Cidades

Comunidade autista do Amapá se manifesta pelo retorno dos atendimentos especializados na rede pública

Atualmente, a rede pública de saúde oferece acompanhamento especializado até a idade de 15 anos, sem a possibilidade de um tratamento continuado para a vida adulta.


A pandemia da COVID-19 exigiu a criação de novos hábitos sociais e sanitários de todas as sociedades, mas, a adaptação a essas novas práticas não foi tão simples para todo mundo. Pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), por exemplo, desenvolvem características singulares. Além do grau, que pode variar de leve a grave, cada área (comunicação, alimentação e comportamento) afetada se comporta de forma diferente.

Adaptações de rotina como o uso de máscaras, ensino remoto e  suspensão de atendimentos médicos presenciais se tornaram desafios para autistas e suas famílias em período de reclusão. No Amapá, a atual carência de médicos especialistas na rede pública de saúde tem preocupado a comunidade que luta em defesa dos direitos de pessoas com deficiência.

 

“Hoje, para fechar um diagnóstico, uma família gasta entre 5 a 6 mil reais, e para famílias em situação de vulnerabilidade, isso é inviável. Precisamos de tratamento no SUS para essas pessoas, para os adultos”, explica Herinaldo Nascimento, representante da ASSANDE..

 

A Associação Santanense de Pais e Amigos dos Autistas, junto com ONG Constelação Azul, mobilizam um ato no dia 25 de novembro, em frente ao Palácio do Setentrião, com concentração a partir das 9h. Dentre as pautas reivindicadas, a viabilização do tratamentos psicológico, fonoaudiológico e de terapias ocupacionais; e atendimentos especializados para a investigação e conclusão de laudos para crianças autistas são as prioridades.

 

“Eu sou autista e pai de dois autistas. Sabemos da dificuldade de muitas famílias de autistas em relação ao acesso a atendimento, principalmente de pessoas com vulnerabilidade. Durante a pandemia, um autista precisa de rotina, senão nos perdemos“, pontua Fábio Gonçalves, representante da ONG Constelação Azul.

 

Atualmente, a rede pública de saúde oferece acompanhamento especializado até a idade de 15 anos, sem a possibilidade de um tratamento continuado para a vida adulta. Outra problemática apontada pela comunidade é a subnotificação de laudos fechados de Espectro Autista no Amapá. “Com um laudo, uma família pode acionar o benefício no INSS, pode tratar precocemente e ter uma vida diferente”, conclui Fábio.


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