Cidades

Herivelto Maciel diz que é discriminado pelo Conselho de Cultura

Artista plástico protagoniza duelo com Popó ao vivo no rádio, mas presidente do conselho se curva à reclamação e pede ao governador que o nomeie conselheiro


 Após uma discussão acirrada entre o artista plástico Herivelto Maciel e o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Porfírio Popó, no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quarta-feira, 17, Popó sugeriu, ao vivo, ao governador Waldez Góes (PDT) que nomeie Herivelto para integrar o conselho. O artista reclamava de que o conselho teria lhe negado o direito ao voto para escolha dos novos conselheiros, cuja eleição ocorrerá na próxima sexta, 19.
“Infelizmente o conselho de cultura, de forma inexplicável e absurda, não me reconhece como artista plástico, juntamente quando estamos comemorando 50 anos de profissão, com relevantes serviços prestados à arte e à cultura do Amapá. Eu fui indicado para votar e ser votado, e inclusive eles mandaram o documento para que eu me habilitasse, o enviei ao conselho, devidamente preenchido, mas eles me mandaram de volta, por considerar que não sou artista plástico, apesar de toda a minha história; meu objetivo sempre foi mudar certas situações com as quais não concordo, por isso vim ao programa do Luiz Melo, por ser um canal aberto permanente para a cultura; mas ao que parece o conselho de cultura não sintoniza este programa”, lamentou.

Ouvinte assíduo do programa, Porfirio Popó estava chegando ao prédio da Rádio DiárioFM quando foi acionado por telefone, meio pelo qual iniciou o debate até chegar ao estúdio central da emissora: “Eu acho muito importante acontecer esse debate, porque tenho a esclarecer que a Lei 911, que criou o conselho, diz que eleições serão feitas pelos segmentos culturais e artísticos, e o segmento das artes visuais se reuniu e criou uma comissão eleitoral entre eles, com regras, edital e regimento interno; eu como presidente não tenho nenhuma interferência nesse processo”.

De acordo com Popó, os movimentos culturais são responsáveis diretos pela eleição de eleger seus representantes no conselho estadual: “Nós apenas emprestamos a estrutura; o Herivelto pode não ter tido informações da comissão eleitoral, mas ele teve toda essa oportunidade durante mais de 50 dias para acompanhar desde a formação, organização e inscrição, além de ampla publicidade através do Diário Oficial e da imprensa; se o Herivelto tem algo a reclamar, isso deve ser feito para a comissão dele e não para o conselho de cultura”.

Herivelto retrucou: “Eu sou artista independente. Eu tenho direito sim de escolher pessoas nas quais eu confie para me representar no conselho de cultura do estado, mas nunca houve convite a este artista; eu nunca recebi nenhum convite; eu estive com você em várias ocasiões inclusive em exposições, mas o senhor não estendeu para mim esse convite, sendo interrompido por Popó:

– O conselho de cultura reconhece a sua condição de artista plástico, sim, mas os artistas têm que se organizar, mas anarquistas não, por não concordarem com a forma de escolha dos artistas. Na última vez que veio aqui (no programa) reclamou que em Macapá não tinha galeria de arte, tendo sido necessário o deputado Milhomen esclarecer que temos galeria de arte, sim, na Unifap (Universidade Federal do Amapá), que foi construída através de recursos de emenda parlamentar dele; infelizmente você se fasta de todo mundo, acusa e depois vai viver a sua vida, mas quando volta vem acusar de novo, colocando todos os problemas – disparou.

Herivelto contra-atacou: “O senhor não veio aqui pra dialogar, mas sim para desrespeitar. Eu não sou anarquista, sou artista. Pelo jeito você quer se perpetuar (como presidente do conselho de cultura)”, acusou, recebendo como resposta: “Não, você está equivocado, porque estou deixando o cargo no próximo dia 26; e se alguém quiser reclamar de alguma coisa, que reclame à comissão eleitoral, que está lá no conselho de cultura”.

Através do WhatsAp, um artista plástico que se identificou como ‘Osmar’ criticou o presidente do conselho: “Eu não conheço pessoalmente o Popó, mas posso falar pra ele que essa eleição não foi nada séria, tanto que vieram trazer pra mim um cadastro para ser preenchido e nada mais além disso; o Popó está agindo com as particularidades do Herivelto, e ele merece respeito”.

Popó contemporizou: “Não tenho absolutamente nada contra o Herivelto, pelo contrário, porque reconheço seu talento e a importância do trabalho dele para a cultura do Amapá; por isso eu faço questão de levar à votação na reunião do conselho na próxima sexta-feira, uma moção de homenagem a ele, que sem nenhuma dúvida vai ser aprovada, e entregue na posse do novo conselho, no dia 26. E aproveito para sugerir ao governador que entre as cinco indicações que ele tem para o conselho de cultura, que faça a indicação do Herivelto, por questão de justiça”.

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