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Flora do Amapá

Muito antes dos mais abastados na Europa organizarem seus gabinetes de curiosidades, na qual reuniam em um espaço, a flora e a fauna de regiões longínquas, começou o interesse do Homem por colecionar objetos. C


Patrick Cantuária
Pesquisador do IEPA

 

O intuito da presente coluna é prover à população amapaense um maior conhecimento sobre a Flora do Amapá. Para início de conversa, é importante conceituar o que é uma Flora, sua funcionalidade e como começaram a ser estruturadas?

 

Muito antes dos mais abastados na Europa organizarem seus gabinetes de curiosidades, na qual reuniam em um espaço, a flora e a fauna de regiões longínquas, começou o interesse do Homem por colecionar objetos. Como isso representava status na sociedade, e houve convergência com os interesses da realeza que começou a financiar os naturalistas em busca desta fitodiversidade.

 

Para a primeira flora brasileira não foi diferente. Financiada, inicialmente por Francisco I da Áustria, pai de D. Leopoldina, imperatriz, e primeira esposa de D. Pedro I, tal financiamento é considerado parte do presente de casamento.

 

Toda Flora, representa a reunião das informações sobre a diversidade de algas, fungos e plantas de um determinado local, no caso do Brasil, a primeira experiência advinda, foi com a Publicação da Flora Brasiliensis, que foi uma monumental obra publicada entre 1840 e 1906, assinada pelos editores Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, e contou com a ajuda de 65 botânicos de vários países que descreveram e ilustraram informações de mais de 22 mil espécies, organizados em 15 volumes, divididos em 40 partes, que totalizaram 10.367 páginas.

 

Por muito tempo a Flora Brasiliensis foi a maior Flora do Mundo, superada apenas, pela Flora do Brasil 2020, outra obra brasileira, sendo essa, organizada pelo Jardim Botânico do Rio de Janeiro e contou com a participação de mais de 987 botânicos de todas as regiões brasileiras, além de dezenas de países.

 

Para a presente coluna irar-se-á descrever de forma bem simples e funcional sobre as famílias de plantas existentes no Estado do Amapá, incluindo: classificação, generalidades e uso (social, econômico, medicinal, alimentar, arborização e paisagismo) para que o leitor do Jornal Diário do Amapá, conheça um pouco mais sobre as plantas em solo amapaense, sejam elas nativas ou exóticas.

 

Até o momento já foram registrados para o Amapá aproximadamente 29 famílias de algas, 212 famílias de plantas e 13 ordens de fungos. Para a próxima semana será abordado a primeira família: Apocynaceae.


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