Política

Agricultores denunciam perseguição da Amcel à Comissão de Política Agrária da Alap

O apelo dos agricultores foi acatado pelo vice-presidente da comissão, deputado Jesus Pontes (PTC).


Membros da Comissão de Políticas Agrárias (CPA) da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) receberam agricultores da Associação Nova Conquista, localizada no quilometro 54 da BR-156, que solicitaram apoio dos parlamentares.

Segundo o agricultor José Nascimento, alguns proprietários de lotes situados no trecho que vai até o município de Porto Grande estão sofrendo perseguições da Amapá Florestal e Celulose S.A (Amcel), empresa que trabalha na exportação de cavacos de eucalipto, plantados em uma área de cerca de 180 mil hectares abrangendo sete municípios do Amapá: Santana, Macapá, Porto Grande, Ferreira Gomes, Itaubal do Piririm, Tartarugalzinho e Amapá.

“Há menos de dois meses a empresa, diante de posse de uma liminar da justiça, mandou quebrar as casas dos agricultores da Associação Nova Conquista, na comunidade do Flexal, em Pracuuba, deixando cerca de 400 pessoas debaixo de chuva; na minha área tinha 74 mil pés de abacaxi plantados, a empresa destruiu 30 mil”, contou Piauí, como é conhecido o agricultor, e que está no Amapá há quase trinta anos e trabalha no setor primário.

A deputada Cristina Almeida (PSB) citou a importância da agricultura para o Estado, e por conhecer o trâmite, por ter ocupado a cadeira da Superintendência no Incra Amapá, colocou-se à disposição na busca de soluções para o problema. O apelo dos agricultores foi acatado pelo vice-presidente da comissão, deputado Jesus Pontes (PTC).

O presidente da Associação dos Pequenos Agricultores Familiares do Amapá, Fernando Sacramento, questionou sobre as terras do Governo Federal que foram devolvidas ao Amapá. “Não queremos brigar com a empresa, apenas queremos trabalhar na nossa terra e produzir para o Estado”, disse. “Porque não assenta os agricultores nessas terras que eram da União? Estamos no aguardo do manifesto do Incra e do governo e justamente por conta disso, eu solicito aos senhores deputados que lutem por nós”, frisou Fernando Sacramento.

O agricultor José Carlos Pureza Amaral, também pediu uma atenção especial da comissão sobre a intervenção da Amcel na área onde cerca de 700 agricultores desenvolvem suas atividades. “Não somos bandidos e sim trabalhadores, e queremos trabalhar e produzir para o nosso Amapá”, mencionou.

O presidente da Associação dos Agricultores Amigos do Amapá, Albelino da Silva Pereira, disse que é triste ver o agricultor chorando ao ter sua plantação e até mesmo suas casas, destruídas. “Não queremos que a empresa saia do Estado e nem ocupar área da Amcel”, destacou o presidente da associação, frisando que a empresa dispõe de áreas devolutas, sem utilização e sugeriu que a Amcel possa ceder para que os agricultores façam seus cultivos.


Deixe seu comentário


Publicidade