Cidades

Curva de crescimento dos casos de Covid-19 pode ter queda em junho, aponta projeção da SVS/AP

De acordo com o pesquisador e epidemiologista da SVS/AP, Patrício Almeida, estima-se que até o dia 10 de junho estaremos no platô da curva, momento em que o número de casos apresenta certa estabilidade. Após esse momento, a expectativa é que a curva comece a descer.


Railana Pantoja
Da Redação

 

O enfermeiro epidemiologista da SVS/AP e doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários, Patrício Almeida, explicou na manhã desta quinta-feira (28) alguns termos técnicos relacionados à curva de crescimento de casos do novo coronavírus e também detalhou as projeções feitas pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS/AP) com a expectativa de achatar a curva.

 

“Do ponto de vista epidemiológico, começamos a fazer um cálculo de curva a partir do primeiro incremento de 100 casos. Nosso primeiro incremento foi no dia 6 de abril. Então, do dia 6 de abril pra frente você vai calcular 6 semanas, aí a gente vai ter exatamente esse período de 7 dias de distância e que bateu agora com o dia 25 de maio. A gente percebe que ocorrerá um aumento do incremento de casos, e também percebemos que no início a duplicação de casos era a cada 5 dias, e hoje nós temos de 11 a 13 dias, baseados nessa redução da velocidade que tivemos dentro da capital”, explicou.

 

Essa fase pode ser considerada como o “pico” da pandemia no Amapá, levando em consideração o crescimento exponencial da curva. Para chegar a esses dados, a SVS/AP faz o cálculo do chamado ‘fator reprodutivo’.

 

“O fator reprodutivo é feito quando você divide o valor do número de confirmados anterior pelo valor atual, aí você tem um valor estimado que vai de 0 até acima de 1. Lembrem que a gente tá naquela fase de crescimento exponencial e vamos chegar num ápice de casos que deve se manter por algum tempo, é o que a gente chama de platô, e depois teremos a descida de casos. O que vai definir isso é o cumprimento das medidas sanitárias orientadas pelo Governo”, detalhou Patrício.

 

De acordo com o pesquisador, analisando o fator reprodutivo das duas últimas semanas é possível perceber que Macapá está entrando em uma fase de desaceleração, fato que influencia diretamente na situação do estado.

 

“A linha mediana pra gente é ser 1. Observamos que nas duas últimas semanas permanecemos com o valor oscilando entre 0,4 e 0,6. Isso demonstra um processo de desaceleração dentro da capital, e automaticamente influencia a realidade  do estado, estamos falando aí de 65% da população dentro do município”, analisou.

 

Segundo Patrício, este processo de mudança de comportamento do vírus e da velocidade de propagação ocorridos nas últimas seis semanas podem ter alguns motivos, com destaque para o tratamento precoce e a faixa etária de pessoas jovens atingidas pelo vírus.

 

“O nosso platô tende a se permanecer pelo menos até o dia 10 de junho, e em seguida a gente vai começar aquele processo de descida da curva. Mas, vale lembrar que isso não justifica, em hipótese alguma, o descumprimento das medidas sanitárias que estão sendo tomadas. Isso tudo depende muito da boa vontade da comunidade, do cumprimento das medidas sanitárias e da própria higiene pessoal, todos ajudam na redução desse impacto no sistema de saúde. E o principal que eu gostaria de destacar: o tratamento precoce evita o agravamento de casos”, finalizou o epidemiologista.


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