Política

Nogueira critica Sadala por “falta de critérios” na inscrição para cursinho em Santana

Ex-prefeito diz que o atual não priorizou jovens carentes, o que contraria a legislação ]porque projeto é bancado com dinheiro público


O ex-deputado federal e ex-prefeito de Santana Antônio Nogueira (PT) criticou duramente na manhã desta quinta-feira (20) no programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) o atual prefeito Ofirney Sadala, por causa dos critérios utilizados na inscrição de estudantes para fazem o cursinho de preparação ao vestibular bancado pela prefeitura. Segundo ele, as inscrições foram feitas por ordem de chegada, sem que tenha sido feito uma triagem para comprovar o estado de hipossuficiência dos inscritos.

A crítica de Nogueira foi em resposta a pergunta sobre informações dando conta de que ele teria se desentendido ontem com Sadala: “O problema todo é que o prefeito Sadala não é politico, ele veio de outro meio que não é a politica; eu tenho dado a minha contribuição mostrando o que não está certo, como agora, que eu fui dar uma instrução sobre o cursinho gratuito; eu escrevi dizendo que por se tratar de  dinheiro publico tinha que fazer uma triagem com o objetivo de priorizar os mais carentes; abriram as inscrições e encerraram duas horas depois com as vagas já preenchidas; isso não está certo porque é dinheiro da prefeitura; tem que fazer tudo dentro daquilo que diz a lei, senão vira baderna, e não se pode fazer o que bem entender com o dinheiro público”.
 
Protesto contra as reformas e por diretas já
Presidente da Executiva Regional do PT no Amapá, Antônio Nogueira também falou sobre o protesto que o Partido dos Trabalhadores faz na tarde desta quinta-feira em Macapá: “Hoje nós vamos às ruas contra a volta da fome, contra as reformas, por diretas já e fora o Temer, porque não podemos ficar calados diante de tantos prejuízos que o atual governo vem causando ao Brasil e à população brasileira”.

Questionado sobre a necessidade de o país reformular a legislação para se modernizar e como saída para a crise, Nogueira discordou: “Eu não quero pagar pra ver daqui a um ano; as estatísticas vão mostrar isso, principalmente no tratamento dado pelos patrões aos trabalhadores; aqui é diferente da Europa e de outros países”.

De acordo com Antônio Nogueira, a legislação trabalhista, já aprovada no Congresso Nacional, prejudica os trabalhadores: “Na hora de negociar com os empregados os patrões não vão negociar nada, vão impor suas vontades e os trabalhadores não terão outra opção senão aceitar as vontades dos patrões, por mais absurdas que sejam, e o pior é que nem poderão mais recorrer à Justiça do Trabalho, porque a essa reforma trabalhista acabou com a justiça gratuita”.
 
“Reformas são necessárias”
Em contraponto a Antônio Nogueira, o estatístico Adrimauro Gemaque, por telefone, afirmou que as reformas trabalhista e previdenciária são vitais para o desenvolvimento do país. Segundo ele, sem a reforma da Previdência o Amapá vai ‘quebrar’, assim como já está acontecendo com outros estados brasileiros, o que requer sua aprovação o quanto antes, como forma de garantir o pagamento das aposentadorias no futuro e a retomada do desenvolvimento do país.

“Não tem como justificar que as reformas seriam um tiro no pé, porque elas são necessárias; a da Previdência é mais complexa porque é necessária uma discussão mais ampliada, mas a Trabalhista é necessária, porque se permanecesse como estava a situação ficaria irreversível, considerando a elevada taxa de desemprego no Brasil, e em especial no Amapá, que hoje é de 18,5%, bem acima da média nacional”.

Para Adrimauro Gemaque era preciso proteger várias atividades profissionais que não são previstas na Consolidação das Leis do Trabalho: “Algumas atividades profissionais não estão previstas na CLT porque as economias mudaram, como os nossos catadores de açaí, de castanha, os ribeirinhos como um todo, que vivem desprotegidos de qualquer lei, as pessoas das atividades sazonais no Sudeste do Brasil, aqueles que trabalham na colheita da cana, os catadores de café no Espírito Santo também estão desprotegidos; a reforma é imprescindível para acabar com as sequelas miserabilidade que existem no país”.

No entendimento de Adrimauro Gemaque, o desenvolvimento passa pela modernidade: “Temos que avançar; muita gente é contra (as reforma) hoje, como os organismos sindicais que foram braços do PT, como a CUT, que controla o PT, mas é importante destacar que não se chega ao desenvolvimento sem modernidade; temos que avançar no Brasil, nos modernizar; é só ver a situação da quase totalidade dos estados brasileiros, como o Rio de Janeiro que está de pires na mão; se não fizer essas reformas os estados vão quebrar, inclusive o nosso, tanto que o TCE (Tribunal de Contas do Amapá) divulgou um relatório mostrando que o nosso estado deve 1 bilhão de reais para a Amprev; se permanecer assim, de acordo com o TCE a Amprev quebra no ano de 2030”.

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