Política

Camilo diz que PSB vai fazer oposição responsável em defesa dos interesses do Amapá

Deputado federal eleito com a maior votação no estado critica as primeiras medidas anunciadas por Jair Bolsonaro, em especial na política externa, mas garante que o partido vai contribuir para a governabilidade.


Camilo Capiberibe (PSB)

Deputado federal eleito com a maior votação do estado nas eleições de 7 de outubro, Camilo Capiberibe (PSB) concedeu entrevista nesta terça-feira (06) por telefone ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) e falou sobre a decisão do partido dele fazer “oposição responsável” ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), mas criticou as primeiras medidas anunciadas pelo futuro governo, em especial na política externa, que em seu entendimento cria embaraços nas relações diplomáticas e comerciais com países que tradicionalmente são parceiros comerciais do Brasil.

 

Segundo Camilo, a opção do PSB de ser oposição não foi decidida pelo partido, mas sim pelas circunstâncias políticas, principalmente pelo fato da legenda ter apoiado o candidato do PT, Fernando Haddad, no 2º turno. “Foi colcoado com muita clareza pelo nosso presidente nacional que nós não estamos decidindo ir para oposição; na verdade como nós apoiamos no 2º turno a candidatura Haddad, todos nos colocaram na oposição; inclusive na carta divulgada partido o PSB vai buscar parceiras com outros partidos para que não sejamos oposição sistemática, e conforme dito por muitas lideranças, nós não podemos torcer contra, nós não podemos trabalhar contra o Brasil”, ponderou.

 

Camilo manifestou preocupação com a política externa do presidente eleito: “O que me procupa muito é essa política externa do presidente eleito Jair Bolsonaro, que já começa a criar reações da China, que é um grande investidor no país, e de grande importância para o Amapá, considerando que a Hidrelétrica de Santo Antônio do Jarí, que foi comprada por uma empresa estatal japonesa, agora foi comprada por chineses, sendo muito prejudical para nós quando o presidente começa a hostilizar a China e quando resolve transferir o Consulado de Tel Aviv para Jerulalém; o Brasil não precisa de turbulência nos mercados internacionais e na Câmara eu tenho que defender os empregos do Amapá e a economia brasileira, ressaltando que fazer oposição é brigar pelos interesses coletivos para a nossa economia crescer”.

 

“Ingratidão”
Camilo Capiberibe criticou a neutralidade dos senadores Randolfe Rodrigues (REDE) e Davi Alcolumbre (DEM), e do prefeito de Macapá Clécio Luís (REDE) no 2º turno, atribuindo a essa neutralidade o mau desempenho e até mesmo a derrota na disputa para o governo do Amapá, juntamente com a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AP) de anunciar, nos 10 dias que antecederam as eleições do 1º turno, que os votos atribuídos aos seus pais, João e Janete Capiberibe, seriam considerados nulos.

 

“Alguns fatores foram determinantes (para a derrota), mas dois foram cruciais, como o anúncio pelo TRE/AP de que os votos que fossem atribuídos ao senador João e à deputada Janete seria nulos, porque por isso muita gente deixou de votar em ambos; ficamos 10 dias sem fazer campanha, enquanto o nosso adversário (Waldez Góes, do PDT) foi fazer negociações, puxando os eleitos, o que foi determinante para a eleição do senador Lucas Barreto, que não seria senador hoje se não tivesse a posição e neutralidade dos senadores Randolfe e Daví, e do prefeito Clécio, numa ingratidão enorme, porque em 2012 nós ajudamos o prefeito Clécio a ganhar (a eleição), porque fizemos uma avaliação de que seria melhor a eleição dele do que a continuidade da prefeitura com Roberto Góes, e em 2014 nós ajudamo o senador Davi a se eleger; inclusive ‘a informação que eu tenho é que os três reuniram com o governador Waldez, que disse, isso me foi relatado, que a neutralidade seria praticamente o apoio dos três a ele, que já tinha o apoio de sete deputados federais; isso foi determinante para a reeleição dele”, reclamou.


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