Cidades

Amapá possui a pior avaliação das condições da sinalização de rodovias, diz pesquisa CNT

A mesma pesquisa revela que 87,8% da extensão avaliada apresenta algum tipo de problema


A qualidade das rodovias brasileiras piorou no último ano. É o que mostra a 23ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgada pela Confederação Nacional do Transporte e pelo SEST SENAT. O estudo constata piora nas condições das características observadas. O estado geral apresenta problemas em 59% da extensão dos trechos avaliados. Em 2018, o percentual foi 57%. Também está pior a situação do pavimento (52,4% com problema), da sinalização (48,1%) e da geometria da via (76,3%).

A pesquisa aponta que o Amapá possui a pior avaliação das condições da sinalização, e que 87,8% da extensão avaliada apresenta algum tipo de problema.
No ano passado, a avaliação foi 50,9%, 44,7% e 75,7% com problemas respectivamente. O número de pontos críticos identificados ao longo dos 108.863 quilômetros pesquisados aumentou 75,6%. Passou de 454 em 2018 para 797 em 2019.

Na pesquisa da CNT, são avaliadas as condições de toda a malha federal pavimentada e dos principais trechos estaduais, também pavimentados. Nesta edição de 2019, foram percorridas todas as cinco regiões do Brasil, durante 30 dias (de 20 de maio a 18 de junho), por 24 equipes de pesquisadores. Além de abordar a situação das rodovias sob gestão pública e sob gestão concedida, o estudo também realiza o levantamento das infraestruturas de apoio, como trechos com postos de abastecimento, borracharias, concessionárias e oficinas mecânicas, restaurantes e lanchonetes disponíveis ao longo das rodovias.

Neste ano, uma novidade é o Painel CNT de Consultas Dinâmicas da Pesquisa CNT de Rodovias no site da Confederação, no qual é possível verificar os resultados nacionais e por Unidade da Federação, dados de investimentos, acidentes e meio ambiente, entre outros. Segundo a Pesquisa, as condições das rodovias impactam diretamente nos custos do transporte.

Estima-se que, na média nacional, as inadequações do pavimento resultaram em uma elevação do custo operacional do transporte em torno de 28,5%, sendo que o maior índice foi registrado na região Norte (+ de 38,5%). Transporte mais caro significa produtos mais caros e menor. O presidente da CNT, Vander Costa, destaca a importância do investimento para que seja possível manter e expandir a malha rodoviária brasileira, garantindo a qualidade do tráfego de veículos. “É urgente a necessidade de ampliar os recursos para as rodovias brasileiras e melhorar a aplicação do orçamento disponível”, afirma.

Segundo Vander Costa, “a priorização do setor nas políticas públicas e a maior eficiência na gestão são imprescindíveis para reduzir os problemas nas rodovias e aumentar a segurança no transporte”. Com mais essa edição da pesquisa, a Confederação e o SEST SENAT colocam à disposição dos transportadores, do governo e da sociedade um diagnóstico completo das rodovias brasileiras. “Esperamos contribuir positivamente para a consolidação da agenda de infraestrutura de transporte, que vem sendo encarada como estratégica pelo novo governo”, afirma Vander Costa.

10 FATOS REVELADOS PELA PESQUISA CNT DE RODOVIAS 2019 NO AMAPÁ

A Pesquisa CNT de Rodovias avalia toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais, também pavimentados. Em 2019, foram analisados 550 km no Amapá (108.863 km no Brasil).

1 Estado Geral: 92,9% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima. 7,1% da malha é considerada ótima ou boa.

2 Pavimento: apresenta problemas em 62,0% da extensão avaliada. 38,0% têm condição satisfatória.

3 Sinalização: 87,8% da extensão é considerada regular, ruim ou péssima. 12,2%, ótima ou boa. A faixa central é inexistente em 42,4% da extensão e as faixas laterais são inexistentes em 46,4%.

4 Geometria da via*: 60,6% da extensão é deficitária e 39,4%, ótima ou boa. As pistas simples predominam em 94,7%. Falta acostamento em 40,5% dos trechos avaliados. Nos trechos com curvas perigosas, em 66,7% não há acostamento nem defensa.

5 Pontos críticos: a pesquisa identifica 4 no Amapá (4 trechos com buracos grandes).

6 Custo operacional: as condições do pavimento geram um aumento de custo operacional do transporte de 28,6%. Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos.

7 Investimentos necessários: para recuperar as rodovias no Amapá, com ações emergenciais, de manutenção e de reconstrução, são necessários R$ 84,00 milhões.

8 Investimentos em 2019: do total de recursos autorizados pelo governo federal para infraestrutura rodoviária especificamente no Amapá em 2019 (R$ 76,16 milhões), foram investidos R$ 25,39 milhões até setembro (33,3%).

9 Custo dos acidentes: o prejuízo gerado pelos acidentes foi de R$ 27,02 milhões em 2018. No mesmo período, o governo gastou R$ 59,14 milhões com obras de infraestrutura rodoviária de transporte.

10 Meio ambiente: em 2019, estima-se que haverá um consumo desnecessário de 5,3 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento. Esse desperdício custará R$ 18,90 milhões aos transportadores.


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