Política

Garimpeiros do Lourenço representam contra cooperativa

Com as duas prisões, subiu para três o número de dirigentes da Coogal presos em decorrência da Operação Minamata, que trabalha na desarticulação de atividades garimpeiras ilegais no estado do Amapá, incluindo trabalho escravo. Antes, estava preso apenas o presidente da coopoerativa, Antônio de Souza Pinto.


Douglas Lima
Da Redação

No curso da Operação Minamata, a Polícia Federal prendeu, nesse fim de semana, Sebastião Batista Carneiro e Evandro Luiz, respectivamente diretor administrativo e diretor financeiro da Cooperativa dos Garimpeiros do Lourenço (Coogal). O diretor de patrimônio da entidade, de prenome Haroldo, conseguiu fugir antes da abordagem da PF.

Com as duas prisões, subiu para três o número de dirigentes da Coogal presos em decorrência da Operação Minamata, que trabalha na desarticulação de atividades garimpeiras ilegais no estado do Amapá, incluindo trabalho escravo. Antes, estava preso apenas o presidente da coopoerativa, Antônio de Souza Pinto.

 

O garimpeiro Raimundo de Oliveira Marques, o ‘Diquinho’, encontra-se em Macapá, junto com o colega Izaac Távora Gurjão, pedindo ajuda de autoridades para que os moradores, agricultores e garimpeiros do Lourenço, distrito do município de Calçoene, saiam da situação de penúria em que se encontram desde que as atividades garimpeiras foram impedidas no local, há cerca de dois meses.

 

Diquinho registrou que no momento a Coogal está sendo dirigida pelo vice presidente João Evangelista Pereira, mas sem poder atuar em razão dos últimos acontecimentos em relação à Operação Minamata, que trabalha na desarticulação de atividades garimpeiras ilegais no estado do Amapá, incluindo trabalho escravo. Antônio de Souza Pinto, presidente da Cooperativa dos Garimpeiros do Lourenço, está preso.

 

Dia 30 de março, conforme determina o Estatuto da entidade, haverá eleição para renovação da diretoria. Diquinho deverá ser candidato a presidente.

 

O garimpeiro informou ao Diário do Amapá que já fora ao Ministério Público Estadual e no Ministério Público Federal, e que tão logo saísse da Redação se dirigiria ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

 

Raimundo de Oliveira Marques justificou a sua presença na capital apresentando cópia de uma Representação contra a Cooperativa dos Garimpeiros do Lourenço, já tendo apresentado a versão oeriginal do documento aos dois MPs.

 

A Representação diz que depois da deflagração da operação da Polícia Federal a Coogal ficou sem credibilidade, uma vez que o vice presidente João Evangelista Pereira não está desempenhando o papel em sua integralidade, com isso prejudicando a sociedade dos cooperados.

 

O documento apresentado aos ministérios públicos cita como interessados na medida não só os garimpeiros, mas também os colonos do distrito do Lourenço, todos assentados pelo Incra.
“As famílias estão sobremaneira sem alternativas para subsistência, uma vez que a agricultura familiar, em terras extremamente pobres, recebendo insignificante ajuda do Incra, leva a uma situação evidentemente impossível de sobrevivência”, diz parte da Representação.

 

Em seguida, o documento acrescenta, entre outros pontos: “Com o fim da atividade garimpeira a situação ficou pior, porque era ela que tornava viável a sobrevivência da comunidade do Lourenço, onde vivem cerca de seis mil pessoas, entre elas, mil e quinhentas crianças dependentes de estudos.

 

Confirmação
O MPF, através de sua assessoria de imprensa, confirmou a recepção da denúncia de Raimundo de Oliveira Marques.
“As representações são encaminhadas para o setor jurídico e, após, são distribuídas para um dos procuradores que irá analisar as medidas mais adequadas para o caso”, explicou a assessoria do MPF.


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