Política

Camilo diz que PSB quer Randolfe na disputa para o governo

Ex-governador afirma que senador é o único nome capaz de unir a oposição; segundo ele, Randolfe deveria priorizar o Amapá em detrimento de projeto político nacional


O ex-governador Camilo Capiberibe afirmou na manhã desta quarta-feira (24), no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9), que o partido dele, o PSB, está empenhado no sentido de convencer o senador Randolfe Rodrigues (Rede) a disputar o governo do Estado nas eleições de 2018. Segundo ele, Randolfe é, hoje, o único nome capaz de unir as forças progressistas e da esquerda para que a oposição não se fragilize como uma eventual divisão.

“Essa aliança dos senadores Randolfe e Davi (DEM) tem que ser muito bem pensada em nome do Amapá; vimos na noite de ontem (terça-feira), por exemplo, uma imagem que ficou estranha, durante a discussão acirrada na Comissão de Assuntos Econômica do Senado, em que o senador Randolfe estava em cima da mesa em meio aos embates, enquanto o senador Davi, que em tese é o candidato dele (ao governo), estava assustadíssimo, olhando de longe o que acontecia; é uma incoerência essa tentativa de uma ‘frente’ formado (apenas) pelo DEM, Rede e PSol), que pode até ser boa para ele (Randolfe) se eleger, mas essa ‘frente’ é um verdadeiro Frankstein para a política. O senador Randolfe deveria assumir a responsabilidade da liderança que possui para ser candidato a governador; essa justificativa que a direção nacional do partido dele quer renovar o mandato não pode ser levada em conta, mas, sim, os interesses do Amapá”, criticou.

De acordo com o ex-governador, em caso de Randolfe realmente optar pela reeleição, o PSB vai lançar candidatura própria: “Nossa prioridade é o lançamento da candidatura do senador Randolfe, mas caso ele priorize a reeleição, o PSB vai lançar candidatura própria”; questionado se o candidato seria o senador João Capiberibe, Camilo confirmou: “O senador Capí já disse que se a conjuntura lhe impuser ser o candidato a governador e o PSB e a população quiserem, ele será candidato; acho, entretanto, que com 45 anos de idade, o senador Randolfe tem que pensar no nosso estado; e acredito qeu ele vai avaliar e decidir por isso (candidatur ao governo), porque é um bom nome para juntar todas as forças; sabemos que há um acordo entre ele e o Davi Alcolumbre, mas ele tem que pensar no que é melhor para o Amapá”.

Perguntado se, com eventual candidatura de João Capiberibe ao governo, ele seria o candidato do PSB ao senado, Camilo desconversou: “Eu gostaria de colocar meu nome a disposição, mas isso não é fundamental para mim; se for o caso eu permaneço sem mandato; a prioridade no PSB é de quem detém mandatos, como a Janete (Capiberibe) a Cristina (Almeida) e o próprio Capí; mas, insisto, ele (Randolfe) deveria decidir pelo estado do Amapá, não pelo projeto nacional do partido dele; estamos alertando que ele deveria assumir a responsabilidade de unir as forças progressistas e de esquerda; caso ele decida o contrário, entretanto, o senador João Capiberibe vai estar lá com todo esse patrimônio de realização política que ele tem para ser o candidato, porque o PSB está trabalhando na base para construir o processo eleitoral de 2018 para resgatar o Amapá”.


Gestão compartilhada

Presidente da Fundação João Mangabeira no Amapá, instituída pelo PSB em 1990 que tem como finalidades a formação política socialista e a elaboração de políticas públicas no Brasil, Camilo Capiberibe também falou sobre evento da instituição que acontece nessa sexta-feira, 26, em Macapá, que vai discutir a gestão compartilha na gestão pública, em comemoração ao 8º aniversário de criação da Lei da Transparência, de autoria do senador Joao Capiberibe:

– Estamos realizado esse evento em parceria da Fundação João Mangabeira do Amapá com a Fundação nacional, da qual é presidente o senador Renato Casa Grande, ex-governador do Espírito Santo, que inclusive vai participar do seminário, e com os mandatos do senador João e da deputada Janete Capiberibe, Unifap (Universidade Federal do Amapá) e Ueap (Universidade Estadual do Amapá), com o objetivo de levar à população ferramentas de controle social, para que a sociedade possa exercer maior fiscalização à aplicação dos recursos públicos”.

Conforme explicou Camilo, é necessário que a população acompanhe de perto a administração pública “com toda a transparência necessária”, porque “a sociedade é partícipe da gestão pública”, mas para que isso ocorra a população tem que acessar em tempo real todas as ações e programas executados:

– Na manhã de sexta-feira teremos um colóquio sobre gestão compartilhada, onde a professora Marcia Marques, da Universidade de Brasília (UnB) vai apresentar uma cartilha sobre gestão compartilha, e à tarde e à noite a programação seguirá na Ueap, com evento cultural a tarde e um festival de música a noite; será sem dúvida um evento muito importante, porque vai esclarecer a sociedade sobre os instrumentos para fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, as obras e programas, o destino do dinheiro repassado por emendas parlamentares, por exemplo”, pontuou.
Essa fiscalização, segundo Camilo, é feita em tempo real pela internet: “Através da Lei da Transparência ficou muito fácil a sociedade acompanhar o destino do dinheiro que chega aos estados e municípios, tudo isso através de aplicativos da internet, pelo computador, em todas as cidades brasileiras.

“Quero alertar, também, que o evento dessa sexta-feira dará direito aos participantes de certificados de quatro horas, tanto na Unifap como na Ueap; além disso, as pessoas não só vão aprender a fiscalizar a aplicação dos recursos públicos, como também trocar informações através das redes sociais. O melhor caminho é empoderar a sociedade; vivemos uma crise na democracia representativa, em que as pessoas elegem, mas depois se decepcionam com quem elegeram e ficam frustradas; por isso é importante não apenas a participação da população na hora de votar, mas também nos 365 dias do ano, fiscalizando a aplicação dos recursos públicos O que engorda o boi no pasto é o olhar do dono, o que também se aplica à nossa realidade, porque o que faz as coisas darem certas é o olhar permanente e vigilante da sociedade”, finalizou..


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