Cidades

Conselho de Medicina diz que saída dos médicos cubanos não vai prejudicar atendimento no interior

Presidente do CRM do Amapá, Eduardo Monteiro critica termos dos contratos assinados pelos profissionais, que recebem só entre 30% e 40% dos salários, sendo o restante” destinado ao governo Caribenho.


Presidente do CRM/AP, médico cardiologista Eduardo Monteiro

O presidente do Conselho Regional de Medicina no Amapá (CRM/AP), médico cardiologista Eduardo Monteiro, elogiou na manhã desta sexta-feira (16) o que chamou de “postura coerente” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) ao impor condições para a permanência no Brasil dos médicos cubanos, o que provocou a saída dos profissionais do país caribenho do programa Mais Médicos.

 

De acordo com Eduardo Monteiro, além dos termos do contrato serem prejudiciais aos profissionais, porque recebem apenas entre 30% e 40% dos salários pactuados, ficando a maior parte com o governo de Cuba, referidos médicos não atendem às necessidades da população, a começar, segundo ele, com as receitas por causa das dificuldades com a nossa língua. Ele disse ter convicção de que a saída dos cubanos não prejudicará o atendimento da população porque o Ministério da Saúde já está adotando providências para a contratação de profissionais brasileiros recém-formados.

“Esse programa foi muito contestado desde o início da sua implantação por não exigir prova de conhecimento desses médicos cubanos; eles vieram pra cá para fazer atenção básica, e não podiam trabalhar em policlínica; é claro que tem bons profissionais, mas em algumas receitas eles têm dificuldade de lidar com a atenção básica; outra situação é que o governo brasileiro paga em torno de 15 mil reais por cada profissional, mas eles só recebem 1 mil dólares, ficando o restante com o governo cubano”, pontuou.

 

Eduardo Monteiro disse, ainda, que há cerca de 20 médicos brasileiros que fizeram curso no exterior, enquanto que o total de profissionais de Cuba “não chega a 9 mil”, e a maioria não tem condições financeiras para pagar o Fies (Fundo de Financiamento do Ensino Superior), por isso creio que a anunciada contratação de médicos recém-formados pelo Ministério da Saúde vai suprir as necessidades e evitar qualquer prejuízo à assistência da população, inclusive das regiões mais longínquas”.

 

“Retrocesso”
O prefeito de Macapá, Clécio Luís (REDE) se manifestou através de nota oficial divulgada na manhã desta sexta-feira, onde critica a ruptura do programa e afirma que a saída dos médicos cubanos vai prejudicar o atendimento aos moradores do interior e, em especial, as populações do Arquipélago do Bailique e do Pacuí.

 

Na nota, Clécio qualifica a ruptura de “retrocesso”, asseverando que a saída dos médicos cubanos do programa “fragiliza a universalidade do direito à saúde, principalmente da população mais carente”.


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