Política

Geólogo diz que é preciso repensar formas de exploração mineral nos dias atuais

Antônio Feijão tem 40 anos de profissão e avalia como a exploração mineral se comporta na era tecnológica.


Railana Pantoja
Da Redação

 

Neste sábado 30 de maio é celebrado o Dia do Geólogo, e nesta data o profissional Antônio Feijão reforça a importância da profissão, principalmente no setor de  exploração de minerais.

 

“O geólogo é fiscalizado pelo CREA, é um ‘filho adotivo’. Antigamente o curso formava engenheiro geólogo, você saía de lá com um canudo pra pesquisar minério e construir prédios de até 4 andares, mas no final da década de 70 foi extinto esse formato. Falando sobre o hoje, as nossas grandes riquezas minerais estão nas áreas de conservação e em áreas indígenas, o que dá um fôlego para pensarmos em explorar isso de forma mais calma, com mais tecnologia, participação social e preocupação ambiental”, falou.

 

Questionado sobre o impacto da mineração no meio ambiente, o profissional pontua que isso é um debate com vários pontos de vista.

 

“A mineração, do ponto de vista físico, é a ponta do peão. Do ponto de vista social, é como se você pegasse um irrigador de jardins que fica rodando e jogando água em 5 ou 10 metros. Portanto, a mineração, do ponto de vista físico, é centrífuga e vai ao ponto. O problema é que a mineração é um lugar que retira algo que não vem outra vez, é de uma safra só, aí ela ganhou notoriedade no debate ambiental”, avaliou.

 

Antônio reforça que é necessário conhecer muito bem as áreas de exploração que desejam ser usadas, por isso é importante a atuação do geólogo.

 

“Deus fez as jazidas de forma exclusiva, você não tem uma igual à outra e cada local é uma singularidade. Posso construir um shopping na Duca Serra, na JK, mas não posso achar minério de manganês que não fosse em Serra do Navio. Então, existe uma rigidez singular, por isso tem que ter uma relação mais flexível com o meio ambiente e as populações dos locais”, explicou.

 

Na opinião do geólogo, nossos recursos minerais não são aproveitados adequadamente.

 

 “Depois que a tecnologia passou por todas as empresas de mineração, o risco de achar uma jazida caiu muito, mas os impostos nunca subiram. Por exemplo: três gramas de ouro dá um salário mínimo, no entanto, você paga 1,5% de imposto. O minério pega uma única riqueza que é de todos e só dá uma safra, mas o imposto que recolhe é muito pouco”, finalizou Feijão.


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