Coluna Esplanada

Vilão de si

Eike Batista, então o empresário mais rico do Brasil, sonhou ter uma cinebiografia em Hollywood, com  o ator Leonardo Di Caprio em seu papel, contam pessoas próximas do brasileiro. Com script queimado, preso e solto, ainda enrolado judicialmente, passou a embarcar em voos comerciais, e virou filme, sim: no Brasil, sobre seu retumbante fracasso, e com outro ator como protagonista. Em exibição nas salas de cinema.

 

A tinta da impunidade

O vereador Renato Freitas (PT) retomou o mandato numa canetada do ministro do STF Luiz Roberto Barroso. Ele visitava o Papa Francisco quando recebeu a notícia há dias. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. Eu tenho fé”, escreveu. Amém? Nada! Ele invadiu uma igreja em Curitiba no meio de uma missa, com uma claque, e desrespeitou o templo. Foi cassado duas vezes por quebra de decoro, por grande maioria dos votos, e não por racismo – como ele alega. Barroso atropelou o regimento e rito da Casa, a quem coube a decisão da cassação em votação democrática. A defesa do vereador alega que a Câmara não seguiu o rito. Barroso citou um “racismo estrutural da sociedade”. Fica assim: se um  dia que um grupo invadir o plenário do STF em protesto no meio de uma sessão, interrompendo os trabalhos e desrespeitando o Judiciário, os ministros anistiam a turma. Freitas é candidato a deputado estadual pelo PT. Não é exagero comparar a canetada monocrática de Barroso para livrar o rapaz da lei, da canetada do presidente Jair Bolsonaro que anistiou o deputado Daniel Silveira (PTB), condenado pelo STF por ataques à Corte. A tinta da impunidade é a mesma para ambos.

 

Morte de policiais

No 1º semestre deste ano morreram em serviço 67 profissionais de segurança pública no Brasil, segundo o Ministério da Justiça. Dois Estados se sobressaem. O Rio de Janeiro contabilizou a morte em serviço de sete policiais militares e dois civis entre janeiro e julho. No Estado de São Paulo, sete PMs e três policiais civis foram a óbito. Os dados por ora estão abaixo dos contados em 2021. O Rio registrou no ano passado a morte de 10 policiais. São Paulo lidera o ranking do País: foram 22 mortes em 2021.

 

Cabo Mourão

Enquanto luta voto a voto com Ana Amélia (Progressistas) pela única vaga ao Senado, do Rio Grande do Sul o vice-presidente General Mourão (PL) tem reservado um pouco de tempo para gravar vídeos de apoio a candidatos ao Senado em outros Estados. Mourão é requisitado por bolsonaristas para o front – na tela, pelo menos, à distância.

 

Sobre trilhos

Mais de 150 empresários brasileiros do setor desembarcaram em Berlim nesta semana para a InnoTrans 2022, principal feira mundial de tecnologia de transporte ferroviário. O mundo está de olho no País. O Governo comemora o marco regulatório das ferrovias e espera bilhões em investimentos aqui nos próximos anos. A conferir.;

 

Na$ altura$

A Coluna publicou ontem os altos preços de passagens aéreas para três destinos turísticos no Réveillon – para Foz do Iguaçu, Fernando de Noronha e Porto Seguro. Saindo de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte para estas cidades, ainda na “baixa” temporada, os voos se mostram nas alturas, também. Pesquisa feita com base nas datas de 15 a 20 de novembro, para trechos de ida e volta com um passageiro, mostraram valores em média de R$ 1,8 mil (Porto Seguro), R$ 1,9 mil (Foz) e R$ 3 mil (Noronha) decolando destas capitais. E para apenas um passageiro. Um programa de casal para estes destinos em novembro sai em torno de R$ 4 mil a R$ 6 mil só em aéreo.

 

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Balela Air

Foi conversa fiada a promessa das companhias aéreas em baratear voos com a bilionária ajuda do Governo federal durante a pandemia da Covid. Quem deseja viajar no Réveillon para três dos destinos praianos mais caros do Brasil: Porto Seguro (BA), Foz do Iguaçu (PR) e Fernando de Noronha (PE) com saída de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte está encontrando valores de bilhetes nas alturas. Um levantamento de tarifas feito pela reportagem com pesquisa na sexta-feira (23), com viagem para a semana da virada do ano, apontou um valor médio destas capitais para Porto Seguro em R$ 2,8 mil; para Foz em R$ 2,9 mil; e para Noronha em R$ 4,7 mil. A pequisa levou em conta a semana de 27 de dezembro a 3 de janeiro, com ida e volta para apenas um passageiro, nas três mais conhecidas companhias de voos domésticos – Azul, Latam e GOL. Ou seja, um casal que queira passear nestes destinos no Réveillon vai desembolsar só em aéreo, por baixo, de R$ 6 mil a R$ 9 mil. Nestas mesmas companhias, a reportagem encontrou preços médios de R$ 9,5 mil para Miami; R$ 9,9 mil para Lisboa e R$ 4,2 mil para Buenos Aires, das mesmas capitais de origem na mesma semana da virada do ano.

 

Moro & advogados

Acostumado na Operação Lava Jato a dar trabalho para advogados de alvos – muitos defensores ficaram milionários – o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) não perdeu o pique agora, na campanha. Candidato ao Senado pelo Paraná, com chances de ser eleito, já gastou R$ 700 mil apenas com o escritório Bonni Guedes Advocacia para os serviços eleitorais.

 

Cadê o Pacheco?

Rodrigo Pacheco desfilava em Belo Horizonte como respeitado advogado e sempre discreto. Como presidente do Congresso, não perdeu o costume nesta campanha. Filiado ao PSD, o senador não aparece no palanque do ex-prefeito de BH Alexandre Kalil (PSD), candidato ao Governo de Minas e aliado de Lula da Silva (PT) no Estado. Correligionários reclamam do distanciamento do senador como sua regra para sobrevivência política. Com mais quatro anos de mandato e com vistas a tentar reeleição, Pacheco não quer tomar lado.

 

Mais procuradores

Augusto Aras encabeça comissão do concurso da PGR para 13 vagas abertas – Acre, Espírito Santo, Goiás, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina terão uma vaga a ser ocupada, cada. Três cadeiras vão para o Estado do Rio de Janeiro, e o Estado de São Paulo vai preencher outras quatro vagas. O salário bruto é de R$ 33.689,11 – além de outras benesses e prêmios da carreira. O aprovado, de acordo com sua classificação, poderá escolher a sua praça de atuação.

 

Oi, chefe…

Os ex-ministros Gilberto Carvalho e Aloizio Mercadante querem garantir a atenção de Lula se o petista for eleito presidente. Doaram, cada um, R$ 14.850 para o comitê presidencial do PT. Gilbertinho, como é chamado dentro do partido, tem sido a ponte discreta de muita gente com o Barba.

 

Seguros (no saldo)

Em matéria de brasileiros premiados em sorteios, o mercado de capitalização é bem diversificado. Entre janeiro e agosto deste ano, só a Brasilcap, empresa da BB Seguros, registrou alta de 11% na distribuição de prêmios, na comparação com igual período de 2021. Os valores distribuídos passaram de R$ 50 milhões, pagos a 12.618 títulos adquiridos.

 

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Contra a caça

A cada dez brasileiros, nove não aprovam a ideia de autorizar a caça no Brasil, de acordo com levantamento do Instituto Datafolha para WWF-Brasil. Do total de entrevistados, 90% discordam da ideia de autorizar a caça e 9% concordam. Quando perguntados sobre votar em candidatos que apoiam a caça, 88% afirmam que não votariam e 10% votariam. A pesquisa ouviu 2.088 brasileiros de 5 a 8 de julho de 2022.

 

STF eleitoreiro

Os ministros do Supremo Tribunal Federal estão reforçando contra eles próprios o ônus da famigerada expressão Judicialização do Legislativo. É cada dia mais notório em diferentes setores – de bancas de advogados a entidades do terceiro setor, passando por escritórios de grandes empresas – que a Corte, em vez de se posicionar prioritariamente para assuntos constitucionais que não as questões políticas, tem dado tiros nos pés dos togados. O Congresso Nacional não ajuda. Leva para o Supremo todas as insatisfações regimentais ou políticas as quais poderiam resolver nas Casas. Já no STF, as decisões recentes monocráticas de barrar o decreto presidencial sobre a venda de armas e de impedir o aumento do piso salarial dos enfermeiros foram muito mal vistos por variados segmentos da sociedade. Principalmente na saúde, setor no qual os únicos beneficiados são os donos dos hospitais privados (que ganham milhões de reais por mês), e os governadores (que administram mal as unidades estaduais).

 

Fake nas redes

O termo “fake news” foi um dos mais relacionados e usados durante as eleições de 2018. Já na campanha eleitoral deste ano, a expressão está com maior destaque. Levantamento realizado pela Walk The Talk mostrou que o número de posts com o termo “fake news”, nas redes sociais no mês de agosto de 2022 foi de 155.849 mil, 95% maior do que o mesmo período de 2018 com 79.343 publicações. A pesquisa teve foco nas principais redes sociais, como Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube.

 

Bilhões do MEI

Os Microempreendedores Individuais (MEI) e as pequenas empresas se destacaram no setor de concessão de crédito, registrando alta de 57% no 2º trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano, totalizando R$ 92,8 bilhões. Levantamento realizado pelo Sebrae com base em dados do Banco Central mostra ainda que de janeiro a junho as instituições financeiras liberaram R$ 151,9 bilhões para o setor.

 

Mais cidadania

Um mês após entrar em vigor a Lei Federal nº 14.382/22 que reduziu prazos de habilitação e celebração do matrimônio, o DF registrou aumento de quase 14% no número de casamentos civis. Além disso, 83 pessoas no DF modificaram seu primeiro nome em Cartório de Registro Civil sem a necessidade de entrar com ação judicial – uma outra vantagem da lei. Os dados são da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais.

 

Café com Tiro

O Clube de Tiro ATACC de Brasília organiza para um dia antes das eleições (1º de outubro) a 5º Edição do Café com Tiro, na capital. “As armas e o café da manhã serão por conta da ATACC”, diz anúncio virtual. Os atletas terão que pagar as munições, alvos e demais itens que utilizarem no evento. É uma resposta direta da turma do coldre para quem pediu na justiça para fechar os clubes durante a eleição.

 

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Para os ricos

A gestão Jair Bolsonaro governa para ricos. É uma das principais radiografias reveladas na pesquisa que será divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria. Para 77% dos brasileiros ouvidos, o Governo favorece os mais ricos, enquanto apenas 14% dizem que o Estado ajuda os mais pobres. De acordo com a pesquisa Agenda de Prioridades, os mais abonados discordam: entre aqueles cuja renda familiar supera cinco salários-mínimos está o menor percentual de quem diz que o Governo favorece os mais abastados. A pesquisa elenca saúde, educação e geração de emprego como as pautas mais fundamentais na atuação do próximo presidente. Quando perguntados sobre as áreas que mais melhoraram nos últimos quatro anos, 42% dos entrevistados apontaram “nenhuma área” como resposta. Na sequência, aparecem educação e saúde, ambas com 7%, geração de emprego (6%), programas sociais (5%), infraestrutura/obras (5%) e segurança (4%). O Instituto FSB Pesquisa entrevistou pessoalmente 2.030 cidadãos com idade a partir de 16 anos, nas Unidades da Federação (UFs). A margem de erro no total da amostra é de 2 pp, com int Estados e DF, entre 16 e 21 de agosto.

 

Boom hoteleiro

Está em alta o setor hoteleiro da não mais pacata Pirenópolis, cidade histórica cravada no cerrado entre Brasília e Goiânia. Um levantamento desta semana da prefeitura constatou um aumento de mais de 200% no registro oficial de casas de hospedagens e de pousadas do município em apenas três anos. Em 2019 eram 165 pousadas, e agora são 498. As casas de temporada passaram de 262 para 800 unidades no mesmo período.

 

Raça no mercado

Os principais empresários e governantes brasileiros são brancos. Um levantamento da plataforma da Vagas.com mostra que a participação da população negra é a menor nos níveis pleno, sênior, de gerência e diretoria. Segundo a pesquisa, os negros representam 3,6% dos cargos de nível pleno contra 5,5% dos brancos, e 4,6% dos amarelos. Na posição de diretoria a diferença é mais acentuada: 0,4% desses cargos são ocupados por negros enquanto os brancos aparecem com 1,1%, amarelos com 0,9% e indígenas (0,4%). Os negros só lideram posições operacionais (33,2%) e técnicas (6,3%).

 

O fator Malafaia

A ida do presidente Bolsonaro ao Reino Unido para o funeral da Rainha Elizabeth II acompanhado do pastor Silas Malafaia e da primeira dama movimentou as redes sociais, mas não de forma positiva. Dados da VoxRadar mostram que a viagem do presidente gerou mais 1,2 milhão de interações no Instagram, Facebook e Twitter. No Twitter, 53% das interações que associaram o presidente ao termo “rainha” foram negativas, 30% neutras e apenas 17% positivas. Já quando associado o termo “Malafaia” ao presidente, 70% das menções são negativas, 25% neutras e somente 5% positivas.

 

Notícias eleitorais

As eleições brasileiras estão movimentando o mundo (virtual) das notícias. Segundo levantamento da Nexis Newdesk foram contabilizados desde o início da campanha até dia 18 de setembro 14,7% de publicações sobre eleições com viés positivo, 13,5% de cunho negativo e 71,7% das notícias foram neutras. Desse total, 53% foram em português, 24,7% em inglês, 20,5% em espanhol e 1,7% em francês.

 

Dinheiro no País

O dinheiro começa a aparecer no País pós-pandemia. Segundo o Branco Central, os Investimentos Estrangeiros Diretos no Brasil até maio de 2022 saltaram 52% face aos recursos recebidos no mesmo período de 2021. O IDP acumulado nesse período foi de US$ 57,8 bilhões ante US$ 47,3 bilhões no mesmo período do ano anterior. O Estado de São Paulo é um dos destinos principais dos investimentos – nos últimos três anos recebeu pelo menos R$ 20 bilhões.

 

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Olho nas contas

Não é por discurso eleitoreiro que os candidatos à Presidência têm alertado para um ano difícil em 2023, com austeridade e aperto fiscal. É fato consumado desde já. O endividamento das famílias brasileiras chegou a 79% em agosto, maior índice registrado desde 2010, de acordo com a pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Segundo o levantamento, 22% dos brasileiros têm mais de 50% dos rendimentos comprometidos. Olho nas contas.

 

No aperto

A 11 dias da eleição, os cenários para a única vaga ao Senado Federal vão se desenhando nas intenções de votos com surpresas em algumas regiões. No Distrito Federal, duas ministras do presidente Jair Bolsonaro duelam pelo voto da Casa Alta, com vantagem para Flávia Arruda (PL). Mas ela vê dia a dia a queda forte da diferença para a segunda colocada nas pesquisas, Damares Alves (Republicanos). No Paraná, o antes líder Alvaro Dias (Pode), que tenta a reeleição, já se vê em empate técnico com o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro (UB) – que em algumas sondagens aparece na frente do ex-padrinho. Hoje estão rompidos. No Rio Grande do Sul, o general e vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) vê Ana Amélia (Progressistas) na sua cola. Será outra disputa tensa, sem favorito. No cenário nacional, enquanto o IPEC (ex-Ibope) aumenta a diferença de Lula da Silva (PT) para Bolsonaro (PL), a Paraná Pesquisas, que pouco tem errado cenários nos últimos anos, divulgou ontem nova sondagem nacional com o presidente perto do petista, com apenas quatro pontos de diferença.

 

Autofabia bolsonarista

Uma curiosa guerra de listas ronda os grupos de whatsapp. Apoiadores de Bolsonaro soltaram num dos maiores grupos do aplicativo em Brasília uma primeira lista com nomes de candidatos à Câmara e Senado que apoiam a reeleição do presidente. A lista circula e a cada hora surge uma editada, com novos nomes em lugar de outros. No Piauí, os nomes se alternam entre os candidatos ao Governo Diego Melo (PL) e Silvio Mendes (UB). Em Goiás, no caso do Senado, entre João Campos (Republicanos) e Wilder Morais (PL). No DF, entre Ibaneis (MDB) e Coronel Moreno (PTB). Ainda em Brasília, os nomes mais citados são Flávia Arruda x Damares, e para a Câmara dos Deputados, Bia Kicis (PL) x Prof Paulo Fernando (Republicanos).

 

Renan x Collor

Alagoas vive uma reedição antiga da disputa de clãs pelo Poder estadual. O senador Renan Calheiros (MDB) é um dos principais críticos do presidente Jair Bolsonaro. Mas Renan poupa o candidato de Bolsonaro em Alagoas, o senador Fernando Collor (PTB). Porque Collor é, dentre os principais candidatos ao Governo, o que tem a maior rejeição. Em outras palavras: é o candidato mais fácil de ser batido pelo candidato de Renan, o governador-tampão, Paulo Dantas, num eventual 2º turno.

 

Porto$ cheio$

Os portos brasileiros estão “a todo vapor”. Segundo o Painel Estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), julho fechou com saldo positivo com aumento de 2,23% nas movimentações de cargas, em comparação com o mesmo período de 2021, totalizando 109,7 milhões de toneladas. Destaque para carga geral, com crescimento na movimentação de 8,33%, devido ao aumento da demanda de celulose (13,7%), do minério de ferro (2,9%) e do milho (54,2).

 

Cotas

Bolsonaro e o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), andam juntinhos, mas nem tanto. Enquanto o Governo federal é acusado de racismo por ter mexido nos concursos públicos para reduzir o número de negros aprovados, o Estado ampliou para 2081 o prazo de validade das cotas para negros e indígenas.

 

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Mágoa só cresce

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) anda mais ácido porque tentou, mas não esquece o tombo que levou de Lula em 2018 – que prometeu apoiá-lo para presidente e optou por Fernando Haddad (PT). Preterido à época, Ciro foi um poço de mágoas se afogar em choro na França no 2º turno. Daí Lula repetir que ele fugiu para Paris. Daí Ciro, mais brabo, repetir que Lula não foi também porque..estava preso. E segue a briga.

 

O silêncio de Adélio

A tensão cresce entre os staff de Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) com informações entre portas de que Adélio Bispo pode falar. Tem candidato bolsonarista apostando que será breve o silêncio do confesso esfaqueador do então candidato Bolsonaro em 2018. As visitas de advogados e policiais ao preso são constantes. Bolsonaristas empedernidos indicam que ainda nesta campanha Adélio pode aparecer “revelando” que o crime foi encomendado – contrariando o que a Polícia Federal já apurou. Por ora, balela pura. O que a PF já investigou e constatou é que ele agiu sozinho.

 

Ah, a Soberba..

Há uma palavra tão latente no staff de Lula e Alckmin quanto a certeza dos índices que indicam a liderança da dupla: a soberba. É proibido no comitê falar em derrota. Mas têm sido mais cautelosos. Alckmin não soma votos – e perdeu o eleitor fiel. Lula se segura no carisma e na rejeição de Bolsonaro. Segundo turno é outra eleição.

 

Licença para transitar

O ex-deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) não vai se candidatar este ano. Continuará advogado, mas tem articulado candidaturas de petistas. Em especial no interior de São Paulo. Visa futuro protagonismo dentro do partido e trânsito livre na praça com cartão da executiva regional.

 

Novo clubinho

João Doria fez escola com o seu LIDE. Criado pelo competente empresário João Camargo, o Grupo Esfera surgiu na praça paulistana com boa adesão de grandes empresas – já são 45. Reúne de banqueiros a mineradores, passando por nomes do varejo nacional. Ele realiza debates programáticos para pensar o País, em salas de hotéis de luxo de São Paulo e Brasília.

 

Memória se esvai..

A 12 dias da eleição, a pesquisa inédita “Cidades Sustentáveis: Democracia”, do Instituto Cidades Sustentáveis, aponta que sete em cada 10 brasileiros não lembra em quem votou para os cargos de deputado estadual, deputado federal e senador em 2018. Esse fenômeno é maior entre pessoas que têm ensino superior. Apenas 18% dos entrevistados se recordam do voto para, por exemplo, deputado estadual.

 

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Apressadinhos

O promotor Saulo de Castro Filho entrou no ritmo da campanha. Ex-secretário de Governo de Geraldo Alckmin, tem aval do vice de Lula para montar equipe de confiança visando ministério: ele é cotado para a Justiça ou Casa Civil, caso o petista seja eleito. Saulo faz reuniões com ex-colaboradores que desfilaram pelo Palácio Bandeirantes na gestão do tucano. As movimentações de alckmistas no entorno de Lula confirmam o que a Coluna publicou: o petista quer dar protagonismo ao vice numa eventual administração. É cedo ainda – e falta combinar com o eleitor: Alckmin já começa a fazer sombra a qualquer pretenso candidato petista para 2026.

 

Fim da farra

Lula da Silva avisou aos petistas e socialistas potenciais nomes para a Legislatura de 2023 de que eles têm uma missão emergencial a partir de fevereiro, caso eleitos para o Congresso Nacional: extinguir o orçamento secreto. É missão dada. Que se virem nas Casas para convencer os pares do contrário. Inclusive quem do grupo se esbaldou com isso este ano.

 

Lira na mira

Presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista) está com a reeleição no cargo ameaçada – caso se reeleja deputado. Os partidos de centro-esquerda estimam eleger 240 deputados na Casa. A lista inclui nomes do PT, PSOL, PDT, PSB, Solidariedade e, claro, esse grupo conta com não-bolsonaristas do MDB e com a esperança de que Gilberto Kassab some o PSD na frente parlamentar. Vão tentar impedir a recondução do deputado ligado ao ministro Ciro Nogueira, hoje – vale frisar, hoje – um bolsonarista. E quem seria esse nome da centro-esquerda para o comando da Câmara? Arlindo Chinaglia (PT-SP), de bom trânsito e que acreditam ser eleito deputado.

 

Comércio explica

Um fator significante justifica o salão lotado no Palácio da Alvorada quando o presidente Bolsonaro convidou embaixadores para falar asneiras sobre a urna eletrônica: grandes negócios bilaterais. A despeito do susto com o discurso, a turma da diplomacia, acredite, anda de bem com o presidente. Um analista de trânsito em embaixadas tem ouvido deles que consideram boa a gestão de Bolsonaro, apesar dos rompantes. Todos, porém, evitam falar de público – para não atrapalhar futuros contratos.

 

Seus dados

A Secretaria de Governo Digital do Governo Federal cometeu o crime de ceder para bancos, temporariamente, dados de 130 milhões de pessoas registrados no app Gov.br. São fotos, informações pessoais e até biometria. Não duvide, leitor, se achar um pen drive com camelôs na rua com seu nome na lista.

Vigilante do mar

O comando da Marinha do Brasil está muito animado com o avanço da construção dos bilionários submarinos de propulsão nuclear, na base de Itaguaí, em estágio avançado. Só para ter uma ideia da potência da embarcação: O aparelho poderá fazer a rota Rio de Janeiro-Natal em menos de duas horas.

 

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Mão de obra infantil

O Ministério Público do Trabalho recebeu 1.700 denúncias de trabalho infantil de janeiro a agosto deste ano, conforme números informados à Coluna. Entre os anos de 2018 e 2021, foram outras 8.879 denúncias registradas – e o ano de 2020 foi o que teve menor número, com 1.560 casos. Dados do IBGE de 2019 sobre o tema mostram que, naquele ano, 1,768 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalhavam em todo o Brasil, o que representa 4,6% da população (38,3 milhões) desta faixa etária.  Em 2020 um Projeto de Lei (4455/20) foi aprovado pela Câmara dos Deputados e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 do Estatuto da Criança e do Adolescente. O Projeto adiciona um novo artigo na Lei para definir o crime de trabalho de criança ou adolescente como trabalho perigoso, insalubre ou penoso.

 

A nova Maia

Ex-presidente da Câmara, o deputado federal Rodrigo Maia (RJ) submergiu na política e não aparece candidato este ano. Ele chegou a que chegou a controlar parte do DEM (agora União Brasil nas mãos de ACM Neto). O patriarca da família, o experiente ex-prefeito Cesar Maia, tem espalhado nas redes sociais e em grupos de whatsapp um banner com o nome da filha Daniela candidata a deputada federal.

 

‘Calloteiro’  

O senador Fernando Collor (PTB), que disputa o Governo de Alagoas, é alvo de mobilização intitulada ‘Collor Caloteiro nunca mais’ que acontece hoje em Maceió. A manifestação une ex e atuais empregados do Grupo Gazeta de Comunicação (jornal, portal e emissora de TV afiliada da Globo). Aliados a outros empregados de outras empresas, eles cobram mais de R$ 30 milhões em dívidas trabalhistas. Collor não tem se posicionado sobre o assunto, a despeito dos contatos da Coluna.

 

Indigestão do Kid

Por ferir os bons costumes, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo mandou excluir do rádio e TV a campanha do ator pornô Kid Bengala (UB), candidato a deputado federal, na qual ele faz um trocadilho maldoso de palavras com sentido pejorativo: Ele aparece na telinha falando “como o Lucas, como o seu João, como o José, como o Ricardo, também como a Flávia, como a Maria, como a Joice, enfim, eu como todos os brasileiros e brasileiras, estou de saco cheio de tantas sacanagens na política”.

 

Voz do patrão

A Confederação Nacional da Indústria realizou pesquisa com empresários sobre o que precisa ser feito para gerar mais empregos no Brasil: 56% dos entrevistados apontaram que a reforma tributária é a principal medida para o próximo Governo abrir vagas no mercado. Para 48% dos executivos, é preciso também reduzir os impostos sobre a folha de pagamento. Para 1 em cada 3 deles, a educação deve ser a prioridade.

 

Sarney e a OAB

O ex-presidente da República e do Senado José Sarney segue com prestígio entre advogados, profissão que exerceu durante muitos anos. Na posse de Rosa Weber como chefe do Judiciário, nesta semana, o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, saudou a advocacia nacional em nome de Sarney. “Ele é uma das pessoas mais relevantes da redemocratização e da luta por direitos no país, exemplo para os advogados que sempre estiveram na linha de frente da defesa da democracia, afirmou Simonetti à coluna.

 

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Consumo cresce

Uma amostra do que pode ser um efeito do Auxílio Brasil na praça, e da retomada gradativa da economia no pós-pandemia: O consumo nas residências do Brasil registrou melhora em julho – com o Norte impactando mais no resultado (11,5%). Já o Centro-Oeste fechou com alta de 9,4% no consumo, seguido do Sudeste (8,4%), Sul (8,3%) e Nordeste (6,6%). Os setores que tiveram destaque são Supermercados (12%), Restaurantes (12%), Prestadores de Serviços (6%), Transportes (4%) e Lojas de Artigos Diversos (45). Os dados são da fintech Superdigital, do Grupo Santander.

 

$olar forte

O mercado de energia solar cresceu 46,1% no Brasil, saltando da produção de 13 gigawatts para 19 gigawatts, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. A fonte fotovoltáica já gerou R$ 99,7 bilhões em novos investimentos, R$ 27 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e mais de 570 mil empregos acumulados desde 2012. Evitou a emissão de 27,8 milhões de toneladas de CO2.

 

Chute na canela

Na frente das pesquisas, mas ciente de que é melhor num jogo que com palavras, o senador Romário (PL) escolhe a dedo para quem dar entrevista. Não deve ir ao debate previsto para a Rádio Tupi, a líder do Rio, na terça-feira. A ordem pra fechar a boca veio desde que tropeçou na entrevista com o YouTuber Casimiro no Canal Que Papinho. Ao responder como se sentia em ser avô pela primeira vez, diz que tem pouco convívio com o neto, de um ano, porque o menino “mora em Brasília e eu tenho ido pouco lá”.

 

Brocha ou broxa?

Durante seu discurso do 7 de setembro, o presidente Bolsonaro, bradou e puxou o coro de ‘imbrochável’ entre seus apoiadores. Nas redes os termos imbrochável (com Ch) e imbroxável (com X) foram utilizados em cerca de 7,5 mil postagens, segundo dados da Vox Radar encomendado pela startup O Pauteiro. O termo tomou a frente e foi mais citado que palavras como Bicentenário, pátria, brasileiros, família e bandeira.

 

Ecos do patronato

Em comemoração ao Dia Internacional da Democracia hoje, o levantamento “Valores democráticos no empresariado brasileiro”, da Fundação Tide Setubal e Instituto Sivis, revela que a maioria dos empresários entrevistados (91%) concorda que, apesar de ter alguns problemas, a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo. O estudo ouviu 417 grandes empresários brasileiros, de todas as regiões do País.

 

Os docs da operação

Sobre a prisão do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o MP enviou uma nota. Em suma: o sigilo da ação penal que envolvia a investigação no Jacarezinho caiu antes da operação que culminou com a morte de suspeitos – e na qual a PC encontrou documentos referentes ao processo. “No curso das investigações feitas pela Força-Tarefa para apuração das mortes no Jacarezinho foi identificado que as peças referidas foram entregues aos traficantes por uma pessoa identificada como advogado no telefone celular de uma das vítimas”.

 

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Floresta eleitoral

Numa canetada com vistas a votos, o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, regularizou duas invasões ilegais dentro da Floresta Nacional de Brasília, criada há décadas para preservação da natureza no cerrado no entorno da capital. E não está sozinho nisso. O projeto de lei sancionado é de autoria da deputada Flávia Arruda (PL-DF), que agora concorre ao Senado, e relatado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que disputava o GDF. Todos visaram votos. Hoje moram cerca de 40 mil pessoas nos “assentamentos” 26 de Setembro e Maranata. A área tem serviços do Governo do DF mas é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Questionado pela Coluna, o órgão não se pronunciou. A Flona passa a ter agora pouco mais de 5 mil hectares, ante os 9 mil hectares de antes da lei que legalizou a invasão – e isso é preocupante, porque estimula novas invasões do restante da reserva, com vistas a outras canetadas futuras. O ICMBio não informou também se haverá, e onde, a compensação pela perda por esta parte do bioma para a especulação imobiliária e grileiros.

 

Radiografia das embaixadas

As embaixadas no Brasil tratam as eleições com prioridade. Diplomatas buscam analistas para entender o movimento das ruas e o que eles sabem das relações com o Governo. Marcelo Rech, diretor do Instituto InfoRel, palestrou em quatro embaixadas em uma semana. Segundo Rech, as percepções dos estrangeiros são diferentes quanto ao tratamento. Nos telegramas, embaixadores reconhecem que o Brasil vai muito bem se comparado com a América Latina, os EUA e Europa. Publicamente, preferem não tecer comentários que possam ser vistos como de apoio ao presidente Bolsonaro.

Mistério no Rio

A surpreendente prisão do ex-chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, que disputa a eleição para deputado federal, reacendeu a briga velada entre a Polícia e o Ministério Público – autor do pedido de mandado de prisão – sobre o poder de inquérito que os procuradores sonham ter. Isso causa racha também em Brasília entre o MPF e a PF. Um mistério continua. Enquanto o MP aponta indícios de envolvimento de Allan com o jogo do bicho, não explica por que documentos sigilosos da operação no Jacarezinho, carimbados pelo MP, foram encontrados com traficantes alvos.

 

Tragédia seguida

A tragédia anunciada é pouca para um Brasil que desprotege os seus mais necessitados e onde há brecha jurídica para confusões ideológicas num assunto tão polêmico – e que envolve a saúde. A garota de 11 anos que engravidou por estupro, e ganhou o bebê, foi estuprada novamente no interior do Piauí. O acusado do primeiro crime foi assassinado. Ela não revela agora quem é o responsável pela segunda gestação. Fica o script assim, por ora: uma criança de 11 com dois filhos, e uma briga entre abortistas e religiosos sobre o que fazer com a segunda gravidez. A menina, confusa, em meio a tudo isso.

 

E o ensino?

Nos últimos quatro anos os gastos do Governo Federal com o ensino médio da região Centro-Oeste diminuíram drasticamente. Dados do Instituto de Estudos Socioeconômicos mostram que, em Goiás, o Fundo da Educação de 2020 apresentou queda de cerca de R$ 2 bilhões em relação ao ano anterior. No Distrito Federal, o valor autorizado para 2022 foi de R$ 5 bilhões, sendo menor que os R$ 5,6 bilhões de 2021.

 

Avanços

A FGV prevê crescimento entre 4,5% e 5% do mercado imobiliário. De acordo com o IBGE, o setor avançou 2,7% no 2º trimestre de 2022, em relação ao 1º trimestre do mesmo ano. Em outra ponta, o Índice Abrasmercado mostra que os preços de alimentos básicos como óleo de soja, feijão, arroz, açúcar e hortifruti tiveram quedas em julho, aumentando o consumo nos lares brasileiros em cerca de 7,75%. No ano, o consumo nos lares acumula alta de 2,57%. Na comparação com junho de 2021, a alta é de 8,02%.

 

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