Cidades

Cresce no Amapá maus tratos e agressões físicas contra idosos

Levantamento do Conselho Estadual da Pessoa Idosa aponta 270 vítimas nos cinco primeiros meses do ano, contra 167 durante todo o ano de 2015


Levantamento feito pelo Conselho Estadual da Pessoa Idosa no Amapá mostra que 167 idosos foram vítimas de agressões físicas e maus tratos nos primeiros cinco meses de 2016, contra 167 durante todo o ano de 2015. Conforme revelou a presidente do Conselho, Nadia Souto, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) nesta terça-feira, 14, os casos vêm crescendo de forma alarmante desde 2014, quando foram registradas 222 ocorrências. Ela falou também sobre a programação que vai ser realizada nesta quarta, 15, na Praça Veiga Cabral a partir das 8h, em alusão ao Dia do Combate e Enfrentamento da Violência contra a pessoa idosa.

“Será uma programação muito diversificada, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade sobre esse terrível problema, que aumenta ano após ano no Amapá; a violência é tão grande, que somente neste ano 20 idosos já morreram em conseqüência de agressões físicas e maus tratos; além da distribuição de folders educativo, realizaremos também uma ação de saúde, disponibilizando vários exames, inclusive de glicemia, além da apresentação do Marabaixo”, anunciou.

Segundo Nádia, a maior ocorrência de casos de violência contra idosos é de conflito familiar: “Maus tratos praticados por familiares e agressões físicas lideram os casos; lamentavelmente, apesar do nosso trabalho diuturno, de domingo a domingo, as pessoas continuam se fazendo de surdos, com as coisas acontecendo como se tivesse fugindo do controle. Daqui a poucos meses vou deixar a presidência do Conselho e já estou angustiada porque não sei se esse trabalho vai ter continuidade”.

Questionada sobre o caso mais marcante que já se deparou, Nádia Souto revelou que foi em Mazagão: “Em 2012 conheci uma senhora , que é paralisada, e por isso, rasteja e é maltratada pela irmã, com quem mora; na realidade, antes ela era abrigada, mas foi retirada do abrigo por uma irmã que veio de Cayenne (Guiana Francesa), para que as três irmãs ficassem juntas; infelizmente, porém, pouco tempo depois essa irmã faleceu e a idosa permaneceu morando com a outra irmã, que a maltrata muito, principalmente por causa da aposentadoria dela; deste então venho tentando reabrigá-la, inclusive através do MP (Ministério Público Estadual) e do Cras (Conselho Regional de Assistência Social, mas até agora não obtive êxito”, lamentou.


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