Política

Marido defende a esposa Jozi atacando imprensa e desqualificando eleitores amapaenses

Presidente do partido no Amapá, Adriano Steffanni da Silva Barbosa compara imprensa e eleitor a “gado que leva carrapato”, mas não explica denúncias contra a deputada


Em reação à matéria jornalística publicada na terça-feira, 12, no Diário do Amapá on line e a post feito no instagram pelo presidente do Sistema Diário de Comunicação, jornalista Luiz Melo, dando conta de que a deputada Jozi Araújo (PTN) responde a ações na Justiça Federal, Tribunal de Contas da União (TCU) e Supremo Tribunal Federal (STF), o marido dela, que é presidente da Executiva Regional do PTN no Amapá, Adriano Sttefanni da Silva Barbosa foi às redes sociais em defesa da parlamentar. Entretanto, sem explicar os maus feitos atribuídas à deputada, ele se restringiu em ofender a tudo e todos, inclusive a imprensa, por onde enxerga “manipulação tendenciosa de informação.Todos os processos que saíram do judiciário amapaense sofreram alteração e em sua unanimidade pela absolvição, pq será? Conluio? Será que forças extras santanenses manipulam essa informação?”, questiona Adriano.

Ele diz mais: “Não seja gado que leva carrapato. Compra aquilo que te vende. Façamos assim, o Luiz Melo abre um espaço e discutimos todos os assuntos. Respeito ao contraditório, Sem sensacionalismo. […] Acusando, e pronto para o embati (sic) judiciário, de, manipular a notícia. A justiça e o MPU enquadram! Dá pra entender, em especial em se tratando de pessoa pública que é o fim do mundo. O que não é verdade. O MP e a Justiça sob qualquer indivíduo tem o dever de investigar, em especial quando se trata de pessoa pública. Não se pode espetacutalizar algo tão íntimo da sociedade, há de se ter o mínimo de respeito…”, postou Steffanni.

Em meio a vários comentários postados criticando a deputada, Steffanni prossegue com farpas e sugere aos eleitores insatisfeitos que não votem … “Se sente a vontade em denegrir uma pessoa pública! Faz bem para os egos? Não se importam se essa pessoa tem família e filho? Não podemos ser civilizados? E debater política; Não gosta de seu representante? Não vote mais nele! Simples! Mais (sic) respeite, como você sua casa gostaria de ser respeitado”.

O presidente do PTN afirma que acusações contra Jozi que estão sendo apuradas pela Justiça são manipuladas: “… Desafio qualquer órgão ou ente público a provar essa improbidade (contra a deputada). Vergonha e qualquer um aqui, sem lisura moral, vir questionar sem informação. Estou a disposição do embati (sic)…”.

Falta de propostas

Ouvido pela reportagem do Diário do Amapá, o jornalista Luiz Melo atribuiu a resposta de Sttefanni a “despreparo”, e assegurou que abre o espaço em todos os veículos do Sistema Diário de Comunicação para que a deputada, e não preposto, discuta projetos eventualmente apresentados por ela na Câmara dos Deputados: “Lamentavelmente não se tem notícia de qualquer projeto da deputada em benefício do povo amapaense; na realidade, todas as notícias veiculadas sobre ela vêm na esteira de escândalos e de tentativas mal sucedidas de emplacar apadrinhados em cargos da esfera federal, como aconteceu na CEA (Companhia de Eletricidade do Amapá), onde ela tentou sem êxito nomear dois apadrinhados, e mais recentemente na gerência da Eletronorte no Amapá, quando o gerente, indicado por ela, foi exonerado do cargo acusado de receber propina.

politica1-joziPara Luiz Melo, as ofensas de Sttefanni aos amapaenses são lamentáveis: “O presidente do PTN deveria respeitar o nosso povo e as nossas instituições; ao contrário de criticar de forma agressiva e com desequilíbrio, ele deveria, sim, incentivar a deputada Jozi Araújo a trabalhar mais pelo povo e justificar o mandato que foi outorgado a ela. Todas as empresas do Sistema Diário de Comunicação sempre estão de portas abertas para levar à população a boa informação e o contraditório; sempre ouvimos a outra parte, porque fazemos o bom jornalismo; não podemos, porém, deixar de publicar a informação quando a outra parte se mantém na sombra, restringindo-se em satisfazer pretensões particulares, muitas vezes reprováveis, fugindo completamente da missão confiada pelo povo”, disparou Luiz Melo.

Processos na justiça

Assinada pelo Editor de Política do jornal Diário do Amapá, a matéria alvo dos impropérios do presidente da Executiva Regional do PTN aborda ação judicial de autoria do Ministério Público Federal (MPF) e da União Federal, em trâmite desde maio deste ano, que está sem fase de apresentação de defesa prévia; na ação, o MPF e a União estão requerendo o ressarcimento dos danos causados ao Sesi e ao Senai do Amapá pela gestão de Jozi Araújo, em 2013, por conta de irregularidades constatadas pela Controladoria-Geral da União no Amapá (CGU-AP) na auditoria realizada naquele ano. A Transcoop era a cooperativa que alugava veículos para o Sesi e o Senai quando a atual deputada era presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá (Fieap).

A matéria relata, também, que no dia 22 de junho, o Ministério Público Federal requereu a indisponibilidade dos bens dos réus, mas o pedido ainda está em análise pela Justiça Federal. Amparada por medida liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT8), Jozi Araújo continua como presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amapá. Por conta das irregularidades denunciadas, o Sesi e o Senai no estado estão sob intervenção da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Além da ação por improbidade administrativa, foi aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no Supremo Tribunal Federal (STF) inquérito criminal com o objetivo de apurar possíveis crimes de peculato e fraude à licitação praticados pela gestão de Jozi Araújo como presidente da Fieap à frente do Sesi e do Senai, por conta da auditoria da CGU. O inquérito é conduzido pela ministra Rosa Weber.

No primeiro mandato como deputada federal pelo Amapá, a paraense Jozi Araújo, nascida em Itaituba, já tentou emplacar, sem sucesso, afilhados políticos em duas diretorias executivas da CEA durante o processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), no qual votou contra. O diretor de regional da Eletronorte no Amapá, indicado por ela, foi afastado do cargo no mês passado para ser investigado sob suspeita de irregularidades. O irmão da deputada é suspeito de achaque contra empresários.

No Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Jozi Araújo fez parte da tropa de choque de Eduardo Cunha, então presidente da Casa, e agora foi deslocada por Cunha para fazer parte da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) com a missão de tentar salvar o mandato do ex-presidente da Câmara e deputado afastado.


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