indicado no momento como o melhor caminho, mas sem a brasilidade essencial ao desenvolvimento. O que ocorre no país é o constante êxodo dos futuros talentos, em sua adaptação inicial, que servem para fortalecer os adversários do Brasil. Vejam o que aconteceu no Neymar, festejado com o futuro parecido ao de Pelé e, no fim,deu no que deu. Igual linha foi seguida por centenas de jovens, cuja maioria sofreu a decepção de pouco andarem.

Como disse no inicio, torço pela seleção chegar ao nono título das Américas, mas sou obrigado a identificar maciçamente o intenso a falta do brilho do sol. A política motivada pelas grandes contratação, levaram os dirigentes cuidarem mais no objetivo de exportar a qualquer custo dificultando a evolução interna, a melhor base para o futebol do país.

A pergunta inevitável: O enfraquecimento contínuo do nosso futebol e tal desejo pertence a todos desportistas e esta também é a melhor maneira de projetar uma atividade líder no coração do torcedor nato.? Todos nascidos neste país seguramente têm ideia entre as quais a criação de uma seleção permanente constituída de craques atuantes no calendário nacional. É dificil, porque não tentar. Em nome desse grande país qualquer esforço é menor diante da alegria do povo na esperança do resultado positivo. A ideia da seleção permanente carece ainda de soluções, e isso é tarefa de quem vive no futebol e que está deixando espaço para a derrota, quando o povo tem pressa de gritar em pleno pulmões, queremos vitória.

Como vencer o Brasil no Maracanã? Classificado para a final, Gareca admite: “Não sei”

Depois de 44 anos, o Peru está de volta a uma final de Copa América. Depois de vencer o Chile por 3 a 0 na noite desta quarta-feira, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, o técnico Ricardo Gareca não escondeu a satisfação pelo resultado. Pudera. Eliminou o atual bicampeão da competição e agora terá o Brasil, dono da casa, na decisão.

Em entrevista coletiva no auditório da Arena minutos após a partida, o técnico peruano foi questionado diretamente ao ponto. Um jornalista daquele país perguntou como vencer a seleção brasileira em pleno Maracanã, justamente em uma final de campeonato. A resposta:

– Não sei. Não joguei ainda, então veremos. Temos que analisar. Temos jogadores para encontrar a resposta de poder ganhar. Mas hoje digo que, na verdade, não sei.

Gareca declarou que a palavra de ordem agora não é “preocupação”, e sim, “ocupação”. Ou seja, a necessidade de viver os próximos dias com a mente fervilhando de Brasil, da mesma forma que foi contra o Chile e Uruguai, e também seria diante da Argentina. Até porque não se considera apto a eleger um jogador específico do time de Tite como destaque.

– O Brasil ocupa a cabeça em tudo. O Chile nos demandou uma ocupação permanente, de como neutralizar jogadores muito importantes.

Atacaremos pontos que consideramos importantes. Porque vocês sabem que falar individualmente de cada jogador do Brasil não é o caminho. Temos jogadores excelentes que podem sobressair em partidas desse porte – ressaltou.

Além do mais, o treinador do Peru provou – e como – o gosto amargo de ter o Brasil pela frente. Na partida válida pela última rodada do Grupo A, sofreu uma goleada de 5 a 0 na Arena Corinthians. E em seguida bateu com o Uruguai nas quartas de final. Mas Gareca acredita que o grupo está vacinado e criou uma “fortaleza” psicológica para chegar à decisão.

– Falamos sobre a força que (os jogadores) tiveram para se levantar diante dessa situação e levar a seleção à final.

Sem gols contra campeãs, Firmino tenta importar encanto do Liverpool para a Seleção

Roberto Firmino garantiu a condição de centroavante titular da seleção brasileira pela notória inteligência de seu jogo, pela performance de alto nível em temporadas consecutivas no Liverpool, pelo entrosamento com Salah e Mané, com quem parece jogar por música em seu clube, pela capacidade técnica, etc, etc. Mas, definitivamente, ainda não foi pelos gols marcados com a camisa amarela.

Foram 11 em 36 jogos, e nenhum deles em cima de uma seleção campeã mundial. É verdade que Firmino só disputou seis partidas contra esse seleto grupo, e três iniciando do banco de reservas: França (2015), Argentina (2016), Uruguai e Inglaterra (2017), Argentina e Uruguai (2018). A semifinal desta terça-feira, sua terceira vez diante dos argentinos, é a chance de marcar seu gol mais importante pelo Brasil.

A estreia de Firmino na Seleção se deu em 2014, pelas mãos de Dunga, incumbido de promover uma grande reformulação depois do fracasso na Copa. Ainda no Hoffenheim, o atacante marcou logo no seu segundo jogo, a vitória por 2 a 1 em amistoso diante da Áustria (veja o gol abaixo), e acabou se firmando até nova eliminação, na Copa América de 2015.

Ele, que era nome certo nas listas de Dunga, nunca mais apareceu a partir do início das eliminatórias. Só voltou à Seleção com Tite, em outubro de 2016, e marcando logo em seu primeiro jogo. Entrou no segundo tempo e fechou a goleada de 5 a 0 sobre a Bolívia.

O único gol de Firmino contra uma equipe entre as 10 melhores colocadas no ranking da Fifa foi sobre a Croácia, quinta na lista, no finzinho do amistoso antes da Copa do Mundo que teria a seleção europeia como vice-campeã.

Firmino acabou se firmando como reserva de Gabriel Jesus e há quase três anos os dois dividem a função na Seleção. O mau desempenho de Jesus na Copa e as ótimas temporadas de Firmino no Liverpool, essa última coroada com o título da Champions League, o alçaram à condição de titular. Seu companheiro e concorrente ganhou espaço do lado direito. Contra a Argentina, novamente, ambos jogarão lado a lado.

A Copa América de Firmino é irregular até aqui. Ele foi um dos últimos a se apresentar, em razão de o Liverpool ter disputado a final europeia.
Chegou ainda sem estar totalmente reabilitado, sobretudo fisicamente, de uma lesão sofrida na reta final da temporada.

Craques que estão nas quartas e ainda não fizeram gol na Copa América 2019

Em 18 partidas disputadas na primeira fase da Copa América, 46 gols foram marcados. E embora nomes como Cavani, Suárez, Messi, Aguero, Coutinho, Firmino, Sánchez, Vargas e Guerrero tenham deixado sua marca na fase de grupos, ainda há jogadores importantes do cenário sul-americano em busca de seus primeiros gols.

Gabriel Jesus
O atacante do Manchester City, da Inglaterra, ficou muito perto de marcar um gol na goleada do Brasil por 5 a 0 contra o Peru, na terceira rodada do Grupo A, mas desperdiçou um pênalti nos acréscimos da partida (veja o vídeo). Além disso, teve um gol anulado pelo VAR contra a Venezuela. Tem três jogos, só um como titular e 160 minutos jogados.

Di María
Ángel Di María foi titular da Argentina em apenas um jogo, na derrota por 2 a 0 para a Colômbia, sendo sacado no intervalo. Diante do Paraguai, no empate por 1 a 1, saiu do banco e jogou os 23 minutos finais. Nem entrou na vitória por 2 a 0 contra o Catar. Está devendo na Copa América.

Dybala
São só 15 minutos jogados na Copa América. Relegado ao banco de reservas nos dois primeiros jogos da Argentina, entrou aos 30 minutos na vitória por 2 a 0 contra o Catar, dando passe para gol de Aguero (veja o vídeo). Aos poucos, vai ganhando mais espaço com o técnico Lionel Scaloni.

James Rodríguez
O camisa 10 da Colômbia ainda não marcou, mas tem duas assistências na Copa América. Contra a Argentina, deu linda virada de jogo para Martínez, que abriu o placar em Salvador. Depois, no Morumbi, deu passe de trivela na medida para o gol de Zapata diante do Catar. No terceiro jogo, começou no banco, entrou na segunda etapa e deu outro passe de trivela, desta vez para Díaz, que marcou um gol que acabou sendo anulado pelo VAR, que viu toque de mão no domínio. Faz uma excelente Copa América, mas ainda busca o seu primeiro gol no torneio.

Falcao
Capitão e maior artilheiro da história da Colômbia, com 34 gols, Falcao Garcia ainda não deixou a sua marca nesta edição do torneio. Foi titular contra Argentina e Paraguai e entrou na etapa final no duelo contra o Catar.

A lesão, a chuteira, o recorde e o apelo: a Copa de Marta, uma rainha coroada mesmo sem título

Ao acompanhar a passagem de Marta por uma Copa do Mudo dá para se ter uma dimensão que, talvez, nós brasileiros demoramos para ter. Uma real noção do quanto a brasileira representa para o futebol mundial. A camisa 10 é alvo de interesse da opinião pública de diversos países e respeitada como poucas pelas adversárias, que muitas vezes fazem fila para cumprimentá-la.

Menos de um ano depois de ser eleita a melhor do mundo pela sexta vez, ela disputou sua quinta Copa. Segue faltando, de fato, o título. Mas na França ficou evidente que ela já foi coroada pelo mundo do futebol há muito tempo.

Não foi a melhor atuação que vimos da Marta em campo. Tampouco foi tão decisiva como em outras oportunidades com a camisa da Seleção. Mas sua passagem, foi histórica, marcante e um divisor de águas também no âmbito individual.

– Avaliação é positiva da Copa para a Seleção. Nunca me coloquei à frente de nada. Sempre falo que é um recorde para nós mulheres – disse após o jogo, complementando:

“Devido a tudo que falavam, o Brasil juntou a garra, vontade e a coragem”

– Sempre queremos disputar uma final, mas o jogo é jogado. Não faltou garra e vontade. Mas elas foram melhores nas finalizações (…)

“Acho que tudo que fiz e falei aqui nesses dias foi bem aceito pelo Brasil”

Desde a primeira Copa da craque, 16 anos se passaram. Tinha 17 de idade no começo e ali chamava a atenção do mundo pela primeira vez por seu talento genuíno. Sim, porque com a estrutura que se tinha no futebol feminino do país naquela época, Marta, por tudo que conquistou, pode ser considerada uma ”força da natureza”.

Foram cinco edições com emoções distintas. O Mundial mais intenso foi em 2007, com o vice-campeonato e uma atuação brilhante da camisa 10. Mas, em 2019, Marta surgiu na Copa de outra forma. Era uma postura diferente da que o Brasil estava acostumado.

Entre emoções e dores que também fugiram do seu controle, o adeus foi cedo, nas oitavas de final, com a derrota para a França na prorrogação. Mas a Rainha não passou despercebida.

Série B de 1986: clubes preparam ofensiva na CBF para pleitear reconhecimento do título

Ser campeão brasileiro não é uma tarefa fácil. Ainda mais para o futebol nordestino. Apenas dez times têm o privilégio de levantar uma taça nacional por uma das quatro divisões, começando pelo Bahia em 1959, na antiga Taça Brasil. Mas esse número pode aumentar caso 13 e Central de Caruaru consigam o que pleiteiam há 33 anos: o reconhecimento do Torneio Paralelo de 1986 como Série B.

O novo capítulo dessa história aconteceu na semana passada. O Central levou para o Estádio Lacerdão uma réplica da taça da Série B para fazer a festa antes da partida contra o Jacuipense, pelo mata-mata da Série D.

Mesmo sem ser reconhecido pela CBF, o simples ato do time pernambucano reacendeu a esperança de um desfecho nos outros três clubes campeões do Torneio Paralelo de 1986 – além do Treze, também estão na mesma situação Inter de Limeira e Criciúma.

O primeiro passo desse movimento é aumentar a pressão na CBF. Essa missão parece ficar com as federações paraibana e pernambucana.
Com relacionamento franco com a nova direção da entidade nacional, a presidenta Michelle Ramalho, da Paraíba, já avisou que levará o tema à mesa de Rogério Caboclo nos próximos dias.

– Eu recebi um ofício do Treze pleiteando que levasse à CBF o pedido do reconhecimento do título da Série B de 1986. Com certeza vamos reivindicar pessoalmente esse título junto à CBF para dar mais esse título para a Paraíba – disse Michelle Ramalho, que está na França como chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo Feminina.

O reconhecimento do título seria uma importante vitória nos bastidores para o Treze, num ano que o clube vai mal no futebol – brigou contra o rebaixamento no Campeonato Paraibano e está na penúltima colocação do Grupo A da Série C.

Na onda do movimento feito pelo Central, o Treze também planeja ações no sentido de sensibilizar a CBF e a opinião pública.

Comemorando o seu centenário em 2019, o Central de Caruaru é o clube mais inquieto para que a situação se resolva rapidamente.