Política

Paulo Lemos critica Temer por decreto de exceção e diz que país está ingovernável

De Brasília, onde participou dos protestos, o deputado do PSol afirma que atual governo está insustentável; segundo ele, eleição indireta é a única solução viável no momento


Por telefone, ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90.9) na manhã desta quinta-feira (25), de Brasília, onde participou dos protestos contra as reformas trabalhista e previdenciária e pela cassação do presidente Michel Temer (PMDB), o deputado estadual Paulo Lemos (PSol) criticou durante o ‘estado de exceção’ decretado pelo Palácio do Planalto, já revogado; apesar de defender eleições direta em caso de vacância do cargo de Presidente da República, ele admitiu que a única solução disponível no momento é a escolha do sucessor de Temer pelo Congresso nacional, através de eleição indireta.

“Hoje a situação em Brasília está mais tranquila, mas ontem realmente a Capital federal pegou fogo; mas dizer que muita gente praticou vandalismo não é o contexto do que de fato aconteceu; o que houve, sim, foi o fogo da população, revoltada com a perda de direitos nessas reformas que estão sendo votadas no Congresso Nacional; honestamente, eu nunca tinha participado de um movimento com tanta gente, mais de 100 mil pessoas, apesar de que a PM (Polícia Militar) divulgou que foram 35 mil, mas já é natural a PM minimizar o número de participantes; o atual governo que não tem mais como se sustentar, inclusive com sua base de apoio rachando; já tem o Renan Calheiros (líder do PMDB no Senado) se posicionando pela queda de Temer, mostrando que o governo Temer não mais como sobreviver”, analisou.

De acordo com Lemos, a queda do atual presidente da República é iminente: “Levando em conta a previsível e iminente queda do Temer, o nosso partido defende logicamente diretas já, com a alteração da Constituição Federal, mas na prática isso é mais difícil e demandaria muito tempo;, fazendo uma analise politica, entretanto, a gente percebe que o caminho deverá ser via TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que se reúne principio de junho para julgar a ação contra a chapa Dilma-Temer”.

Indagado sobre a possibilidade de algum ministro pedir vistas dos autos e automaticamente adiar o julgamento do processo, o deputado descartou: “Isso (pedido de vistas) seria possível antes dessas delações que vieram da JBS e antes desse movimento de mais de 100 mil pessoas em Brasília, tanto que já percebendo que muitos deputados e senadores estão abandonando a base do Temer, inclusive já articulando nomes que podem disputar a eleição indireta; não é o que defendemos, mas é a única opção que se apresenta no momento, porque o artigo 81 da Constituição Federal estabelece que se tiver vacância nos dois ultimo anos do mandato, a escolha do sucessor se dará por eleições diretas pelo Congresso Nacional”.

 

Articulações para a sucessão

Paulo Lemos comentou, também, sobre as articulações que estariam sendo feitas pelos ex-presidentes José Sarney (PMDB), Fernando Henrique (PSDB) e Lula (PT): “A participação dessas pessoas é muito importante no processo; eles já foram presidentes e até hoje ainda exercem influencia política muito grande no Congresso Nacional, e juntos eles compõem a base dos partidos que têm maioria no Congresso, exercendo, portanto, influência na decisão deputados e senadores”.


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