Política

Capiberibe revela que aliança ainda não está consolidada

Senador diz que fusão do PSB com o PPS enfrenta resistência nos estados


Na entrevista concedida na manhã desta segunda-feira ao à rádio DiárioFM (90.9), o senador João Capiberibe revelou que a fusão entre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e o Partido Progressista Social (PPS) ainda não está consolidada, por conta da forte resistência que a proposta da aliança enfrenta em quase todos os estados. Segundo ele, até mesmo nos estados que antes apoiavam a proposta essa motivação já não existe mais.

“O maior entrave que se verifica atualmente é a mudança da metodologia proposta para a fusão; antes, foi difundida a idéia de que se aumentaria no percentual de 30% a composição dos diretórios municipais e das executivas estadual e nacional, mas, posteriormente, chegou a outra fórmula que acabou tumultuando um pouco o quadro, isto é, em vez da ampliação, haveria a redução das atuais composições dos diretórios do PSB em 30%, para permitir o ingresso, nesse mesmo percentual, dos egressos do PPS”, explicou o parlamentar.

Para o Senador, entretanto, a fusão vai ocorrer, e isso será definido por ocasião dos congressos nacionais das duas agremiações, que ocorrerão ainda no próximo mês: “A fusão é uma necessidade dos partidos pequenos, pois é a única alternativa que permitirá a sobrevivência, principalmente com o advento da reforma política. Os partidos precisam se fortalecer; ou fazem a fusão ou vão desaparecer. Por isso, acredito que essa fusão será uma realidade. Haverá descontentamentos, claro, mas precisamos pensar, sobretudo, na sobrevivência política”, disparou.

“Traição ao socialismo”

Sobre a afirmação do deputado Roberto Amaral, do PSB, em entrevista dada ao Estadão, de que a fusão com o PPS é “burrice” e “traição ao socialismo”, inclusive tachando a aliança de “tragédia política”, Capiberibe minimizou: “Ele tem suas razões de espernear. Ele faz parte da corrente conservadora do Partido, como eu próprio. Sempre tive posicionamento mais para a esquerda, como o Roberto Amaral, a Lídice da Matta e outros, trabalhando em favor dos setores mais vulneráveis da sociedade, mas ele está certo, concordo plenamente com ele quando reclama que o partido perdeu esse espaço e está avançando cada vez mais para a direita”.

De acordo com Capiberibe, a fusão com o PPS vai beneficiar a ambos: “O PSB40, que será a nomenclatura em se consolidando a fusão, vai beneficiar a todos, apesar das dificuldades que a proposta está enfrentando em vários estados, em proporções maiores no Amapá, Bahia e Pernambuco, por conta das peculiaridades locais, mas isso não vai se configurar em óbice para esse grande projeto, que viabilizará um partido forte, com doutrina consolidada, emergindo como um dos mais fortes e consolidados partidos brasileiros”, reforçou.  


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