Cidades

Transporte coletivo: usuários relatam transtornos diários e pedem fiscalização da CTMac

Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMAc) informou que tem intensificado cobrança das empresas para que estas ofereçam transporte de qualidade, mas, pedidos são ignorados.


Railana Pantoja
Da Redação

 

Na manhã desta quarta-feira (1), diversos usuários do transporte coletivo de Macapá relataram ao programa radiofônico Luiz Melo Entrevista (Diário FM 90,9), os transtornos que passam diariamente por depender dos coletivos.

Ônibus velhos, falta de cobradores, demora, monopólio de empresas e inconstância nos horários são algumas das principais reclamações, especialmente da população que mora em bairros afastados da região central.

Por volta das 7h20 desta quarta (1), um ônibus da linha Macapaba/Garden, que estava no sentido norte/sul, sofreu pane em pleno horário de pico. Na zona sul, um dos ônibus novos que atende a linha Buritizal/São Camilo também teve problemas e ficou parado na entrada do Habitacional São José. “A empresa que faz a linha Macapá-Santana, Macapaba, Brasil Novo, Marabaixo e outros bairros da zona norte não tem condições mais de operar. É só problema, ela não cumpre horário, faltam carros para atender a demanda, atrasam salário dos trabalhadores; a linha Macapá-Santana é um caos. Então, tem que tirar esse monopólio da empresa para outras investirem”, observou o ouvinte Márcio.

Em resposta, o diretor-presidente da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac) afirmou ter ciência dos problemas recorrentes e que toma as medidas cabíveis, no entanto, há empresas que descumprem. “É um problema antigo. Nós já mandamos várias ordens de serviço, fizemos autuações e multas para uma determinada empresa que concentra esses problemas, mas nada é feito, então, estamos buscando medidas enérgicas. Realmente está causando um prejuízo enorme para a população, e sabemos que outras empresas podem atender essas linhas de bairros mais afastados, por isso vamos adotar outras medidas”, garantiu o diretor-presidente da CTMac, Marcílio Dantas.

Uma das medidas seria ampliar a oferta de empresas que podem atuar nos bairros mais afastados da zona norte, região bastante populosa e que tem o serviço concentrado na empresa Sião Thur. “Para não ter problemas jurídicos, precisamos constatar se realmente a empresa não tem condições de atender toda a demanda. Nada impede que outras empresas façam as linhas, desde que a atual não tenha competência para atuar”, frisou.

Nesta semana a Companhia fará fiscalizações nas garagens das empresas, para identificar a situação dos veículos que circulam em Macapá. “Se possível, faremos a redistribuição de algumas rotas para outras empresas que não sejam a principal da região”, adiantou Marcílio.

Bilhete único
Usuários que precisam pegar mais de um ônibus para se deslocar a outro destino solicitam que o bilhete único seja adotado na capital. No entanto, o diretor-presidente diz que não é viável neste momento. “As empresas não têm condições nem de investir em ônibus mais modernos, então, imagina como elas vão colocar uma tecnologia do bilhete único dentro dos validadores?! As empresas não fazem nem a manutenção dos bancos muitas vezes, implantar tecnologia é inviável para muitas”, avaliou.

Sem bilhete único, usuários precisam pagar passagens várias vezes, e agora, esse serviço é direcionado aos motoristas. Cobradores já não existem em muitas linhas, o que causa acúmulo de função aos motoristas e também prejudica o cumprimento do horário do itinerário, resultando em atrasos para a população.

 

 

Licitação
A licitação do transporte público em Macapá é um debate antigo, mas, até hoje, nunca saiu do papel. Segundo Marcílio Dantas, é preciso ter cautela na elaboração da licitação, o que leva tempo. “Precisamos ter cautela para que a licitação não seja cassada como outras já foram. Além disso, precisamos fazê-la nos moldes das novas licitações de transporte público, pois, mudou muita coisa nesse tempo de pandemia. Então, é ter cautela na elaboração para não ter nenhuma ocorrência jurídica. Acredito que no 1º semestre de 2022 estaremos executando a licitação”, finalizou o diretor-presidente da Companhia.


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