Cidades

Ex-presidente do Sinsepeap diz que deixou R$ 234 mil em conta para pagar isonomia

Além desse dinheiro, documentos comprovam que também ficaram em conta bancária recursos que totalizam quase R$ 1,5 milhão, destinados à construção da sede do sindicato.


O ex-presidente e a ex-diretora de patrimônio do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Amapá (Sinsepeap), Aroldo Rabelo e Eneida Nascimento, afirmaram na manhã desta terça-feira (19) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) que ao se desligarem da direção do sindicato, em 14 de julho de 2017, deixaram depositados em conta bancária a quantia de R$ 234.503,45, destinados ao pagamento da isonomia devida desde 2008 aos professores; além desse recurso, eles apresentaram extrato de conta na Caixa Econômica Federal (CEF) constando uma aplicação de R$ 1.429 milhão, destinado à construção da sede da entidade.

A ida dos ex-dirigentes foi em resposta às entrevistas da atual presidente, Kátia Cilene, e do assessor jurídico, Davi Silva, concedida no dia anterior ao programa, em resposta a reclamações de vários ouvintes sobre o não pagamento da isonomia devida pelo governo federal desde o ano de 2008, em especial da professora aposentada Oscarina Silva, cujo filho, Ericson Silva, afirmou que o repasse foi feito pela União para o Sinsepeap realizar o pagamento, mas não o fez até os dias atuais. Só para a professora Oscarina seriam devidos cerca de R$ 30 mil.

Questionados sobre o dinheiro da professora e dos demais trabalhadores na área de educação, Kátia Cilene e Davi Silva disseram desconhecer essa lista de credores, que circula em grupos de Whatsaap, e afirmaram que a responsabilidade do sindicato foi apenas em relação ao pagamento dos direitos dos servidores já falecidos, como forma de garantir o pagamento diretamente aos herdeiros, sem necessidade de abertura de inventários. Quanto aos servidores ainda vivos, segundo eles, a responsabilidade seria do Banco do Brasil.

“Inverdades”

Aroldo e Eneida garantiram que a versão apresentada não é verdadeira: “Ela (a atual presidente) disse que eles só foram habilitados na conta em agosto do ano passado, quando a atual diretoria passou a ter acesso, e isso não é verdade; ela mentiu ao dizer isso, porque nós saímos do sindicato em 14 de julho de 2017, e na ocasião fechou-se tudo; se a diretoria que nos sucedeu não tinha como se habilitar, o problema é outro; não é verdade o que ela disse que não se habilitou, mas é problema dela; se ela não sabe administrar, o problema é dela, e não deveria usar uma emissora com audiência como esta pra dizer isso, pra falar inverdades”.

Ouvido novamente por telefone, Ericson Silva ratificou a denúncia e acrescentou que, na verdade, o dinheiro devido à sua genitora é de mais de R$ 36 mil. “Eu confio em parte, claro, na nas informações do ex-presidente Aroldo, tanto que entramos em contato com o doutor Caxias (ex-advogado do Sinsepeap) e ele disse claramente que existe o dinheiro, que o doutor Aroldo deixou o valor para ser pago; estamos indo agora ao Ministério Público; tem alguma coisa errada, porque o atual tesoureiro, Biraelson, chegou a ir na casa da minha mãe e prometeu fazer o pagamento de imediato, inclusive, ele [Biraelson] disse que tinha RG, CPF e número da conta dela, mas até agora o valor não foi repassado. Resumindo, cadê o dinheiro que tava aqui? Minha mãe só quer receber o dinheiro dela, que salvo engano, não é esse valor inicialmente divulgado. Pegamos a planilha e o valor que está lá é R$ 36 mil e uma fração, mas além disso tem ouros detalhes que eu vou falar só para o Promotor de Justiça”, pontuou.

Outros casos

Durante a entrevista outra professora, que se identificou como Josefina Silva de Almeida, telefonou para o programa e disse que também está na mesma situação: “Só tomei conhecimento dessa lista agora, estou quase pra me aposentar e nunca tinha ouvido falar do pagamento da isonomia, mas meu nome está nessa relação divulgada pelo Whatsapp e vou ao Sindicato; caso eles não resolvam, eu também vou ao Ministério Público, e não sou apenas eu, tenho conhecimento de muitas outras pessoas que estão nessa situação”, ressaltou.


Deixe seu comentário


Publicidade