Cidades

Pioneiros da segurança pública, ex-guardas territoriais participam do desfile cívico

Desfile de 7 de Setembro ocorrerá no Sambódromo, sob a coordenação do 34º Batalhão de Infantaria e Selva


O policial civil aposentado Tadeu Belém, um dos primeiros integrantes da Guarda Territorial do Amapá, que foi pioneira da segurança pública do Amapá, confirmou na manhã desta quarta-feira (06) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) que os remanescentes da corporação vão participar do desfile cívico de 7 de setembro que ocorre nesta quinta-feira, no Sambódromo. Ele falou com saudosismo sobre a sua criação.

– Participamos de todos os desfiles de 7 de setembro com muita emoção. Muitos companheiros já se foram, outros graças a Deus permanecem entre nós, e o desfile é um momento ímpar, porque conseguimos matar um pouco da saudade daquela época, desde a implantação da Guarda Territorial em 1944 pelo saudoso primeiro governador do Amapá, o coronel Janary Nunes, até a sua extinção, substituída que foi pela Polícia Militar. Naquela época éramos 460 guardas, comandados pelo tenente Charone, que foi o nosso primeiro comandante. Com a criação da PM, o comando passou para o coronel Índio Machado – relatou.

Perguntado sobre a situação mais difícil que enfrentou na Guarda Territorial, Tadeu Melém não hesitou: “Tem uma que nem gosto de lembrar, de falar… O naufrágio do barco Novo Amapá, em 1981; foi uma coisa horrível, a gente resgatando corpos que vinham amarrados como jangadas… Foi um acontecimento marcante, muito triste. Mas, é importante destacar que nós não cuidávamos apenas da segurança da população, nós fazíamos de tudo, atuávamos na área de saúde e até mesmo fazíamos caixões na Fortaleza de Macapá para enterrar as pessoas que morriam”.

Conforme explicou Tadeu Belém, com a criação da Polícia Militar, grande parte dos guardas territoriais passou a fazer parte da corporação, mas muitos optaram por outros órgãos da administração do ex-território: “Com a extinção da Guarda, muitos dos nossos companheiros passaram a fazer parte das fileiras da Polícia Militar, inclusive eu, mas posteriormente fiz opção para trabalhar na função de Guarda de Presídio, com a criação da penitenciária em 1983, e depois passei a ser policial civil por 30 anos, quando eu me aposentei. Outros companheiros preferiram trabalhar nos demais órgãos do governo, como nas áreas de educação e saúde”.

Sobre o desfile cívico desta sexta-feira, Tadeu Belém não escondeu a emoção: “O Osias (outra liderança dos ex-guardas territoriais) me confirmou que o nosso tradicional café da manhã não vai mais acontecer na nossa sede, mas sim ao lado do estádio, ao ar livre, e depois vamos desfilar com toda a garra, bater pé na avenida, segurar essa emoção que é cada vez mais forte, que faz o coração ficar batendo descompassadamente desde agora. Vamos lá, bater os pés no asfalto, honrar a Pátria e relembrar com saudosismo os velhos tempos da nossa briosa Guarda Territorial”, finalizou.


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