Cidades

Ex-reitor da Unifap morre vítima da Covid-19

João Brazão Neto, de 77 anos, morreu na madrugada deste sábado (09) na UTI do hospital Unimed, em Macapá. Era pioneiro no sistema de ensino superior do estado.


Elden Carlos
Editor

 

O ex-reitor da Universidade Federal do Amapá (Unifap), João Brazão da Silva Neto, de 77 anos, morreu na madrugada deste sábado (09) na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital na Unimed, na zona sul de Macapá. O óbito foi confirmado por volta de 1h20 pelos médicos. Pelo protocolo de segurança, corpo do professor seguiria do hospital direto para o cemitério.

 

Brazão – que era casado e tinha quatro filhos – foi um dos pioneiros no ensino superior do Amapá. Ingressou na Universidade Federam em meados dos anos 1990. Ele foi professor de algumas gerações de jovens amapaenses como Jocy (médico), Paulo Guerra (Letras/Direito), Wagner Gomes (Direito), Jurandil (economista), Rodolfo Juarez (engenheiro), dentre muitos outros, que, aprovados em vestibular, saiam do Colégio Amapaense (CA), direto para as universidades brasileiras, a UFPA, em Belém, principalmente, e de onde voltavam formados — e já com empregos garantidos no então Território Federal do Amapá.

 

Trajetória

 

Brazão Neto foi o primeiro reitor eleito da Unifap e comandou a instituição 2002 a 2006. Ele estava aposentado desde 2013, com 43 anos de magistério superior, sendo 30 na Universidade Federal do Pará (UFPA) e 13 na Universidade Federal Amapá (Unifap).

 

Filho do pecuarista Raimundo Pantoja da Silva e da dona de casa Dirce dos Reis Silva, Brazão, que nasceu no dia do engenheiro, na região do Aporema, foi criado pelos avós e herdou o nome do avô. Ele era engenheiro mecânico e de produção (formado pela PUC/RJ), engenheiro civil (formado pela UFPA), além de matemática, física e direito (UFPA), e tinha pós-graduação em Planejamento Global e Análise de Projetos (CEDEC, Brasilia) e Inferência Estatística (UFPA).

 

João Brazão da Silva Neto foi professor no ex-Território Federal do Amapá, no ensino médio, tendo atuado no Colégio Amapaense durante três anos. Torcedor fanático do Vasco da Gama, ele se orgulhava de ter sido pioneiro na implantação de cursinho pré-vestibular no Amapá.

 

Em janeiro de 2014, durante entrevista, João Brazão da Silva Neto revelou que começou a estudar no Grupo Escolar Barão do Rio Branco. “Estudei as duas primeiras séries na Escola Isolada de Aporema, que funcionou na casa de meus avós e tive como mestre o professor João Guerra, pai do também professor João Batista Guerra. Porém destaque-se que fui alfabetizado muito cedo pela minha avó, que mesmo cega, cumpriu essa missão. Tive uma infância ribeirinha, mais sempre voltada para os livros”.

 

Ele relembrou que os estudos nas séries iniciais tiveram como mestre a professora Dorothi Mendes e que a continuidades dos estudos aconteceram no anexo da Escola Normal, a Escola Presidente Vargas, e a saudosa professora Raimunda Virgolino foi sua educadora. “Uma brilhante mestra ela e suas reguadas”.


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