Política

Ponte Binacional é aberta para tráfego de carros de passeio

Tratados entre Brasil e França estão em análise para finalizar questões de operações comerciais e de transporte de mercadorias e valores de seguro.


Numa programação estendida por mais de seis horas, embaixo de chuva, a Ponte Binacional do Rio Oiapoque foi aberta, nesse sábado, 18, ao tráfego, inicialmente de carros de passeio. A cerimônia, simbólica, contou com a presença de autoridades amapaenses e da Guiana Francesa. A inauguração oficial, com presença dos presidente brasileiro e francês ocorrerá somente quando todos os tratados bilaterais forem formalizados para o uso pleno da obra arquitetônica.

A prefeita do Oiapoque, Maria Orlanda Marques, vibrou com a inauguração. Ela proclamou “o grande momento da abertura do município para o progresso, através da ponte”.

A programação contou com saída da delegação francesa de Cayenne para Saint George, recepção dos convidados na ponte, chegada dos demais membros da delegação francesa em avião militar no aeródromo de Oiapoque, encontro com as autoridades brasileiras no meio da ponte, apresentação da fanfarra brasileira pela Escola Joaquim Caetano da Silva com a execução dos hinos brasileiro e francês.

Também houve o corte da fita oficial, a foto oficial, festividade e coquetel tradicional, dança indígena, dança tradicional guianense e dança brasileira e discursos de autoridades. A abertura oficial da Ponte Binacional foi feita pelo prefeito da Guiana Francesa, Martan Jaguer, e pelo governador do Amapá, Waldez Góes.

O senador Randolfe Rodrigues pontuou que naquele momento era dado um grande passo entre os dois países, de suma importância, apesar de numa região tão distante de Paris e de Brasília.
O deputado Cabuçu Borges, representando a bancada parlamentar federal do Amapá, disse que a abertura da ponte simboliza, além de desenvolvimento econômico e social, a garantia de um forte intercâmbio cultural entre o Brasil e a França.

O governador Waldez Góes, que representou o Brasil na cerimônia, prometeu dotar Oiapoque da infraestrutura necessária para alavancar o desenvolvimento do município, incrementando relações econômicas e sociais com a Guiana Francesa.

Waldez lembrou dos esforços que foram feitos pelos governos francês e brasileiro para a construção da ponte, e destacou o empenho da bancada parlamentar amapaense para a abertura do tráfego no local, bem como ex ministro das relações exteriores, José Serra, que apressou os procedimentos.

O representante do governo francês na cerimônia, prefet da Guiana Francesa, Martan Jaguer, iniciou discurso parabenizando todos os técnicos, operários e engenheiros que trabalharam na construção da Ponte Binacional.

“Agora, governador Waldez, não precisamos mais pegar helicóptero para ir ou vir para o Oiapoque ou Guiana Francesa. Já temos a ponte. Os brasileiros poderão usufruir dos nossos produtos, assim como nós poderemos consumir à vontade a salsicha e a calabresa brasileira”, descreveu o francês.

Martan Jaguer ainda registrou que a ponte do rio Oiapoque vai desenvolver o comércio dos lados brasileiro e francês.

Obra
Com 318 metros de comprimento, a Ponte do Oiapoque é um dos símbolos do projeto de cooperação celebrado entre o Brasil e a França, por meio do Acordo de Cooperação Brasil/França assinado em maio de 1996 com o objetivo de garantir o desenvolvimento econômico na região da fronteira franco/brasileira.

Com a inauguração, o Amapá rompe o seu isolamento via terrestre para o Norte e passa a ser o único estado brasileiro ligado à União Europeia, o que permite novas rotas de exportação e importação de mercadorias e o aquecimento da economia local.

A Ponte Binacional foi aberta, inicialmente, para carros de passeio, porém dois outros tratados entre Brasil e França já estão em análise para finalizar as questões de operações comerciais e de transportes de mercadorias e valores de seguro.

Neste primeiro momento, é obrigatório para os carros brasileiros, o seguro em valores que variam de 250 euros (R$ 850) a 450 euros (R$ 1,5 mil), dependendo do carro. Os viajantes do Brasil precisarão tirar o visto de viagem e portar carteira internacional de motorista.

Há, também, acordos de subsistência e assistência civil, todos promulgados em janeiro de 2017. Por isso, a abertura da ponte se dará por etapas. Outra pendência é a conclusão do pátio aduaneiro da cabeceira da ponte, no lado brasileiro, que está em fase de construção pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transpores (Dnit).


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